sábado, 21 de agosto de 2010

ARTE ROMÂNTICA ALEMÃ: PINTURA.

Caspar David Friedrich




Caspar David Friedrich (5 de setembro de 1774 - 7 de maio de 1840) foi um pintor, gravurista, desenhista e escultor romântico alemão, grande paisagista.
Friedrich é o mais puro representante da pintura romântica alemã. Suas paisagens primam pelo simbolismo e idealismo que transmitem.
Fonte:Wikipédia: A Encilopédia Livre.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

SEGUNDO PERÍODO DA FILOSOFIA ANTIGA: AS DOUTRINAS DE ARISTÓTELES.

Filosofia segunda.
Os corpos são constituídos de 4 elementos, - fogo, ar, água, terra. Até aqui Aristóteles adotou a teoria de Empédocles, mas acrescentou que cada elemento é constituído intrinsecamente de matéria e forma. Com esta nova teoria, que se fez conhecer pelo nome de hilemorfismo, buscou Aristóteles explicar as mudanças substanciais, que supunha haver nas coisas.
O hilemorfismo é a aplicação aos corpos da teoria do ato e potência, A essência dos corpos se constitui de dois elementos, - um indeterminado (chamado simplesmente matéria) e outro determinado (conhecido por forma). Nas mudanças substanciais, permanece a matéria, alterando-se apenas a forma. As demais alterações acidentais se dão apenas em formas secundárias.
Hoje é difícil admitir mudanças substanciais, como no seu tempo supunha Aristóteles, que elas se dessem, quando das alterações químicas e da assimilação alimentar.
Ainda que a mudança substancial se possa explicar como Aristóteles a propôs, de fato não a conheçemos. Ele supunha que as mudanças acontecessem em transformações que hoje sabemos serem remanejamentos acidentais de moléculas e átomos, os quais por sua vez permanecem intocáveis substancialmente. Que aconteceria no mundo das partículas atômicas, lá onde ainda não atingimos com as mais sofisticadas experimentações modernas? Eis onde Aristóteles queria implicitamente chegar, ao falar de mudanças substanciais.
Aplicou Aristóteles também a teoria da matéria e forma à explicação da união da alma e do corpo. Uma vez admitida a distinção de duas substâncias, - a alma seria a forma substancial do corpo. A morte consistiria na separação desta forma substancial. Não se sabe se Aristóteles admitia a permanência da alma (forma substancial), após a morte. De qualquer maneira distanciou-se muito do modo Platônico de pensar, que admitia almas preexistentes, que apenas residiam no corpo, sem que se unissem a ele substancialmente; em Aristóteles, corpo e alma constituíam um todo de duas substâncias incompletas, que se completavam.
A alma é a forma substancial do corpo, com o qual se compõe assim intrinsecamente. Afasta-se, pois, Aristóteles do dualismo radical, que opunha totalmente corpo e alma. O orfismo platônico é simplesmente eliminado por Aristóteles, não se tendo ocupado, pois de vidas anteriores, pecado original, e nem de merecimentos para uma vida futura condicionada ao comportamento da vida de agora.
As faculdades do conhecimento são explicadas como potencialidades que recebem as impressões dos objetos como atos que complementam as potencialidades. Somente Deus é um ato pleno (ato puro). A alma é uma forma capaz de se separar do corpo, subsistindo sem ele, ainda que como substância incompleta. Por isso é capaz de imortalidade.
Entretanto, alega-se que Aristóteles não deixou clara esta doutrina e que não apresentou uma prova definitiva para a imortalidade da alma; este fato dividirá no futuro os seus comentadores e seguidores.
O inteleto, para abstraír algo do sensível, não poderá ser apenas um inteleto potencial; uma segunda faculdade, o inteleto agente (ou capacidade de abstração), é necessário. Também esta doutrina sofrerá desenvolvimentos novos no futuro, porquanto alguns fizeram do inteleto agente um único ente exterior a serviço de todas as inteligências individuais.
Contudo, Deus não se preocupa com o mundo. Inversamente, é o mundo que tende para Deus, como seu bem supremo. Assim Deus move como ser amado (Met. 12,7).
Não desenvolveu Aristóteles uma doutrina em que Deus é a Providência, como farão, sobretudo, os estóicos.
O antropomorfismo está bastante ausente na concepção que Aristóteles tem da divindade. Por isso mesmo parece ateu, ainda que seja o menos ateu dentre a grande massa dos que acreditam em Deus, mas deformando-lhe a imagem.

Fonte: Enciclopédia Simpoziohttp://www.cfh.ufsc.br/~simpozio/novo/2216y098.htm#TopOfPage

terça-feira, 17 de agosto de 2010

SEGUNDO PERÍODO DA FILOSOFIA ANTIGA: AS DOUTRINAS DE ARISTÓTELES.

A teoria do ato e potência, que é uma inovação de Aristóteles, divide o ser em dois príncipios constitutivos intrinsecos. Ela busca explicar as transformações, o movimento e a ação das faculdades do conhecimento e da vontade. Por mais diversos que sejam os atos e mais diversas as potências, o binômio se opõe entre si, compondo os entes. Diz-se ato, o ser enquanto já é. De algum modo, significa determinação e perfeição. A principal determinação é a da existência; é a determinação na ordem do ente; o ser que existe está pois em ato. A determinação se dá também na ordem da essência, enquanto esta apresenta esta ou aquela fisionomia.
Potência é aquilo que ainda não é, mas preexiste realmente como possibilidade de vir a ser.
"Das coisas não existentes, algumas existem em potência, por não existirem em ato" (Metaf. 1047b 1).
A semente é um exemplo de ser parcialmente em ato, estando o mais em potência.
Há potências ativas e passivas. As potências passivas apenas recebem o ato. As ativas têm a potência de produzir o ato.
O homem têm potências, como as do conhecimento e as dos impulsos. Seuexercício obedece às regras fundamentais da doutrina do ato e potência.
Deus.
Aristóteles não estabelece Deus como criador do mundo, o qual é eterno, mas como causa ordenadora do mesmo, principalmente como seu primeiro motor. Uma vez que o mundo é eterno e Deus somente comparece como um peça motora, a divindade de Aristóteles não assume o caráter pomposo que ela usa ter nas religiões. Não obstante, o Deus de Aristóteles tem muito mais coerência interna e foi concebido como pensamento de pensamento.
Em Platão a preocupação dominantemente é a de Deus como forma exemplar, ainda que fosse através das idéias arquétipas. O Demiurgo e a alma do mundo (que em Platão também se identificam com a divindade) são ativos; mas não explicam esta atividade.
Aristóteles advertiu:
"Nada nos adianta supor substâncias eternas, como fazem os que acreditam nas formas, a não ser que nelas haja um princípio capaz de produzir mudança. E nem mesmo isso basta, como tão pouco será suficiente uma outra substância além da formas, pois se ela não for capaz de agir, não haverá movimento. Digo mais: ainda que ela aja, isso não bastará, se a sua essência for apenas potência; não haverá movimento eterno, porquanto o que é em potência pode não ser. Deve, por conseguinte, haver um tal princípio, cuja própria essência seja a atualidade. Por outra parte, estas substâncias devem ser imateriais, pois se há algo de eterno hão de ser elas. Sua essência é, por conseguinte, o próprio ato" (Metaf. 1071b 16-23).
O movimento não existe, todavia, no primeiro motor, o qual move sem se mover ele mesmo.
"Como o que move e é movido é intermediário, existe algo que move sem ser movido e que é eterno, uma substância e uma atualidade" (Metaf. 1072a 25).
Exemplificando com analogias, Aristóteles tenta esclarecer o que seria um motor imóvel.
"Tal é o movimento do desejável e do inteligível: movem sem ser movidos. Os objetos primeiros do desejo e do pensamento são os mesmos, pois o bem aparente é o objeto do apetite e o bem real é o objeto primeiro do desejo racional. Mas desejamos uma coisa porque nos parece boa, e não nos parece tal porque a desejamos: o pensamento é o ponto de partida. Ora, o pensamento é movido pelo inteligível" (Metaf. 1072a 26-30).
Frisando a perfeição divina, funde em Deus o pensar e o objeto do pensar, de sorte que ele fica sendo pensamento de pensamento, como um só ato, sem composição.
Desta maneira continua em Aristóteles o mérito dos gregos de haverem instituído, por primeiro, uma noção de Deus purificada dos tradicionais antropomorfismos. Em consequência chegou Aristóteles a definir a Deus como pensamento de seu mesmo pensamento, porque ele mesmo é o mais digno de ser pensado por Deus.
"A natureza do pensamento divino suscita certos problemas. Com efeito, o pensamento parece ser a mais divina das coisas que conhecemos; mas, para sê-lo efetivamente, como deve ele exercer-se? Isto apresenta dificuldades. Se não pensa em nada, onde está a sua dignidade? Seria como um homem que dormisse.
E se pensa, mas isso depende de outra coisa, não pode ser a melhor substância, uma vez que essa substância não seria então o próprio pensamento, mas uma simples faculdade de pensar; pois é o ato de pensar que lhe confere o seu valor. Além disso, quer seja faculdade, quer ato, que pensa ele? Porque, ou pensa a si mesmo, ou algum outro objeto. E, se pensa outro objeto, ou este é sempre o mesmo, ou varia. Mas tem ou não importância que o objeto do pensamento seja ele próprio ou uma coisa qualquer? Não seria absurdo que pensasse em certas coisas?
É evidente, pois, que pensa no que há de mais divino e excelente e que nunca muda, porquanto mudar seria passar do melhor ao pior e seria já um movimento. Donde se conclui que se o pensamento não é o ato de pensar, mas uma potência, é provável que o exercício constante dessa faculdade fosse para ele uma fadiga; e haveria evidentemente, algo mais valioso que ele , o objeto pensado. Pois tanto o pensamento como o ato de pensar pertencerão inclusive ao que pensa a coisa mais desprezível do mundo, de forma que, se isso se deve evitar (e deve), pois existem até certas coisas que é preferível não ver a vê-las, o ato de pensar não pode ser o que há de mais excelente.
Logo, é a si mesmo que o pensamento divino pensa (já que é ele a mais excelente das coisas) e o seu pensar é um pensamento de pensamento" (Metaf. 1074b 15-35).

SEGUNDO PERÍODO DA FILOSOFIA ANTIGA: AS DOUTRINAS DE ARISTÓTELES.

Ontologia

Embora um termo de criação moderna foi também a ontologia sistematizada e definida, como estudo do ser enquanto ser, por Aristóteles. Já antes dele iniciavam ,os eleatas, o estudo do ser, mas sem distinguir esta disciplina de outras, nem lhe dando nome.
Aristóteles apenas a chamou de Filosofia Primeira, oposição a Filosofia Segunda (= filosofia natural).
O nome Metafísica é do período helênico-romano, vulgarizando-se na Idade Média. Nos tempos modernos, em 1646, surgia finalmente o de Ontologia, pelo qual traduzia Clauberg literalmente o nome grego ón, - tos (= ente), apondo-lhe o sufixo logia (= ciência).
Define Aristóteles a ontologia como o estudo do ente enquanto tal, isto é, do ente, sem as suas particularizações.
"Há uma ciência que investiga o ser como ser e os atributos que lhe são próprios. Ora, esta ciência é diversa de todas as chamadas ciências particulares, pois nenhuma delas trata universalmente do ser" (Metaf., c.4.1003a 20).
De outra parte, a filosofia natural seria o estudo dos entes particularizados, como corpo, vida e espírito, dos quais examinam também os atributos.

Divisão do ser
Explorou Aristóteles meticulosamente a divisão do ser, em existência e essência; depois ainda em causas, bem como em ato e potência.
Pela existência está o ser acima do nada. Pela essência, se torna tal e qual espécie de ser. É, pois a essência nada mais que um modo do existir.
Os elementos constitutivos de um ser são suas causas. Elas são em número de quatro, das quais duas são constitutivas imanentes, - matéria e forma, - duas constitutivos extrínsecos, - causa eficiente e fim. Examinar uma coisa pelas suas causas é obter completo conhecimento da mesma, no entender de Aristóteles.
"Causa significa:
a) Aquilo de que, como material imanente, provém o ser de uma coisa; por exemplo, o bronze é a causa da estátua e a prata, da taça e do mesmo modo todas as classes que incluem estas.
b) A forma ou modelo, isto é, a definição da essência e as classes que incluem esta (v.g., a razão de 2 para 1 e o número em geral são causas da oitava); bem como as partes incluídas na definição.
c) Aquilo de que origina a mutação ou a quietação; por exemplo, o conselheiro é a causa da ação e o pai causa do filho; e, de modo geral, o autor é causa da coisa realizada, e o agente modificador, causa da alteração.
d) O fim, isto é, aquilo que a existência de uma coisa tem em mira; por exemplo, a saúde é a causa do passeio. Efetivamente, à pergunta - por que é que a gente passeia? Respondemos - para ter saúde e ao falar assim julgamos ter apontado a causa. O mesmo vale para todos os meios que se interpõem antes do fim, quando alguma outra coisa deu início ao processo "(Metaf. 1013a 25 -1013b 1).

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

SEGUNDO PERÍODO DA FILOSOFIA ANTIGA: AS DOUTRINAS DE ARISTÓTELES.

Gnosiologia.

Destacou Aristóteles a correlação entre o conhecimento sensível e o intelectivo. Todo o conhecimento principia pela percepção empírica, de onde se transfere à inteligência. Nada há na inteligência que não tenha vindo dos sentidos.
Mas, as perspectivas são distintas. O objeto dos sentidos é a qualidade sensível. Dentro deste mesmo objeto sensível encontra a inteligência seu objeto específico, quando o apreende como ser. Por exemplo, a cor está para a vistas como qualidade-cor, para a inteligência como ser-cor. Reduziu pois, Aristóteles o objeto da inteligência à intuição do ser sensível. Este fato se refletirá em toda a sua metafísica, a qual será um racionalismo moderado.
Estabeleceu, portanto, Aristóteles um limite para o alcance da inteligência, cujos termos importa frisar. Somente o ser dos dados sensíveis é conhecido como objeto próprio e adequado da inteligência. O ser não sensível, porque alcançado somente através do sensível, fica portanto apreendido inadequadamente, não como é em si, mas apenas analogicamente, enquanto o ser é comum a um e outro.
O ser espiritual não é atingido diretamente em sua especificidade espiritual própria; contudo é conhecido, ainda que inadequadamente, pelas suas analogias com o ser sensível. Consequentemente toda a ontologia do ser em geral e do ser apresenta-se difícil. As idéias sobre o espírito e sobre Deus costumam ser afetadas por antropomorfismos, que a nova antologia procura superar, advertindo para a analogia.
Em consequência, a gnosiologia de Aristóteles é um racionalismo moderado, pois não cuida de um ser alcançado num plano independente da experiência, como acontece na filosofia racionalista da Platão e na dos neoplatônicos (Plotino, Santo Agostinho), nem dos racionalistas cartesianos (o mesmo Descartes, Espinosa, Leibniz, Wolff). Somente o individual é real, - diz Aristóteles contra Platão, - e somente no sensível a inteligência humana intui o ser real, ao qual se abstraem os conceitos universais. Não intui a inteligência universais reais separados, de que fala Platão. Mas concorda com Platão (contra os sofistas e futuros nominalistas e positivistas) que há algo universal, ainda que não se desligue do individual.