sexta-feira, 15 de outubro de 2010

CRISTIANISMO E FILOSOFIA PATRÍSTICA.Últimos patrísticos latinos e gregos, ou primeiros medievais.



Cassiodoro (Flavius Magnus Aurelius Cassiodorus) (c. 477-c.570).

Filósofo e político, latino, mas de origem siríaca, nascido em Scilaceo (Scylasceum), Calábria, Itália. Ministro de Teodorico, imperador ostrogodo, então estabelecido em Ravena.
Retirou-se do serviço público pelos seus 60 anos, quando fundou um mosteiro em propriedade da família, na Calábria, onde exerceu o ensino e talvez ele mesmo se fizesse monge.
Prosseguiu o trabalho iniciado por Boécio, havendo sido como ele um cristão neoplatônico. Ainda como Boécio, foi um dos salvadores da cultura clássica, ao tempos das grandes migrações. Pugnou pela fusão de godos e romanos, o que efetivamente ocorreu no curso dos anos, como também haveria de acontecer com os lombardos. Foi antes de tudo um didata e por este caminho influenciou o ensino medieval, notadamente pela sua organização das artes em trivio e quadrívio.
Obras:
Da origem e história dos godos (De origine actibusque gotorum), de que resta um longo resumo;
Várias (Variae), ordenação de 400 cartas, que serviram de modelo a diplomacia medieval;
Sobre a alma (De anima), opúsculo sobre a imortalidade da alma, em que se detecta a influência de Agostinho de Hipona e de Cláudio Mamert;
Instruções sobre as coisas divinas e não divinas (Institutiones divinarum et saecularium lectionum), um programa completo para o então ensino superior em dois livros, - sendo o primeiro uma introdução aos livros sagrados e a teologia, - o segundo sobre as demais ciências, havendo circulado como obra a parte, sob o título Sobre as artes e os estudos liberais (De artibus ac disciplinis liberalium), abordando as 7 artes liberais, subdivididas em trívio, (gramática, retórica, dialética) e quadrívio (aritmética, música, geometria, astronomia);
e publicou ainda uma história da Igreja e comentários exegéticos.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

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A VIDA OFERECE MUITOS PRAZERES, MAS NADA SUBSTITUI O AMOR.
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terça-feira, 12 de outubro de 2010

CRISTIANISMO E FILOSOFIA PATRÍSTICA.

Últimos patrísticos latinos e gregos ou primeiros medievais.


Boécio (Anitius Manlius Torquatus Severinus Boethius) (c. 470-524).

Filósofo de expressão latina, o último dos romanos e de certo modo o primeiro dos escolásticos, além de haver sido o maior em seu tempo. Nascido em Roma, na família nobre dos Anícios, estudou no Oriente grego, não se sabendo se em Atenas ou em Alexandria. Foi aproveitado pelo imperador ostrogodo Teodorico o Grande como cônsul em Roma (ano 510).
Posteriormente foi para Ravena, como ministro da corte (magister palatii) do mesmo imperador. Acusado de favorecer os interesses do novo imperador de Constantinopla sobre o Ocidente, foi preso, aprisionado em Pavia, e finalmente decapitado.
Foi mais platônico, de acordo com as tendências da época, do que Aristotélico, tudo combinado com alguns elementos estoicistas, como a da doutrina da providência divina. Com ele se consolidou a orientação platônica e agostiniana do primeiro período da filosofia medieval, que tem início em Boécio. Influenciou os conceitos medievais sobre Deus e a Trindade cristã, sobre a pessoa e a felicidade, e ainda sobre toda a lógica através da tradução do grego ao latim de livros lógicos, sobre os quais fez ainda comentários. Os conceitos podem originar-se nos sentidos. Não se referiu ao inteleto agente, como capacidade de abstração, conforme Aristóteles. Defendeu a preexistência das almas, doutrina frequente entre neoplatônicos, mesmo cristãos.
Obras:

Da consolação de Filosofia (De consolatione Philosophiae), obra principal, escrita na prisão de Pavia, como diálogo estabelecido entre o autor e a Filosofia, esta se apresentando como mulher dotada de sabedoria; tradução do grego ao latim da Eisagogé de Porfírio; tradução igualmente das Categorias de Aristóteles, com comentário. Opúsculos filosóficos de Boécio: Introdução aos silogismos categóricos (Introductio ad categoricos syllogismos); Do silogismo categórico (De syllogismo categorico); Do silogismo hipotético (De syllogismo hypothetico); Da divisão (De divisione); Sobre a definição (De definitione); Sobre as diferenças dos tópicos (De differentiis topicis). Opúsculos teológicos: Como a Trindade é um Deus e não três (Quommodo Trinitas unus Deus ac non tres); Se o Pai e o Filho e o Espírito Santo se predicam da divindade); Como as substâncias, enquanto são, são boas (Quommodo substantiae in eo quod sint, bonae sint). conhecido também como Livro das semanas (Liber de hebdomadibus); opúsculo mais filosófico que teológico; Sobre a fé católica (De fide catholica); Livro sobre a pessoa e sobre as duas naturezas contra Eutico e Nestório (Liber de persona et duabis naturis contra Euthychen et Nestorium); o mais significativo dos opúsculos mencionados. Escreveu ainda sobre as ciências: Sobre a música (De musica); Sobre a aritmética (De arithmetica); Sobre a geometria (De geometria), de autoria apenas provável.


Fonte:

Enciclopédia Simpozio