sábado, 23 de março de 2013

CONVERSÃO

Suely Monteiro


Conquistando a paz!
Refletindo sobre as questões religiosas me lembrei de que Jesus, às vésperas do Calvário, reunido com seus discípulos, dirigindo-se a Simão proferiu as seguintes palavras: “e tu quando te converteres confirma teus irmãos.” - Jesus. (Lucas, 22:32).

Não é segredo para ninguém e, muito menos para os que professam uma religião o quanto Simão era ativo companheiro do apostolado de Cristo.
É fácil encontrar passagens de Jesus pregando na singeleza do lar do pescador que, por sua vez, presenciou curas de leprosos, de cegos e loucos, efetuadas pelas divinas e abençoadas mãos do Senhor. Todavia, apesar dessa convivência direta e diária, Simão por três vezes, negou Jesus. Também não esteve ao lado do mestre na hora suprema.

Foram precisos, como sabemos pela história desse arrojado profeta, muitos anos de trabalho, de sacrifícios, de grandes lutas consigo mesmo para que ele pudesse, de fato, se converter ao Evangelho e dar testemunho do que aprendeu com o Cristo.

Lembro-me de uma situação intrigante que vivi quando estava hospitalizada para me livrar de um câncer.  Conversávamos na sala da radioterapia, duas senhoras e eu, além da enfermeira que nos atendia (uma pessoa encantadora). Ela nos confortava citando alguns versículos da Bíblia dizendo que esta era a palavra de Deus.  Uma das senhoras presentes, entusiasmou-se e, também, citou outros versículos que corroboravam o poder de cura de Deus e se disse, também estudante da Bíblia.

O clima era bem tranquilo e eu estava gostando de ouvir (sempre gostei de ouvir falar de Deus), quando a enfermeira falou: “Vamos pedir a Jeová...” ela não chegou a terminar sua fala. Foi rechaçada de maneira quase ríspida. Como estávamos numa sala pequena, outras pessoas que não estavam no grupo acabaram entrando na conversa, tomando partido de uma ou de outra.  O clima que era bom foi ficando desconcertante e quase hostil, apesar de todas estarem, a seu modo, defendendo o seu Deus que, não creio precise de defesa, mas espera que  demos seguimento às Suas ações no bem.

Fiquei observando calada. A exceção da enfermeira, éramos todas doentes do corpo, mas, eu pensava, será que somente o nosso corpo está doente? Será que o “fundamentalismo” (neste caso prefiro usar aspas) religioso também  é uma doença  e precisa ser tratada?

Segui para fazer a sessão de rádio e no silêncio da sala, olhando para o rosto suave e terno da enfermeira voltei, por um instante,  ao passado, às aulas de Filosofia da Religião...

Relembrei a minha surpresa quando, comparando a pedido do professor, dez bíblias, observei que as diferenças de tradução de uma para outra mudavam substancialmente o sentido dos textos que ele sinalizara para nossa análise.

Muitas outras dúvidas em relação às diferenças nos textos biblicos encontradas naquela época de estudante , emergiram de minha mente em forma de interrogações.  Compartilho com voces algumas delas:

Será que as pessoas em geral sabem que existem essas diferenças e outras, possivelmente, de outros tipos, e nas outras bíblias que não analisamos?

Será que elas se debruçam, também, para fazer comparações histórico-contextual, comparações de traduções ou ficam somente presas à sua Bíblia particular e às interpretações, na maioria das vezes ponderadas, mas nem sempre concordantes, em vários aspectos, com o original?

Quantos confiam somente na interpretação fornecida pelos estudiosos,  uma vez que a Bíblia, por sua densidade, metáforas e  simbolismos não é um livro muito fácil de ler e entender?

Quantos pregadores tem boa vontade, mas não conhecem o dinamismo das línguas e suas variantes dentro de um mesmo idioma ? O português de hoje é muito diferente do portugues do início do século passado e, para  lermos um documento da época do descobrimento do Brasil  por exemplo, é necessário um profundo conhecimento do portugues arcaico. Imaginemos as mudanças que o grego, o aramaico e  o hebraico sofreram ao longo de dois mil anos e teremos aí uma das grandes dificuldades dos  devotados ao estudo das escrituras, sem falar na interferência, consciente ou não,  do tradutor que é inevitável!

A verdade é que desde aquela ocasião eu  vivo me perguntando se não estamos transformando Deus em um deus tribal? Se ao insistirmos em disputar entre nós o poder do nosso Deus não estaremos voltando à época da mitologia, dos muitos deuses, num retrocesso que só servirá para aumentar o número de incrédulos, de ateus, ou seja, uma ação contrária à pretendida?  

Talvez - penso - seja mais sensato ampliarmos nossa atitude de solidariedade a todos. Quem sabe acolher com carinho as diferenças, incluindo-as quando não agredirem a nossa fé, os nossos princípios e afastando-nos delas quando não nos convierem como ensinou Paulo, mas sem estardalhaço, sem ironia, sem ferir, sem atitude de superioridade em relação ao outro?

Quem sabe se imitando os gestos e atitudes dAquele que tudo pode e, ainda assim permite as diferenças, não aprenderemos a ser mais humildes de coração e mais próximos dEle que nunca perguntou quem era quem na hora de servir e, também, nunca exigiu ser servido e, muito menos tentou se impôr? Ou será que acreditamos que na época em que Jesus viveu não existiam conflitos de idéias e de interesses? Existiam, sim e muitos. No entanto, ele nunca entrou em disputa para provar que Ele melhor do que os outros, implantaria o Reino de Deus na Terra, segundo uns e no coração dos homens, segundo outros, nos  quais eu me incluo. 

Jesus  veio , fez o que tinha que fazer sem exigir reconhecimento, cooperação ou seguidores.

Deixou-nos livres para decidir e,  presenteou-nos, com o melhor código de condutas   que, ainda hoje, não incorporamos: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos".

Quem ama não julga, educa, com paciencia e indulgência que é um sentimento doce e tranquilizante para quem o recebe e enobrecedor para quem oferece.
É assim que Ele age conosco, dois mil anos após o seu martírio!

Atos falam mais do que mil palavras e foi com eles que Simão Pedro, Paulo e outros apóstolos, após se converterem, confirmaram, seguindo as instruções de Jesus, um grande rebanho.

E, nós, seguiremos  fazendo apologias vazias de exemplos, criando separações entre os irmãos por parte de Pai ? Ou aprenderemos a praticar em nós, a poda moral que significa cortar o orgulho, o egoismo e a vaidade, para sermos instrumentos, amorosos, unificadores e, verdadeiramente, servirmos como convém a um cristão que se diz convertido?


Baseado no texto “Conversão”, do Livro Caminho, Verdade e Vida, de Emmanuel, psicografado por Francisco Candido Xavier.



sexta-feira, 22 de março de 2013

REFLETINDO COM DORA


                                                              Dora Helena Carquejeira

Aprendemos a conviver, aprendemos a enxergar quem nos ama de verdade.Crescemos!!!!
As pessoas se revelam,e em certas situações se tornam tão pequenas...uma hora a vida vai ensinar e aí quem sabe, elas percebam amanhã que perderam um bom afeto por conta de certas atitudes nem sempre condizentes com a decência humana.
Não devemos julgá-las,mas nos resguardar de falsos afetos é necessário.Esta é com certeza, uma importante e dura missão para todos nós.
Talvez falte em algumas pessoas a visão de que não estão enganando ninguém e sim, a si próprias. O amanhã sempre chega e é revelador.Nossas ações mais tarde mostram o lado bom e o outro lado.E quem garante que o mundo se curvará diante de seus gestos premetitados de suas falhas do passado?
É melhor refletir, sempre é tempo de reparação.
Bom dia para todos aqueles que não manipulam afetos.
Bom dia queridos amigos!!!!!

quinta-feira, 21 de março de 2013

Viva os Downs e seus cuidadores!

Aproveito a data comemorativa dos portadores da Síndrome de Down e convido a todos para refletir sobre a importância de manter um estado geral de saude, que impõe muito mais do que frequentar academias e spas.
Alimentação saudável, um tem...po para conviver com os familiares, trocar experiencias com amigos, rir, viajar, estudar, orar, diversificar, enfim,o mais que pudermos o nosso dia.
O colorido que já aprendemos dispor nos pratos que levamos à mesa, deve ser expandido para todas as atividades de nossas vidas.
Que cultivemos o hábito da gratidão, da benevolência, do não julgamento, do respeito à liberdade do outro e isto se faz começando com pequenas reflexões envolvendo a nossa relação com o outro.
Que tenhamos todos muito sucesso na nossa jornada terrena!
 

Filosofia do Estômago que Ninguém é de Ferro

Olá Pessoal!

Hoje resolvi compartilhar com vocês minha experiência com alimentação sem lactose e sem glúten.
Depois de muitos anos sofrendo de problemas digestivos (não muito graves, mas incomodativos),
descobri, quase por acaso,  que meu organismo rejeitava a lactose. Iniciei, então, um percurso culinário em busca de receitinhas saborosas e sem lactose. Nada muito dificil de encontrar. Mas, um novo "acaso" me envolveu numa conversa de supermercado com uma pessoa que não usava glúten e que  se sentia muito bem. Resolvi experimentar. Comprei dois pães de cenoura e levei para casa. Meu marido me disse que tinha sido muito bom para ele. Então resolvi oferecer a ele, e por extensão, a toda família, alimentos sem lactose e sem glúten. Pasmem, foi um sucesso!
Após as refeições nos sentimos dispostos, sem a sensação de plenitude, sem gases e, o que é melhor, nos alimentamos de comidinhas bem gostosinhas, coisa que eu não acreditava que existisse fora do padrão da mesa tradicional.
Divido com vocês a receita de um delicioso bolo de milho  verde que acabei de fazer para o café  da tarde. A receita foi retirada do Blog da Chef Carla Serrano cujo link estará no final do artigo. Sugiro que visitem, pois é muito bom.

Bolo de Milho Verde
Ingredientes:

3 ovos (180g)

1 xícara (chá) de leite (200ml)

1 xícara (chá) de leite de coco (200ml)

1 lata de milho verde (200g)

1 e 1/2 xícara (chá) de açúcar refinado (240g)

1 xícara (chá) de fubá (130g)

1/2 xícara (chá) de amido de milho (50g)

1 colher (sopa) rasada de fermento químico em pó (10g)

açúcar de confeiteiro e canela para polvilhar

Preparo:

No liquidificador, bata todos os ingredientes. Despeje na fôrma untada com manteiga ou óleo e polvilhada com fubá (18,5x27,5x4,5cm) e asse no forno preaquecido 180oC até que ao espetar um palito, este saia seco, por cerca de 30 minutos. Depois de frio, polvilhe com açúcar de confeiteiro misturado com canela, corte em quadrados e sirva.

Para uma preparação sem lactose, utilize leite de soja ou de arroz.
 
Fonte:

quarta-feira, 20 de março de 2013

A Lenda do Nascimento da Princesa



 Suely Monteiro

Para voce, minha filha, com todo o meu amor.
A rainha, feliz.

         Era uma vez num reino não muito distante, uma rainha, sentindo-se envelhecida e sem ter descendencia, solicitou uma audiência com o Senhor dos Mundos e lhe pediu, gentilmente, que lhe desse uma prole imensa.



       O Senhor, condoido pela humildade da jovem senhora, aquiesceu ao seu pedido e lhe disse que ficasse à vontade para escolher seus filhos.
Assim dizendo, mostrou-lhe uma imensidão de crianças de  sexo, cores,  estatura e espessura (isto também conta!) diferentes. Cada uma mais linda do que a outra.


Sensibilizada a rainha corria os olhos de uma para outra  criança, mostrando-se muito insegura para escolher, pois como disse, eram todas lindas.
Ela estava perdida na indecisão quando um anjo se aproximou e se ofereceu para  ajudá-la.
Ela aceitou, contente, e ele foi lhe falando sobre as qualidades de cada criança. Os tipos de inteligência que possuiam, as habilidades manuais, intelectuais, os pendores para as artes e tantas outras coisas que ela lhe perguntou se não possuiam defeito.
Não - respondeu - imediatamente.
Daqui saem todas perfeitas. Os defeitos, infelizmente, muitas adquirem após o nascimento.
A rainha estava encantada e decidida que escolheria sua prole de maneira bem diversificada: meninas, meninos, brancos, negros, altos, baixos, gordos e magros.
Nada de monocromático no seu reino!
Nada de uniformidade no meu reino. Gosto da diversidade. Ela disse sorrindo.

O anjo, certamente acostumado a tantos outros aconselhamentos sobre filhos, acompanhava-a, sereno, esperando, pacientemente sua decisão.

Passadas longas horas ela decidiu por dez belas crianças. Sorriu e brincou com o anjo : Pode empacotar antes que eu fique novamente confusa.
Deu uma última olhada nas crianças e seguiu o anjo para acompanhar sua encomenda.
Eles conversavam alegres enquanto eram preparados os documentos de adoção (na verdade as crianças são do Senhor do Mundo) temporária, quando a rainha viu uma pequenina, com um livrinho na mão , sentadinha debaixo de uma árvore.
Ela estava tão entretida que nem havia acorrido ao chamado para participar da seleção. O coração da rainha disparou tão forte emoção que sentiu ao olhar aquela criança.
Olhou com cara súplice para o anjo e perguntou: posso levar aquela, também?
Ele balancou a cabeça negativamente.
Ela insistiu: Por favor, só mais uma. Eu prometo que não peço mais nada durante toda minha vida.
O anjo, no entanto, irredutível, respondeu: Impossível. As ordens do Senhor são rigorosamente cumpridas por nós e Ele autorizou  somente dez.
A rainha ficou triste, muito triste, mas não podia deixar de entender que o anjo estava cumprindo a sua função e que ela havia aceitado o acordo.
Os dois, carregando as crianças, estavam chegando à porta de saída do reino quando a rainha de um salto perguntou: Posso trocar ? Era duro o jogo a que se propunha. Afinal, as crianças eram belas, haviam participado da seleção e foram aprovadas por ela, como, substituir alguma na última hora? 
Mas, por outro lado, ela não ficaria feliz sem aquela criança que mais profundamente do que todas as outras havia tocado seu coração.
 Aliás, havia tomado conta de todo o  seu ser!
O anjo, então, acho que querendo testá-la perguntou de chofre: Todas por uma?
Ela não vacilou: Sim, e agora!
Foi assim, que nove meses depois o sedex deixava no palácio da rainha, uma linda princesa de pele alva, olhos profundos, gestos calmos e coração generoso.
Foi recebida com muita alegria.
Vinte e seis anos se passaram sem que ela deixasse de ser o maior amor da rainha que hoje está idosa e plena de orgulho de ter feito uma boa escolha.
Uma única dor de vez em quando, entristece o coração da rainha: a princesa bate suas asinhas com muita frequência, para outros reinos.
É inteligente,  curiosa, gosta de conhecer lugares, pessoas e culturas diferentes!
Que fazer?!

Aceitar e viver a espera das novidades em cada uma de suas voltas.

segunda-feira, 18 de março de 2013

A ARTE RUPESTRE DE RONDÔNIA


A ARTE RUPESTRE DE RONDONIA

 
Suely Monteiro
Eu, com minha obra de arte contemporânea.


No dizer de Gombrich, “imagens e letras são parentes consanguíneos” e a arte pré-histórica, principalmente, a rupestre, corrobora o dizer desse grande mestre. Os desenhos encontrados na caverna de Lascaux, França, menos do que obras de arte, no sentido que entendemos hoje, são formas de comunicação entre eles e os deuses, e registros muito bons de como era a vida nos primórdios da humanidade.
 
No Brasil a arte rupestre pode ser encontrada no Rio Grande do Norte, Rondônia e Piauí e aqui, também, o objetivo é o mesmo, ou seja, magias, cultos à iniciação sexual e à fertilidade, magia, registros de sua história, sua vida, medos e feitos.
 
Caracterizam-se por traçados efetuados nas paredes rochosas com tintas vegetais, ocre, mistura de gordura, sangue de animais, salivas, buscando a maior semelhança possível os animais a serem caçados ou pessoas. Também se utilizavam de ossos e pedras para a fabricação de pequenos objetos ou estatuetas.
 
Dos muitos exemplares de peças encontrados em várias cidades dos três estados citados, escolhemos  um dos que se encontram no Museu Regional de Arqueologia de Rondônia, por concluir que possue as características mais facilmente identificáveis com a época e semelhanças com os encontrados na Caverna de Lascaux.

 


Arte Rupestre - Museu Regional de Arqueologia - Rondônia – Brasil.