Este realismo dos universais a primeira vista surpreende, mas foi amplamente defendido na idade média pelos assim chamados realistas,tanto desta como os da escola de Chartres. Importa atender, que não há grande diferença entre admitir um conjunto de idéias reais e estabelecer a existência de um Deus infinito.
A partir de sua gnosiologia, criou Platão uma ontologia, que começa por admitir realidades transcendentes universais. Conduz em frente doutrinas que tomou aos pitagóricos e aos eleatas.
Platão descreveu maravilhosamente o ser e sobretudo o belo, quando o homem subitamente se eleva ao estado de filósofo e o atinge como arquétipo do que há nos seres singulares e nas coisas belas multiplicadas:
"...este homem verá bruscamente certa beleza, de uma natureza maravilhosa. Verá um ser que, em primeiro lugar, é eterno, que não nasce, nem morre, que não aumenta e nem diminui, que além disso não é em parte belo, que não aumenta e nem diminui, que além disso não é em parte belo e em parte feio, agora belo e depois feio, belo em comparação com isto e feio em comparação com aquiilo, belo e feio acolá, belo para alguns e feio para outros. Conhecerá a beleza que não se apresenta como rosto ou como mãos ou qualquer outra coisa corporal. Beleza ao contrário, que existe em si mesma e por si mesma, sempre idêntica, e da qual participam todas as demais coisas belas. Estas coisas belas individuais, que participam da beleza suprema, ora nascem, ora morrem; mas essa beleza jamais aumenta ou diminui, nem sofre alteração de qualquer espécie" (Simpósio, 210 2 - 211a).
Fonte: Enciclopédia Simpozio
http://www.cfh.ufsc.br/~simpozio/novo/2216y098.htm#TopOfPage
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