sexta-feira, 23 de julho de 2010

SEGUNDO PERIODO DE FILOSOFIA ANTIGA: PLATÃO.

I BIOGRAFIA DE PLATÃO

Nasceu Platão (427-347) em Atenas, de família aristocrática. Tinha 28 anos ao morrer Sócrates em 399 a.C., do qual fora discípulo e admirador, desde cerca do ano 407, e ao qual retratou em seus diálogos, ao mesmo tempo que lhe deu a posição de personagem principal.
Inicialmente sonha realizar-se como poeta. Ouvindo a Sócrates moveu-se na direção da filosofia e dos conhecimentos em geral, sobretudo políticos, dedicando-se à reforma social, pois se encontrava na envolvido na difícil situação de Atenasapós as transformações decorrentes do desastre da Guerra do Peloponeso ganha por Esparta.
Não perdeu Platão a inclinação literária inicial, convertendo-se em um ensaísta de excelente estilo. Ainda hoje é um dos nomes mais citados em literatura e filosofia.

A elevada sabedoria a que chegou Platão, cingiram-no de lendas explicativas e que, em última instância, são a comprovação de sua grandeza.
"Segundo um rumor acreditado em Atenas e reproduzido por Speusipo, Clearco e Anaxíledes, desejando Áriston (suposto pai de Platão) consumar sua união com Perictione, que era muito formosa, não pode levá-la à efeito; renunciou então as suas tentativas e viu ao mesmo tempo Apolo nos braços de sua mulher, o qual determinou não toca-lá até depois do parto" (D. Laércio, III).
Dali veio que Platão, como muitos outros homens importantes da antiguidade, era considerado Filho de Deus. Ainda hoje se diz "O divino Platão".
Afirma-se que Platão nasceu em 7 de targélion (7 de maio), dia em que os habitantes de Delfos crêem que nasceu Apolo. Esta datação pode ser consequência do mito de que Platão fora um "filho de Deus". O mesmo se tem dito de notáveis fundadores de religião.

A Guerra do Peloponeso pesou negativamente sobre o jovem Platão, o qual não se entusiasmou com o governo progressista, mas arbitrário, dos Trinta Tiranos (anos 404-403 a.C.), dos quais Criton era seu parente, e muito menos com a demagogia do governo que lhes sucedeu, sobretudo por causa da morte infligida a Sócrates. De outra parte, isto levou o jovem Platão a pensar em um novo modelo de governo, o qual pretendeu copiar nas instituições militaristas de Esparta e no governo de Siracusa. Desiludido de Atenas, pôs-se a viajar e a conhecer outras cidades.
De 399 a 396 a.C. Platão teria estado em Mégara, nas proximidades de Atenas, estudando com Euclídes, chefe de uma "escola socrática menor", que se orientava pelo eleaticismo unicista de ser. É possível que tenha retornado a Atenas pela volta de 395 a.C., quando teria escrito algumas obras.
Quando de novo se retira, toma o rumo da Itália, estabelecendo-se na poderosa e rica Siracusa. Agora toma contatos com os pitagóricos, cujos arquétipos matemáticos o influirão definitivamente. Mas também se ocupa da ideologia política, armazenando-se de idéias novas, para um segundo retorno a Atenas. Esta sua viagem para a Itália, ou Sicília, teria ocorrido nos anos de 390 a 388 a.C. O retorno a Atenas ocorre não sem tumulto.
Dionísio, o tirano de Siracusa, indispusera-se com as idéias indiscretas e novas de Platão. Entregou-o a um piloto espartano (e portanto inimigo dos atenienses) para que o levasse como escravo, ou o vendesse, ou mesmo o lançasse ao mar.
Assim foi que Platão acabou por ser vendido em Egina, uma ilha já não longe de Atenas. O pitagórico Aniceris, de Cirene, resgatou a Platão. Este fato mostra bem as ligações entre o grande filósofo e a escola de Pitágoras, bem como as relações filantrópicas exercídas pelos pitagóricos entre si.

A Academia foi a grande criação de Platão, pela volta de 387 a.C., logo após sua libertação. Instalou-se no recinto do Ginásio de Academo (dali o nome da escola).
Estabelecimento de nível superior, com vários professores, a Academia subsistiu até 529 d.C., quando foi fechada, após 9 séculos de atividade, pelo imperador Justino, de modo geral para favorecer o cristianismo e Constantinopla.
O espírito reformista de Platão se refletiu na circunstância de admitir as mulheres na Academia. Estas poderiam ali vestir-se como o homem. Este fato sugere também que a educação em Atenas estava a copiar o modelo educacional e social de Esparta.
Voltou ainda duas vezes à Siracusa, com vistas às suas preocupações políticas e de reformas sociais.
Morrendo aos 80 anos, foi Platão um exemplo raro de grandeza humana, à qual se deve em grande parte a permanência quase milenar de sua escola, fechada apenas quando prevaleceu a injunção ideologica do Imperador cristão de Constantinopla.
Fonte: Enciclopédia Simpozio
http://www.cfh.ufsc.br/~simpozio/novo/2216y098.htm#TopOfPage

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