Política.
Politicamente, Platão foi inovador, numa época em que de fato as reformas se faziam necessárias, em vista do declínio do poder de Atenas, debilitada pela longa Guerra do Peloponeso, quando acabou vencida por Esparta.
Admite Platão a desigualdade dos homens segundo a natureza e não segundo o nascimento. Em sua república todos deverão ter oportunidade de acordo com as qualidades pessoais. As mulheres têm iguais direitos que os homens, inclusive para serem guerreiras e praticarem a ginástica nuas, conforme o uso do tempo. Elas têm também o direito de comparecer à Academia vestidas como os homens, os quais então usavam vestes mais curtas.
O Estado em Platão é de direito natural. Os homens necessitam da vida em comum, para que as tarefas sejam executadas especializadamente e se complementa entre si.
"O que dá nascimento a uma cidade é, creio, a impotência de cada indivíduo de bastar-se a si próprio e a sua necessidade de uma multidão de coisas. Assim, pois, um homem traz consigo outro homem para determinado emprego e outro ainda para um outro emprego e a multiplicidade das necessidades reúne numa mesma residência grande número de associados e auxiliares; a esse estabelecimento comum damos o nome de cidade" (República, 369 b).
A forma de governo é concebida por Platão à maneira de Estado absolutista e socializante. Não resulta o poder da união jurídica das vontades. O poder político é extrínseco e une como que de fora. O governante é como o médico, o qual decide em virtude de seu saber e não representa o saber dos indivíduos aos quais medica. Este modo de ver não confere com o princípio de que o Estado tenha nascimento em um contrato social.
Distinguindo entre três formas de governo, - monarquia, aristocracia, democracia, - preferiu Platão a aristocracia (República, 415). Mas não afastou as outras formas de governo. Em épocas diferentes oscilou em sua opinião.
No Político foi partidário de um absolutismo moderado, tendo os olhos em Dion, de Siracusa:
"A conclusão, pois, ao que me parece, é que a forma correta de governo é de apenas um, de dois ou quando muito alguns, se é que esta forma correta possa realizar-se "(Político 293).
Em Leis, escrito na velhice e com mais realismo, passou a aceitar um regime misto de monarquia e democracia, ainda que não chegue a ser perfeito
Classes sociais.
Admite Platão a desigualdade dos homens segundo a natureza e não segundo o nascimento. Em sua república todos deverão ter oportunidade de acordo com as qualidades pessoais. As mulheres têm iguais direitos que os homens, inclusive para serem guerreiras e praticarem a ginástica nuas, conforme o uso do tempo. Elas têm também o direito de comparecer à Academia vestidas como os homens, os quais então usavam vestes mais curtas.
O Estado em Platão é de direito natural. Os homens necessitam da vida em comum, para que as tarefas sejam executadas especializadamente e se complementa entre si.
"O que dá nascimento a uma cidade é, creio, a impotência de cada indivíduo de bastar-se a si próprio e a sua necessidade de uma multidão de coisas. Assim, pois, um homem traz consigo outro homem para determinado emprego e outro ainda para um outro emprego e a multiplicidade das necessidades reúne numa mesma residência grande número de associados e auxiliares; a esse estabelecimento comum damos o nome de cidade" (República, 369 b).
A forma de governo é concebida por Platão à maneira de Estado absolutista e socializante. Não resulta o poder da união jurídica das vontades. O poder político é extrínseco e une como que de fora. O governante é como o médico, o qual decide em virtude de seu saber e não representa o saber dos indivíduos aos quais medica. Este modo de ver não confere com o princípio de que o Estado tenha nascimento em um contrato social.
Distinguindo entre três formas de governo, - monarquia, aristocracia, democracia, - preferiu Platão a aristocracia (República, 415). Mas não afastou as outras formas de governo. Em épocas diferentes oscilou em sua opinião.
No Político foi partidário de um absolutismo moderado, tendo os olhos em Dion, de Siracusa:
"A conclusão, pois, ao que me parece, é que a forma correta de governo é de apenas um, de dois ou quando muito alguns, se é que esta forma correta possa realizar-se "(Político 293).
Em Leis, escrito na velhice e com mais realismo, passou a aceitar um regime misto de monarquia e democracia, ainda que não chegue a ser perfeito
Classes sociais.
Os cidadãos, que constituem a cidade, estão naturalmente separados em classes. Platão, por exemplo, era da nobreza.
Explicou em forma de mito e com analogias as diferenças sociais:
"Sois todos irmãos os que fazeis parte do Estado; mas o Deus que vos criou fez entrar o ouro na composição de vós outros que sois aptos para governar. Por isso mesmo os tais são mais preciosos. Misturou prata na constituição dos guerreiros; o ferro e o cobre na dos lavradores e artífices" (República 415 a).
Aptos para governar são os filósofos (os sábios), como outros são aptos para a guerra e para ser artífices.
A distribuição por classes não é todavia um privilégio social e sim vocacional, podendo variar de pai para filho. Devem, pois, ser todos aproveitados conforme as aptidões:
"Tendo todos uma origem comum, tereis ordinariamente filhos que se vos assemelhem. Poderá, porém, acontecer que o cidadão de raça de ouro tenha um filho de raça de prata; e, por outro lado, que o de prata produza o de ouro e, que o mesmo suceda a respeito das outras raças. Por isso ordena Deus, principalmente aos magistrados, que se ocupem acima de tudo em conhecer de que metal é feita a alma de cada criança e, que, se em seus próprios filhos encontrem alguma mescla de ferro ou cobre, os tratem sem mercê e os releguem à categoria dos artesãos ou lavradores. Também requer Deus que, se estes últimos tiverem filhos que venham ao mundo com mescla de ouro ou prata, elevem aqueles à categoria de magistrados, estes à de guerreiros. Porque há um oráculo que diz que a república perecerá no dia em que for governada por ferro ou bronze" (República 415 b-d).
Explicou em forma de mito e com analogias as diferenças sociais:
"Sois todos irmãos os que fazeis parte do Estado; mas o Deus que vos criou fez entrar o ouro na composição de vós outros que sois aptos para governar. Por isso mesmo os tais são mais preciosos. Misturou prata na constituição dos guerreiros; o ferro e o cobre na dos lavradores e artífices" (República 415 a).
Aptos para governar são os filósofos (os sábios), como outros são aptos para a guerra e para ser artífices.
A distribuição por classes não é todavia um privilégio social e sim vocacional, podendo variar de pai para filho. Devem, pois, ser todos aproveitados conforme as aptidões:
"Tendo todos uma origem comum, tereis ordinariamente filhos que se vos assemelhem. Poderá, porém, acontecer que o cidadão de raça de ouro tenha um filho de raça de prata; e, por outro lado, que o de prata produza o de ouro e, que o mesmo suceda a respeito das outras raças. Por isso ordena Deus, principalmente aos magistrados, que se ocupem acima de tudo em conhecer de que metal é feita a alma de cada criança e, que, se em seus próprios filhos encontrem alguma mescla de ferro ou cobre, os tratem sem mercê e os releguem à categoria dos artesãos ou lavradores. Também requer Deus que, se estes últimos tiverem filhos que venham ao mundo com mescla de ouro ou prata, elevem aqueles à categoria de magistrados, estes à de guerreiros. Porque há um oráculo que diz que a república perecerá no dia em que for governada por ferro ou bronze" (República 415 b-d).
Quanto às mulheres, garantiu Platão sua participação nas três classes. Poderiam ser magistradas, guerreiras e artífices desde que tivessem as respectivas qualidades.
Como já foi referido, Platão também admitia as mulheres na academia, o que lhes permitia os exercícios ginásticos.
Atento aos usos ginásticos de então e à fragilidade, esclareceu:
"As mulheres de nossos guerreiros não hesitarão em se despir, uma vez que a virtude lhes faça as vezes de vestes. Tomarão parte com seus esposos nos trabalhos da guerra e nas funções que lhe são inerentes como custódios da república. Somente em atenção da fragilidade do sexo, se lhes atribuirão tarefas menos árduas" (República 457 a).
Ainda para contornar uma situação de seu tempo, Platão defendeu a estranha instituição da mulher comum para todos os guerreiros. A educação dos respectivos filhos seria também coletiva, pelo Estado.
Aristóteles, contestando a esta maneira de ver, dizia que era preferível ser o último dos primos, que o filho da república de Platão. (Política, I, 2).
São ainda teses significativas de Platão: a propriedade coletiva das terras (bens de produção), a educação pelo Estado (Educação pública, Estado educador).
A filosofia da arte de Platão é idealista classicista, porquanto o objetivo era sempre o objeto ideal e não o singular.
Recomendou as artes de conteúdo mais espiritual, como a poesia literária, música e dança. Quanto à arte da escultura, advertia que era preferível apresentar um homem real, do que uma imitação de homem. Mesmo o homem real não passava de sombra do homem arquétipo.
Apreciação.
De Platão tudo se pode dizer. Ainda que houvesse defendido um governo absolutista, nos seus diálogos foi, entretanto, democrático. Havendo introduzido a diversidade dos personagens, permitiu que tudo fosse dito e discutido: como que num vasto simpósio.
Seu método foi apriorístico, havendo sido um aficcionado da análise dos conceitos eminentemente racionais. Não analisou suficientemente os dados empíricos; o método da indução, melhor conduzido, o teriam levado mais cedo à moderação; esta, aliás, ele a passou a ter nos seus últimos textos.
Platão foi o elo entre o racionalismo pitagórico e o racionalismo moderado de seu maior discípulo, Aristóteles.
Fonte: Enciclopédia Simpozio
http://www.cfh.ufsc.br/~simpozio/novo/2216y098.htm#TopOfPage
Seu método foi apriorístico, havendo sido um aficcionado da análise dos conceitos eminentemente racionais. Não analisou suficientemente os dados empíricos; o método da indução, melhor conduzido, o teriam levado mais cedo à moderação; esta, aliás, ele a passou a ter nos seus últimos textos.
Platão foi o elo entre o racionalismo pitagórico e o racionalismo moderado de seu maior discípulo, Aristóteles.
Fonte: Enciclopédia Simpozio
http://www.cfh.ufsc.br/~simpozio/novo/2216y098.htm#TopOfPage
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