sábado, 28 de agosto de 2010
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
TERCEIRO PERÍODO DA FILOSOFIA ANTIGA:FILOSOFIA HELÊNICO-ROMANA.
Escolas Socráticas remanescentes e novas escolas.
Introdução.
Introdução.
No fim do 4-o século a. C. alteraram-se profundamente as condições políticas e culturais de todo o Ocidente e Ásia Menor. O novo contexto político veio a ser denominado mundo helênico-romano, em função a dois povos que o dominaram, com uma perduração de cerca de mil anos.
A mudança se processou em tais dimensões, mesmo na filosofia, que ficou inadequado usar-se para o novo tempo desta simplesmente o nome de período pós-socrático; contudo, faz-se o uso por mera comodidade. O nome plenamente adequado é o de filosofia helênico-romana.
A mudança se processou em tais dimensões, mesmo na filosofia, que ficou inadequado usar-se para o novo tempo desta simplesmente o nome de período pós-socrático; contudo, faz-se o uso por mera comodidade. O nome plenamente adequado é o de filosofia helênico-romana.
A transformação política iniciara em 334 a.C., quando Alexandre Magno se lançou à conquista do Império Persa, avançando até a Índia no Oriente. Falecido prematuramente em 323 a.C., seus generais dividiram o grande espaço em vários novos reinos, mantendo todavia o novo espírito. Destacaram-se dois, - o reino dos Seleucidas, com a capital em Antioquia da Síria, e o reino dos Ptolomeus, com capital em Alexandria, no Egito.
Ficaram também alteradas as condições do desenvolvimento cultural. Sobretudo em Alexandria a cultura alcançará notória prosperidade, com suas escolas e grande biblioteca; chegou a ser considerada uma segunda Atenas.
Mais no Ocidente crescerá o poderio de Roma. Esta conquistou as cidades gregas do sul da península itálica, sem todavia destruir a anterior cultura grega. Aos poucos também conquistou o Norte da África Ocidental, vencendo ali sua próspera concorrente, Cartago.
Enquanto durava este processo de conquista do Norte da África Ocidental, - que passaria a ser conhecida como África Latina, - Roma sutilmente fará a política de equilibrio com Alexandria; por sua vez Cartago se havia apoiado em Macedônia e em Antióquia da Síria.
Apoderaram-se os romanos primeiramente da Grécia e Macedônia, de 200 a 197 a.C., a pretexto do apoio ali encontrado por Anibal, de Cartago.
Antióquia da Síria, que houvera apoiado Macedônia, continua combatida por Roma e se enfraqueceu. Dali porque readquiriram os judeus, súditos de Antioquia, a sua independência, estabelecendo-se então o reino dos Macabeus (150-62 a.C.). Mas, em 64 a.C., os romanos integram no seu vasto domínio também a Síria e o reino dos Macabeus.
Agora o maquiavelismo romano já não mais vê sentido apoiar o Egito; derrotando a rainha Cleópatra, anexaram o Egito ao Império Romano em 31 a.C. Estava refeita a unidade do Império de Alexandre Magno, ainda que de um novo modo e em dimensões ainda maiores.
A cultura helênica, já bastante vasta, se expandiu primeiramente por todo o Oriente, no espaço maior criado por Alexandre Magno e seus sucessores seleucidas e ptolomeus. Nesta primeira fase verifica-se a atuação das assim chamadas escolas pós-socráticas, - dos peripatéticos, acadêmicos, epicuristas, estóicos, céticos.
Criado o mundo romano, a cultura helênica, que já cedo existia em várias regiões do Ocidente, expandiu-se ainda mais. Nesta outra fase, a cultura também se processa na língua latina, ao mesmo tempo que prosperando na grega. Institui-se, portanto, uma fase dúplice: helênico-romana. Além disto as formas escolares anteriores assumem formulações renovadas, como quem diz neopitagóricos, neoplatônicos, neo-acadêmicos, novo pórtico (novo estoicismo), céticos novos. No Ocidente o latim se tornará língua exclusiva em relação à grega somente na Idade Média.
No período helênico-romano também se darão profundas transformações sociais; dali o direito romano.
Ficaram também alteradas as condições do desenvolvimento cultural. Sobretudo em Alexandria a cultura alcançará notória prosperidade, com suas escolas e grande biblioteca; chegou a ser considerada uma segunda Atenas.
Mais no Ocidente crescerá o poderio de Roma. Esta conquistou as cidades gregas do sul da península itálica, sem todavia destruir a anterior cultura grega. Aos poucos também conquistou o Norte da África Ocidental, vencendo ali sua próspera concorrente, Cartago.
Enquanto durava este processo de conquista do Norte da África Ocidental, - que passaria a ser conhecida como África Latina, - Roma sutilmente fará a política de equilibrio com Alexandria; por sua vez Cartago se havia apoiado em Macedônia e em Antióquia da Síria.
Apoderaram-se os romanos primeiramente da Grécia e Macedônia, de 200 a 197 a.C., a pretexto do apoio ali encontrado por Anibal, de Cartago.
Antióquia da Síria, que houvera apoiado Macedônia, continua combatida por Roma e se enfraqueceu. Dali porque readquiriram os judeus, súditos de Antioquia, a sua independência, estabelecendo-se então o reino dos Macabeus (150-62 a.C.). Mas, em 64 a.C., os romanos integram no seu vasto domínio também a Síria e o reino dos Macabeus.
Agora o maquiavelismo romano já não mais vê sentido apoiar o Egito; derrotando a rainha Cleópatra, anexaram o Egito ao Império Romano em 31 a.C. Estava refeita a unidade do Império de Alexandre Magno, ainda que de um novo modo e em dimensões ainda maiores.
A cultura helênica, já bastante vasta, se expandiu primeiramente por todo o Oriente, no espaço maior criado por Alexandre Magno e seus sucessores seleucidas e ptolomeus. Nesta primeira fase verifica-se a atuação das assim chamadas escolas pós-socráticas, - dos peripatéticos, acadêmicos, epicuristas, estóicos, céticos.
Criado o mundo romano, a cultura helênica, que já cedo existia em várias regiões do Ocidente, expandiu-se ainda mais. Nesta outra fase, a cultura também se processa na língua latina, ao mesmo tempo que prosperando na grega. Institui-se, portanto, uma fase dúplice: helênico-romana. Além disto as formas escolares anteriores assumem formulações renovadas, como quem diz neopitagóricos, neoplatônicos, neo-acadêmicos, novo pórtico (novo estoicismo), céticos novos. No Ocidente o latim se tornará língua exclusiva em relação à grega somente na Idade Média.
No período helênico-romano também se darão profundas transformações sociais; dali o direito romano.
Dão-se mudanças religiosas, pela penetração das formas orientais, igualmente em transformação, de que o cristianismo é o principal exemplo. Com referência ao islamismo é também um exemplo de transformação, todavia mais tardio.
No decorrer do período helênico romano circulava-se do Oriente ao Ocidente. Nesta circulação difundiu-se por toda a parte a filosofia, o mesmo ocorrendo com as religiões, os costumes e as artes.
Subdivisão do período pós-socrático.
No decorrer do período helênico romano circulava-se do Oriente ao Ocidente. Nesta circulação difundiu-se por toda a parte a filosofia, o mesmo ocorrendo com as religiões, os costumes e as artes.
Subdivisão do período pós-socrático.
É possível determinar vagamente duas fases na filosofia helênico romana.
Uma primeira fase acontece desde o período socrático até o 2-o século d.C. Esta primeira fase é mais tipicamente pós-socrática. Citam-se então as escolas remanescentes, que dão continuidade linear ao pensamento dos grandes mestres Platão e Aristóteles, bem como às escolas socráticas menores.
Na segunda fase do período helênico-romano acontece uma tendência ecleticista, com a penetração do pensamento de umas escolas no das outras. O platonismo penetra no aristotelismo. O pensamento cético em crescimento invade por sua vez o platonismo, de onde resulta a expressão neo-acadêmicos. Cresce também o ativismo religioso, com o domínio final das religiões orientais, sobretudo do cristianismo, num processo todavia bastante ecleticista. Nesta segunda fase acentua-se a importância do neoplatonismo, quer helênico, com Plotino, quer judaico e cristão. O quadro temático da segunda fase do período helênico-romano é o de que se concentrou no ético e religioso.
A distinção entre as duas fases da filosofia helênico-romana não impõe contudo uma divisão didática na exposição de sua história. É possível examinar cada escola mais ou menos linearmente ao longo de todo o período pós-socrático.
Uma primeira fase acontece desde o período socrático até o 2-o século d.C. Esta primeira fase é mais tipicamente pós-socrática. Citam-se então as escolas remanescentes, que dão continuidade linear ao pensamento dos grandes mestres Platão e Aristóteles, bem como às escolas socráticas menores.
Na segunda fase do período helênico-romano acontece uma tendência ecleticista, com a penetração do pensamento de umas escolas no das outras. O platonismo penetra no aristotelismo. O pensamento cético em crescimento invade por sua vez o platonismo, de onde resulta a expressão neo-acadêmicos. Cresce também o ativismo religioso, com o domínio final das religiões orientais, sobretudo do cristianismo, num processo todavia bastante ecleticista. Nesta segunda fase acentua-se a importância do neoplatonismo, quer helênico, com Plotino, quer judaico e cristão. O quadro temático da segunda fase do período helênico-romano é o de que se concentrou no ético e religioso.
A distinção entre as duas fases da filosofia helênico-romana não impõe contudo uma divisão didática na exposição de sua história. É possível examinar cada escola mais ou menos linearmente ao longo de todo o período pós-socrático.
O mesmo se pode dizer da distinção entre escolas socráticas remanescentes e as que surgiram com denominações inteiramente novas. Não existe esta inteira novidade, senão de grau. Mas se houvermos de procurar alguma diferenciação maior, elas se encontram no estoicismo, neoplatonismo, e sobretudo na filosofia patrística.
Foi a patrística uma simbiose de estoicismo e neoplatonismo, que, sob inspiração religiosa cristã, se desenvolveu, embora muito de vagar, o suficiente para conseguir atravessar o tempo e finalmente se transpor às novas nações da Idade Média.
Foi a patrística uma simbiose de estoicismo e neoplatonismo, que, sob inspiração religiosa cristã, se desenvolveu, embora muito de vagar, o suficiente para conseguir atravessar o tempo e finalmente se transpor às novas nações da Idade Média.
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
SEGUNDO PERÍODO DA FILOSOFIA ANTIGA: AS DOUTRINAS DE ARISTÓTELES.
Política
Foi Aristóteles mais realista que Platão em seus conceitos sobre a sociedade política. Apoiou-se no estudo direto das constituições então existentes nas cidades-estados da Grécia.
A sociedade é de origem natural, como em Platão contra os sofistas. É famosa a expressão de Aristóteles:
"O homem é por natureza um animal político" (Política 1253, a 3).
O fim da sociedade é o bem geral. Todavia não inclui nas atribuições do estado todas as tarefas. Exclui, por exemplo, a comunidade socialista dos bens. Impugna a comunidade platônica de mulheres e filhos.
"É melhor ser o último dos primos do que o filho na República de Platão" (Política, 2,c.1, §10-11).
Quanto aos componentes da comunidade, - os cidadãos, - admite Aristóteles a diversidade social. Tolera a situação então vigente, dos servos ou escravos.
"Há uma espécie humana de indivíduos tão inferiores a outros como o corpo o é em relação à alma, ou a fera ao homem; são os homens nos quais o emprego da força física é o melhor que deles se obtém. Partindo dos nossos princípios, tais indivíduos são destinados, por natureza, à escravidão" (Política, I,c.2, § 13).
A sociedade é de origem natural, como em Platão contra os sofistas. É famosa a expressão de Aristóteles:
"O homem é por natureza um animal político" (Política 1253, a 3).
O fim da sociedade é o bem geral. Todavia não inclui nas atribuições do estado todas as tarefas. Exclui, por exemplo, a comunidade socialista dos bens. Impugna a comunidade platônica de mulheres e filhos.
"É melhor ser o último dos primos do que o filho na República de Platão" (Política, 2,c.1, §10-11).
Quanto aos componentes da comunidade, - os cidadãos, - admite Aristóteles a diversidade social. Tolera a situação então vigente, dos servos ou escravos.
"Há uma espécie humana de indivíduos tão inferiores a outros como o corpo o é em relação à alma, ou a fera ao homem; são os homens nos quais o emprego da força física é o melhor que deles se obtém. Partindo dos nossos princípios, tais indivíduos são destinados, por natureza, à escravidão" (Política, I,c.2, § 13).
Não se definiu, pois, claramente contra a escravidão, porque lhe parecia que alguns não têm condição funcional senão a de serem servos. Até seu tempo, sequer as religiões tinham um conceito claro contra a escravidão; somente mais tarde os estóicos desenvolverão as ideias sobre uma sociedade sem a servidão.
A sociedade resulta da união de todos. Mas a extensão desta união ainda não pode ir muito além de uma cidade. Aristóteles não previu o grande Estado, como Alexandre já o estava formando e que passaria a ser o modelo político do mundo helênico e romano.
As formas de governo não são naturais, devendo ser definidas pelas circunstâncias. As formas fundamentais de governo são três: monarquia, aristocracia, república ou democracia. As degenerações respectivas são a tirania, a oligarquia, a demagogia.
Aristóteles admite a todas as formas como possíveis, desde que o monarca e os cidadãos, respectivamente, se dediquem seriamente aos negócios públicos. Prefere a aristocracia no sentido de governo dos ótimos, não no sentido péssimo de oligarquia dos ricos, ou dos poderosos. O melhor estado é o aristocrático, porquanto é concebido como sendo o dos melhores.
Família e Educação
As formas de governo não são naturais, devendo ser definidas pelas circunstâncias. As formas fundamentais de governo são três: monarquia, aristocracia, república ou democracia. As degenerações respectivas são a tirania, a oligarquia, a demagogia.
Aristóteles admite a todas as formas como possíveis, desde que o monarca e os cidadãos, respectivamente, se dediquem seriamente aos negócios públicos. Prefere a aristocracia no sentido de governo dos ótimos, não no sentido péssimo de oligarquia dos ricos, ou dos poderosos. O melhor estado é o aristocrático, porquanto é concebido como sendo o dos melhores.
Família e Educação
O Estado deve promover a família e a educação, legislando sobre as mesmas.
"Convém fixar o casamento das mulheres nos dezoito anos, e o dos homens nos trinta e sete, ou pouco menos. Assim a união será feita no momento do máximo vigor e os dois esposos terão um tempo pouco mais ou menos igual para educar a família, até que cessem a ser próprios à procriação" (Política, 4,c.14, § 6).
Com vistas à depuração social defende ainda:
"Quanto a saber quais os filhos que se devem abandonar ou educar, deve haver uma lei que proíba alimentar toda a criança disforme. Sobre o número dos filhos (porque o número dos nascimentos deve sempre ser limitado), se os costumes não permitem que os abandonem e se alguns casamentos são tão fecundos que ultrapassem o limite fixado de nascimentos, é preciso provocar o aborto, antes que o feto receba animação e a vida; com efeito, só pela animação e vida se poderá determinar se existe crime" (Política, 4,c.14, § 10).
Só modernamente se veio a saber melhor sobre a vida. Enquanto isto demorou, até moralistas cristãos admitiram o aborto antes da referida animação de que fala Aristóteles, como acontecida apenas em um estágio adiantado da gestação.
O grande Aristóteles, apesar de sua vida relativamente curta (62 anos) e da perda de seus livros mais literários e brilhantes, continua sempre grande.
Não se sabendo dizer se foi mesmo o maior filósofo dentre os até agora nascidos, certamente é Aristóteles ainda uma das cordilheiras mestras do pensamento humano.
Fonte: Enciclopédia Simpozio
http://www.cfh.ufsc.br/~simpozio/novo/2216y098.htm#TopOfPage
"Convém fixar o casamento das mulheres nos dezoito anos, e o dos homens nos trinta e sete, ou pouco menos. Assim a união será feita no momento do máximo vigor e os dois esposos terão um tempo pouco mais ou menos igual para educar a família, até que cessem a ser próprios à procriação" (Política, 4,c.14, § 6).
Com vistas à depuração social defende ainda:
"Quanto a saber quais os filhos que se devem abandonar ou educar, deve haver uma lei que proíba alimentar toda a criança disforme. Sobre o número dos filhos (porque o número dos nascimentos deve sempre ser limitado), se os costumes não permitem que os abandonem e se alguns casamentos são tão fecundos que ultrapassem o limite fixado de nascimentos, é preciso provocar o aborto, antes que o feto receba animação e a vida; com efeito, só pela animação e vida se poderá determinar se existe crime" (Política, 4,c.14, § 10).
Só modernamente se veio a saber melhor sobre a vida. Enquanto isto demorou, até moralistas cristãos admitiram o aborto antes da referida animação de que fala Aristóteles, como acontecida apenas em um estágio adiantado da gestação.
O grande Aristóteles, apesar de sua vida relativamente curta (62 anos) e da perda de seus livros mais literários e brilhantes, continua sempre grande.
Não se sabendo dizer se foi mesmo o maior filósofo dentre os até agora nascidos, certamente é Aristóteles ainda uma das cordilheiras mestras do pensamento humano.
Fonte: Enciclopédia Simpozio
http://www.cfh.ufsc.br/~simpozio/novo/2216y098.htm#TopOfPage
ARTE: ESCULTURA.
Uma homenagem ao meu amor.
Camille Claudel (1864-1943) que amou até a loucura, retratou no mármore, as belas imagens de Pomana e Vertumno.
SEGUNDO PERÍODO DA FILOSOFIA ANTIGA: AS DOUTRINAS DE ARISTÓTELES.
Filosofia Moral
Seguiu Aristóteles, como se vê em seu tratado Ética à Nicômaco, as linhas gerais da filosofia moral de Sócrates e Platão, aperfeiçoando-a.
Desenvolveu uma ética do direito natural (contra o positivismo dos sofistas).
Além disto sua Ética é finalista, subordina a natureza individual de cada um a um padrão ideal (Ética da recta ratio).
Mas, em Aristóteles todos estes conceitos recebem sutis alterações, decorrentes da sua mundivisão do ser e de sua imagem do homem. Opusera-se ao orfismo, que dominara o pensamento de Pitágoras, Sócrates e Platão; preocupavam-se estes com um homem, cujo espírito estaria apenas de trânsito por este mundo, encarcerado no corpo, e cuja felicidade se condicionaria a um êxodo da matéria.
O padrão ideal, que comanda a recta ratio, aqueles filósofos os situavam de maneira muito enfática, como um mundo de ideias reais arquétipas transcendentes. Esta fundamentação teonômica, que no caso da Ética seria o bem como tal, desaparece, por força das circunstâncias na nova mundivisão de Aristóteles. O universal, portanto o modelo ideal dos entes, é colocado pelo novo filósofo dentro de cada ser individual, em função do qual se criam os seus deveres morais.
Uma vez estabelecidos os arquétipos dentro dos próprios indivíduos, a pergunta principal da ética aristotélica consiste em saber que é o homem especificamente, para que este conceito sirva de norma a ser executada como obrigação ética.
Não obstante a abertura maior da ética de Aristóteles, mas o fato mesmo de estabelecer como norma um arquétipo imanente ao mesmo homem, não obstante conservar seu aspecto finalístico e obediente a arquétipos imanentes, o dever ser se torna mais difícil de fixar. O bem geral, como universal a comandar todos os entes, é apenas um padrão analógico. Suas derivações para as diferentes espécies particulares dos entes, respeitam as particularidades enquanto áreas distintas. Por sua vez, quais seriam os padrões destas? Eis quando se estabelece a pergunta sobre a natureza ideal do homem. Fácil estabelecer que a ética atende à natureza ideal do homem. Todavia, o conteúdo desta natureza não se conhece com facilidade.
Aristóteles estabeleceu a especificidade do homem em sua natureza racional. Mas ainda não é tudo. Com que medidas realizará esta natureza? Em escala de graus surgirão as demais determinações. Eis quando a ética peripatética se firma num conceito já peculiar ao grego, - o meio termo, o equilíbrio, a justa medida, a prudência... No meio está a virtude! Isto é, no meio está o objetivo ético. Igualmente no meio está o belo. O próprio conceito de hierarquia, não é senão o da unidade em torno do principal.
O bem moral do homem consiste em primeiro lugar em sua realização segundo a sua atividade mais específica como ser racional. Neste sentido Aristóteles destaca a realização plena da inteligência humana, tendo como resultado a felicidade. Portanto, nesta subordinação racional dos atos humanos o valor ético supremo a atingir obrigatoriamente é a felicidade (eudaimon). Está implícito que dentro de uma hierarquia em que o bem específico do homem vem como terminal de toda uma série de outros objetivos secundários. Eis a ética do eudaimonismo racional.
"Se a felicidade é atividade conforme à virtude, é bem razoável que seja conforme à virtude mais excelente; esta será a virtude daquilo que em nós há de melhor.
Logo, é o pensamento, ou outra coisa que ordena e dirige e tem inteligência das coisas belas e divinas; a sua atividade, quando conforme à virtude que lhe é própria, eis o que é a felicidade...
De fato, o pensamento é o que em nós há de mais excelente. Além disto, é a mais ininterrupta, visto que podemos contemplar sem interrupção muito mais do que operar outras coisas...
Conveio-se que a mais doce das atividades conforme à virtude é aquela existente segundo a sapiência; na verdade vemos a filosofia conter prazeres maravilhosos em pureza e em constância" (Ética a N., L.10, VII, 1-3).Os demais bens exteriores, mais especificamente: nascimento nobre, libertação do trabalho servil, saúde, beleza, filhos e amigos, além de uma vida longa.
Desenvolveu uma ética do direito natural (contra o positivismo dos sofistas).
Além disto sua Ética é finalista, subordina a natureza individual de cada um a um padrão ideal (Ética da recta ratio).
Mas, em Aristóteles todos estes conceitos recebem sutis alterações, decorrentes da sua mundivisão do ser e de sua imagem do homem. Opusera-se ao orfismo, que dominara o pensamento de Pitágoras, Sócrates e Platão; preocupavam-se estes com um homem, cujo espírito estaria apenas de trânsito por este mundo, encarcerado no corpo, e cuja felicidade se condicionaria a um êxodo da matéria.
O padrão ideal, que comanda a recta ratio, aqueles filósofos os situavam de maneira muito enfática, como um mundo de ideias reais arquétipas transcendentes. Esta fundamentação teonômica, que no caso da Ética seria o bem como tal, desaparece, por força das circunstâncias na nova mundivisão de Aristóteles. O universal, portanto o modelo ideal dos entes, é colocado pelo novo filósofo dentro de cada ser individual, em função do qual se criam os seus deveres morais.
Uma vez estabelecidos os arquétipos dentro dos próprios indivíduos, a pergunta principal da ética aristotélica consiste em saber que é o homem especificamente, para que este conceito sirva de norma a ser executada como obrigação ética.
Não obstante a abertura maior da ética de Aristóteles, mas o fato mesmo de estabelecer como norma um arquétipo imanente ao mesmo homem, não obstante conservar seu aspecto finalístico e obediente a arquétipos imanentes, o dever ser se torna mais difícil de fixar. O bem geral, como universal a comandar todos os entes, é apenas um padrão analógico. Suas derivações para as diferentes espécies particulares dos entes, respeitam as particularidades enquanto áreas distintas. Por sua vez, quais seriam os padrões destas? Eis quando se estabelece a pergunta sobre a natureza ideal do homem. Fácil estabelecer que a ética atende à natureza ideal do homem. Todavia, o conteúdo desta natureza não se conhece com facilidade.
Aristóteles estabeleceu a especificidade do homem em sua natureza racional. Mas ainda não é tudo. Com que medidas realizará esta natureza? Em escala de graus surgirão as demais determinações. Eis quando a ética peripatética se firma num conceito já peculiar ao grego, - o meio termo, o equilíbrio, a justa medida, a prudência... No meio está a virtude! Isto é, no meio está o objetivo ético. Igualmente no meio está o belo. O próprio conceito de hierarquia, não é senão o da unidade em torno do principal.
O bem moral do homem consiste em primeiro lugar em sua realização segundo a sua atividade mais específica como ser racional. Neste sentido Aristóteles destaca a realização plena da inteligência humana, tendo como resultado a felicidade. Portanto, nesta subordinação racional dos atos humanos o valor ético supremo a atingir obrigatoriamente é a felicidade (eudaimon). Está implícito que dentro de uma hierarquia em que o bem específico do homem vem como terminal de toda uma série de outros objetivos secundários. Eis a ética do eudaimonismo racional.
"Se a felicidade é atividade conforme à virtude, é bem razoável que seja conforme à virtude mais excelente; esta será a virtude daquilo que em nós há de melhor.
Logo, é o pensamento, ou outra coisa que ordena e dirige e tem inteligência das coisas belas e divinas; a sua atividade, quando conforme à virtude que lhe é própria, eis o que é a felicidade...
De fato, o pensamento é o que em nós há de mais excelente. Além disto, é a mais ininterrupta, visto que podemos contemplar sem interrupção muito mais do que operar outras coisas...
Conveio-se que a mais doce das atividades conforme à virtude é aquela existente segundo a sapiência; na verdade vemos a filosofia conter prazeres maravilhosos em pureza e em constância" (Ética a N., L.10, VII, 1-3).Os demais bens exteriores, mais especificamente: nascimento nobre, libertação do trabalho servil, saúde, beleza, filhos e amigos, além de uma vida longa.
Enciclopédia Simpozio