CRISTIANISMO E FILOSOFIA PATRÍSTICA

Gênese do Cristianismo:
Jesus de Nazaré


Nascido cerca do ano 6 antes de nossa era, morto no ano 30 da era atual, foi a personalidade central na formação do cristianismo, ainda que depois dele houvesse inovações e atitudes que foram decisivas para o seu sucesso.
A crença dos discípulos de Jesus, em um messias espiritual foi uma destas atitudes decisivas para a separação crescente do grupo cristão em relação ao judaísmo oficial.
Uma vez morto, já não poderia haver dúvida aos olhos de seus discípulos, de que Jesus não era um Messias temporal, restando ser um Messias espiritual. Firma-se o conceito desta modalidade messianista.
Crêem ainda os discípulos de Jesus, de que ele tenha ressuscitado, devendo mui proximamente voltar sobre as nuvens, para julgar os povos e estabelecer o reino dos céus com a seleção dos bons.

O contato com os judeus helenistas, no dia de Pentecostes, foi (se a narrativa for exata), o principal impulso para a transformação da comunidade cristã. Até ali, os discípulos de Jesus têm a feição tradicionalista dos essênios e do mesmo Jesus. Mas, os judeus helênicos, vindos de outras regiões do mundo e agora fixados em Jerusalém, tinham melhores condições de organização e falavam inclusive idiomas estrangeiros.
O fenômeno das línguas (que eles interpretaram sobrenaturalisticamente, apesar de poder haver sido uma situação parapsicológica, conforme aqueles que não crêem) atraiu a atenção dos judeus helênicos para o movimento dos cristãos. Aderindo, acomodaram-se por pouco tempo aos usos essênios de economia coletiva.
Em decorrência das transformações motivadas pelas novas adesões, não tardaram os cristãos a abandonar o coletivismo, estabelecendo novas maneiras de estruturar a comunidade, todavia sempre insistindo na caridade. Este aspecto tornou os cristãos simpáticos.
Os sete diáconos, - dentre os quais mais se destacou Estevão, eram eminentemente ativos. A reação judaica se faz sentir.
A adesão do fariseu Paulo de Tarso foi mais uma grande conquista helenística, dos primeiros cristãos. Ela resultou até na eliminação da desagradável prática do corte do prepúcio masculino (a circuncisão), uma prática, que dificultava a adesão dos gentios aos fariseus. O novo dispositivo facilitou o proselitismo cristão.

Por último, o contato com o mundo dos mesmos pagãos, trouxe para dentro do cristianismo hábitos de outras religiões. Influíram certamente os mistérios (ou sacramentos) da religião de Mitra sobre os rituais equivalentes do cristianismo.
Na comunidade cristã, o ritualismo judaico, de transformação em transformação, desapareceu paulatinamente, inclusive os paramentos.
Os bispos e o Pontífice romano dos cristãos passaram a ter, com o tempo, algo de similar aos chefes das religiões pagãs. Até mesmo o Natal de Jesus em 25 de dezembro é a substituição, por imitação da festa do nascimento de Mitra.
Finalmente a Filosofia é aproveitada para formular mais adequadamente as doutrinas religiosas cristãs. Surge, pois agora, a maravilha de uma teologia cristã, precedida por uma filosofia também cristã.
Hoje se dividem as opiniões sobre a verdade do cristianismo. Para os que têm fé em sua sobrenaturalidade, ele resultou de uma obra intencionada por Deus, de tal maneira que Jesus seria um Deus encarnado em natureza humana e autor sobrenatural da Igreja, como ainda fiador de todas as promessas de uma vida futura espetacular de felicidade celestial.
Para outros, - defensores de uma interpretação histórico-crítica, - o cristianismo seria apenas uma transformação cultural progressiva e selecionante, todavia substancialmente falso no que diz respeito às convicções sobrenaturais.
Fonte:
Enciclopédia Simpozio
http://www.cfh.ufsc.br/~simpozio/novo/2216y098.htm#TopOfPage

CRISTIANISMO E FILOSOFIA PATRÍSTICA.

A Gênese do cristianismo

O cristianismo é um movimento de formação paulatina, resultante do contato judeu semita com o mundo indo-europeu.
Primeiramente ocorreu o processo pelo qual dentro do judaísmo se desdobraram as seitas conhecidas pelos nomes de saduceus, fariseus, zelotas, essênios; no curso deste processo deriva finalmente um grupo chamado cristão.
A seguir, também este desenvolveu no mesmo cristianismo um processo interno de transformação, influenciado pelo mundo helênico, tomando dele inclusive a língua grega para escrita de seus novos livros sagrados, os Evangelhos, Atos, Epístolas e Apocalipse.
As seitas judaicas contribuíram em diferentes dimensões para a formação do cristianismo.
Os saduceus eram tradicionais, do ponto de vista doutrinário, restringindo-se à Lei (ou Torá), de Moisés, sem os livros dos profetas e por conseguinte sem os acréscimos doutrinários recentes, em que figuravam, por exemplo, os anjos.
Os fariseus, que acresciam à Lei, os livros dos profetas, tinham mais viva a idéia de um Messias. Já se vê, que Jesus se ligava mais aos fariseus que aos saduceus. Ainda os fariseus admitiam a conversão dos gentios para o judaísmo; era mais um precedente de importância, que haveria de ser adotado pelo cristianismo.
Os zelotas acresciam à doutrina dos fariseus uma visão mais agressiva do Messias, como restaurador do Reino de Israel. Promoviam guerrilhas contra os romanos. É possível que muitos, como Judas, acreditassem que Jesus fosse um zelota oculto, abandonando-o quando viram nele um pacifista.
Finalmente, os essênios são os mais representativos das idéias de que eram também portadores os primeiros cristãos.
João Batista é um essênio típico. E Jesus apresenta aspectos similares.
Os essênios viviam no celibato. Organizavam-se em comunidades de doze e tinham a chefia geralmente de três, dos quais um era o tesoureiro. Comiam a Páscoa sob a presidência de um deles e em calendário que não era o oficial (o helênico, este já em vigor entre os saduceus).
Ora, tudo isto se mostra claro no grupo de Jesus. Os essênios ainda se acreditavam inspirados e receptadores de revelações. Curavam e perdoavam os pecados, além de batizar. Outra vez, tais são as maneiras de ver de Jesus e de seus discípulos. O conceito de Messias dos essênios é espiritual. Outra coincidência com os cristãos.

Fonte:
Enciclopédia Simpozio
http://www.cfh.ufsc.br/~simpozio/novo/2216y098.htm#TopOfPage

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

ARTE: PINTURA.

A MADONA DOS CRAVOS - RAFAEL - SEC. XVI - ÓLEO SOBRE TELA.