quinta-feira, 30 de setembro de 2010

CRISTIANISMO E FILOSOFIA PATRÍSTICA.

O pensamento filosófico agostiniano, nem sempre sistemático, se encontra na linha de Platão e Plotino, sendo racionalista radical como estes. Influenciou os filósofos cristãos futuros, situados nesta diretriz chamada com propriedade neoplatônica. Os que o seguiram, criaram o que passou a ser denominado agostinianismo, corrente filosófica e teológica atuante ao longo de toda a Idade Média (vd 283), sobretudo até antes de Tomás de Aquino (1225-1274).
Em teoria do conhecimento abordou a questão da certeza inicial, contestando o probabilismo neo-acadêmico.
As idéias universais são inatas, resultantes de uma iluminação divina (= iluminismo agostiniano), porém divino-natural. Embora com reformulações, mantém-se, por conseguinte, no inatismo platônico.
Como já fez Plotino, substitui os arquétipos de Platão, por idéias exemplares situadas na mente divina. Estas retificações seguem as tendências do neoplatonismo de Plotino, a cuja luz examina a Trindade cristã.
A Providência divina, a predestinação eterna, o concurso de Deus nos atos livres do homem, a existência do mal, preocupam a Agostinho. Sua solução é bastante limitadora da liberdade humana. Qual sua maneira exata de pensar, tem criado polêmicas e inspirado teologias de rija predestinação como as do calvinismo e do jansenismo .

CRISTIANISMO E FILOSOFIA PATRÍSTICA.

Agostinho de Hipona (354-430), de pai pagão e mãe cristã, nasceu em Tagaste, Numídia (África argelina). Retórico latino, de juventude tumultuada e simpático ao maniqueísmo e admirador do neoplatônico Plotino, lecionou em Cartago, Roma e finalmente em Milão. Aqui, aos 33 anos, se converteu ao cristianismo, quando retornou à então África latina. Fundou mosteiros. Finalmente foi Bispo de Hipona (no atual território da Argélia).
Ressentiu-se o pensamento de Agostinho da falta de seu conhecimento da língua grega, de cuja literatura leu em traduções. O toque humano e existencial tornaram seus livros apreciáveis, além do seu elan retórico.
Obras:
Cerca de 100 tratados de teologia e filosofia, de que alguns são de grande destaque na história da patrística latina.
Pertencem à literatura universal:
Confissões (Confessiones);
Cidade de Deus (De civitate Dei);
Do mestre (De magistro);
Solilóquios (Soliloquia);
Contra os acadêmicos (Contra academicos );
Da Trindade (De Trinitate);
Retratações (Retractationes);
Da vida feliz (De beata vita);
Da ordem (De ordine);
Da imortalidade da alma (De immortalitate animae);
Da quantidade da alma (De quantitate animae);
Da música (De musica);
Da verdadeira religião (De vera religione).

CRISTIANISMO E FILOSOFIA PATRÍSTICA.



PRISCILIANO

No século IV, nasceu, viveu e morreu Prisciliano, fundador do priscilianismo.

A maior parte das informações sobre ele são dadas por Sulpício Severo na sua Historia Sacra, datando logo do início do século V.
O priscilianismo foi uma doutrina gnóstica cristã que proliferou inicialmente no noroeste peninsular, onde Prisciliano nasceu, tendo-se depois alargado um pouco por toda a Península Ibérica e, além Pirenéus, no sul de França - o mesmo local onde viria a florescer, cerca de mil anos depois, o catarismo, essa outra gnose cristã, tão semelhante em variados aspectos ao priscilianismo.
O gnosticismo foi introduzido na Península por um gnóstico egípcio, de Mênfis, chamado Marcos que iniciou Ágape nos mistérios dessa doutrina, que por sua vez iniciou Prisciliano. Este último chegou mesmo a converter altas personalidades da hierarquia cristã e foi ordenado bispo de Ávila.
As principais teses do priscilianismo são as seguintes: de Deus emanou uma série de seres divinos, entre os quais se incluem os anjos e as almas dos homens; o corpo de Cristo era espiritual e tinha apenas a aparência da carne (docetismo); a matéria foi criada pelo demónio para aprisionar os filhos de Deus. Prisciliano esforçou-se por adaptar a doutrina cristã à realidade pagã de fundo celta, o druidismo, que impregnava o norte da Península Ibérica.
Santo Agostinho, consultado por Paulo Orósio (filósofo português do século V) acerca desta heterodoxia, escreveu um livro contra o priscilianismo.
Tem sido muito discutida a heterodoxia ou ortodoxia de Prisciliano no seio do cristianismo. Dos seus próprios escritos não é fácil decidir por uma ou por outra. O que resulta certo é que o priscilianismo se tornou, após a morte do seu fundador, uma heterodoxia. Convém, portanto, manter a distinção entre Prisciliano e o priscilianismo.
Prisciliano foi condenado à morte por decapitação, juntamente com alguns dos seus discípulos, por ser julgado heterodoxo. Esta condenação foi muito criticada no seio da cristandade. De qualquer modo, a condenação acabou por servir o priscilianismo, ao tornar mártir o seu mentor, e contribuir, assim, para a sua maior divulgação.
O priscilianismo esteve presente desde o século IV até, pelo menos o século VI. Vários autores têm defendido que a sua importância foi tão grande que permaneceu como um substracto perene no fundo da cultura galaico-portuguesa, dando como exemplo o poeta Teixeira de Pascoaes.
Obras:
Livro apologético (Liber Apologeticus), defesa no Sínodo de Saragoça;
Livro ao bispo Dámaso (liber ad Damasum Episcopum), carta ao Papa;
Sobre a fé e os apócrifos (De fide et apocryphis);
Tratado da páscoa (Tractatus paschalis);
Tratado do Êxodo (Tractatus Exodi);
Tratado dos primeiros salmos (Tractatus primi Psalmi);
Tratado do terceiro Salmo (Tractatus Psalmi tertii);
Tratado para o povo I - II (Tractatus ad populum - I - II);
Bênção do povo (Benedictio super populum).
Demais textos que se lhe atribuem, são todavia duvidosos.

Fontes: Infopedia, Enciclopedia Simpozio

CRISTIANISMO E FILOSOFIA PATRÍSTICA.

Basílio Magno (c.330-379)
Escritor e teólogo cristão, de expressão grega, nascido em Cesaréia da Capadócia (Asia Menor). Estudou em Constantinopla e Atenas, retornando em 356 a Capadócia, onde instruiu retórica. Posteriormente se fez monge. Por último foi escolhido para ser sacerdote e bispo de Cesaréia da Capadócia.
Sob influência platônica, desenvolveu uma filosofia sobre Deus, ao qual apresentou como transcendente, cujas propriedades positivas e negativas também estudou.
Sua filosofia da natureza a apresentou a criação conforme a sequência do Gênesis.
Largamente se ocupou de assuntos morais.
Escreveu regras para os monges, razão porque foi considerado organizador do monaquismo oriental.
Obras:
Contra Eunômio, tratado contra o arianismo, o mais filosófico;
Sobre o Espírito Santo, abordando a Trindade e de novo o problema ariano;
Assuntos morais (I  0 2 4 6 V ), explicando textos morais da Bíblia;
Grandes regras (Ð D @ 4 6 " J  B 8 V J @ H ), 55 questões da vida religiosa;
Pequenas regras (Ð D @ 4 6 " J r , B 4 J @ : Z < ), 313 respostas sobre a vida religiosa; Homilias, destacando-se aqueles sobre o Exaémeron, ou seja, sobre os seis dias da criação; Cartas, em número de 365; Discursos, sendo alguns sobre assuntos dogmáticos.


Fonte: Enciclopédia Simpozio http://www.cfh.ufsc.br/

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

CRISTIANISMO E FILOSOFIA PATRÍSTICA.

Arius (256-336)


Teólogo líbio, de expressão grega, e que gerou a maior controvérsia cristã, em torno da divindade ou não divindade de Jesus.
Foi a questão decidida favoravelmente no calor do voto no Concílio ecumênico de Nicéia (325), em favor da divindade de Jesus.
Arius estudou em Antioquia, da Síria, depois se localizando em Alexandria, onde foi ordenado sacerdote em 310.
Para Arius, não poderia Jesus ser mais do que a figura do Logos, segundo a filosofia neoplatônica então vigente, portanto a inteligência emanada de Deus transcendente, sem ser Deus, ainda que anterior ao mundo.

Destituído de suas funções em 320, por um concílio regional, retirou-se para a Palestina e depois para a Nicomédia, Ásia Menor.

Sobre a questão escreveu o livro Banquete (TaMia).

Depois do Concílio de Nicéia foi desterrado para a Ilíria (Croácia).

A filha do Imperador consegue trazê-lo de volta, sendo integrado no clero de Constantinopla em 336, quando logo morreu.
Entretanto, sua idéia proliferou no Oriente e Ocidente, e deu muito a discutir aos filósofos e teólogos.

Resisitiram os arianos por vários séculos, vindo a desaparecer somente dos anos 700, em consequência das perseguições oficiais que lhes foram movidas.

A questão conservou sua importância, porque ainda hoje se pergunta se a crença na divindade de Jesus tem, ou não, origem no neoplatonismo e nos mitos da época.

Os unitarianos, surgidos no decorrer da Renascença, continuam a luta de Arius.

CRISTIANISMO E FILOSOFIA PATRÍSTICA.

A Grande Patrística

Mudaram inteiramente as circunstâncias políticas do cristianismo a começar da ação do Imperador Constantino, no começo do século 4-o. Com seu poderio, Constantino não somente criou a nova capital Constantinopla, como ainda mudou o destino futuro das antigas religiões.
Convocou, em 325, o Concílio de Nicéia, o primeiro na contagem dos assim chamados concílios ecumênicos. Estruturou-se então a Igreja Cristã no modelo territorial do Império, em províncias eclesiásticas, ganhando agora grande destaque os bispos e arcebispos.
Estimulou-se ainda a definição doutrinária, pelo voto dos bispos em concílios ecumênicos. Com isto deu-se lugar ao aparecimento da Grande Patrística.
Até então bastante elástico em suas doutrinas, passou agora o mesmo cristianismo a lutar por uma unificação interna do seu pensamento. Introduzindo a força do voto para decidir sobre a verdade, os concílios começaram a estabelecer um cristianismo oficial, em que os da minoria passam a ser tratados como hereges. Assim o foram Arius (Ario) Pelágio, Eutiques, e muitos outros, devendo amargar por vezes o caminho do exílio.
Destacaram-se, neste segundo período, os patrísticos gregos: Santo Atanásio (c. 295-373), Gregório Nazianzeno (c. 329-c. 390), Basílio Magno (c. 330-379), Gregório de Nissa (c. 335- c. 395), Nemésio de Emesa (sec. 5-o), Cirilo de Alexandria (c. 375-444).
Surgem agora grandes nomes latinos: S. Hilário de Poitiers, S. Ambrósio, S. Agostinho, sendo este último o maior de todos os patrísticos, com um pensamento sistematizado, ainda que não chegasse a um suma escrita do mesmo.
São representativos também os que foram rejeitados, até porque sem eles não se entendem as polêmicas que geraram: Arius, Prisciliano e outros.

domingo, 26 de setembro de 2010

CRISTIANISMO E FILOSOFIA PATRÍSTICA.

Início da Patrística, - grega e latina.

Primeiros patrísticos de língua latina. Ainda com caráter de religião oriental, a Carta aos Romanos, do Apóstolo Paulo, foi escrita em grego. Aos poucos o latim se torna a língua da Igreja do Ocidente, que finalmente a introduzirá em sua liturgia oficial; esta iniciativa trouxe o latim até aos dias atuais, em um uso que foi sua fortuna.
Em língua latina destacaram-se primeiramente os cristãos:


- Minúcio Felix, autor do diálogo apologético Octavius (c. 200);

- Tertuliano (c. 160-245), profícuo e rigorista, com tendências maniquéias e montanistas, contrárias ao matrimônio, além de destacar o lado irracional da fé cristã, sendo-lhe atribuída a expressão "creio, porque é absurdo"; Arnóbio, autor de Adversus gentes;

- Lactâncio (+ 320), autor de Instituições divinas, sendo conhecido como "Cícero cristão", pelo seu estilo clássico.

MÚSICA




SE EU QUISER FALAR COM DEUS - ELIS REGINA.

CRISTIANISMO E FILOSOFIA PATRÍSTICA.

Início da patrística, - grega e latina.

O pensamento cristão apresenta uma primeira fase, conhecida como Patrística - referência aos padres da Igreja - situada em grande parte ainda dentro da época Helênico-Romana e nos tempos imediatamente após a queda, em 476, de Roma.
Depois de 700 divide-se o mundo civilizado em três áreas culturais, mais ou menos estanques e hostis entre si:
a Europa Ocidental, em que se desenvolveu a filosofia escolástica;
o Império Bizantino, continuador direto do Império Romano Cristão, em que subsiste a língua grega, com uma chamada filosofia bizantina, de diretriz cristã;
o Mundo Árabe, seguidor de Maomé, porém com uma filosofia dominantemente aristotélica.
Antes de Agostinho de Hipona (354-430), a filosofia patrística é apenas incidental, exposta em meio aos assuntos teológicos, aos quais servia como esclarecimento. Depois cresce e alcança um relativo desenvolvimento. Todos os patrísticos estão na linha do platonismo e neoplatonismo.
Os primeiros patrísticos são na maioria escritores de língua grega:
- Aristides, autor de uma Apologia (c. 140);
- São Justino (+166), autor de duas Apologias e do Diálogo com o judeu Trifão; e assim outros, como
-Taciano, Atenágoras, Santo Irineu, São Hipólito, este autor de Philosophoumena.
Ainda gregos, da Escola de Alexandria:
-Panteno (fundador da escola);
-Clemente Alexandrino (150-216), já representativo;
-Orígenes (185-254), notável pela sua exegese alegorista.
Clemente de Alexandria (c. 150-216).
Filósofo cristão, patrístico, de expressão grega, nascido em Atenas. Estabeleceu-se em Alexandria, cerca do ano 180. Dirigiu a escola cristã, desde a morte de Panteno, até seu fechamento em 202. Seguiu depois para a Ásia Menor.
O pensamento de Clemente de Alexandria, se desenvolveu em clima neoplatônico peculiar aos cristãos da época. Tratou sobre a certeza, a existência de Deus, principalmente a moral e o direito natural.
Obras:
Discurso de persuasão aos gregos (Protreptikós), persuadindo a deixar o paganismo; Pedagogo (Paidagogôn), de instrução ao cristão, principalmente moral; Tapetes (Strômata), miscelânea erudita, dos assuntos mais diversos sobre do saber antigo, citando inclusive no original textos pré-socráticos; e escritos menores.

Origenes (c.185 -c. 255).
Escritor cristão de vasta erudição, de expressão grega, inicialmente com ação em Alexandria, onde provavelmente nasceu. Estudou letras e aprendeu de cor textos bíblicos, com seu pai. Morto este por ocasião da repressão de Septímio Severo às novas religiões, o bispo de Alexandria passou à Orígenes a direção da Escola Catequética . Estudou na escola neoplatônica de Ammonios. Viajou a Roma, em 212, onde ouviu ao sábio cristão Hipólito. Em 215 organizou Origenes em Alexandria uma escola superior de Exegese Bíblica. Sacerdote em 230. Viajou muito e falava ao público nas igrejas.
O fato de se haver castrado por devoção, lhe criou dificuldades com alguns bispos, que contrariavam o sacerdócio dos eunucos. Em 232 se transferiu para Cesaréia, Palestina, onde se dedicou exaustivamente aos seus escritos. Sobreviveu aos tormentos de que foi vítima sob o Imperador Décio (250-252). Posteriormente a esta data morreu em Tiro, não se sabendo exatamente quando.
Foi mais um exegeta, que um teólogo. Também não centralizou sua atenção na filosofia. Mas é representante do pensamento eclético dos cristãos de sua época.
O contexto filosófico é claramente neoplatônico. Deus é tratado como totalmente transcendente. O Logos é Deus por participação. Esta participação é descrita de maneira bastante subordinada e que irá favorecer aos arianos (vd 216). O mundo é criado do nada, não sendo por conseguinte apenas uma reelaboração demiúrgica da matéria eterna.
A alma preexiste, e está subordinada à metempsicose; eis uma tese tipicamente pitagórica e platônica. Abandonada depois pelo cristianismo oficial, é todavia relembrada por aqueles que ainda hoje, - espíritas, - a defendem como cristã.
A moral visa a purificação, que se processa nos sucessivos retornos da alma à vida neste mundo. Não há condenação em Inferno eterno. Todas as criaturas, mesmo os anjos decaídos, chegarão à purificação final, ou seja à apocatastase, por que assim é mais digno de Deus.
A exegese de Orígenes buscou a interpretação meramente alegórica, e não literal, de muitos dos episódios fantásticos da Bíblia. Tomou, pois, como método o que já desde tempos vinham fazendo escritores pagãos a respeito dos seus mitos, bem como também já faziam judeus eruditos de Alexandria. Não obstante, no Ocidente prevaleceu a exegese literal de Santo Agostinho.

Obras
Muitas se perderam, em decorrência de haver sido o autor combatido pelos mais ortodoxos. Dentre a que se conservaram, destacam-se:
Bíblia sextupla (Eksapla Biblia), distribuindo em 6 colunas, para os textos na versão grega e hebrea;
Sobre os princípios (Perì archôn), tratado teológico e filosófico, sobre Deus, matéria, moral, exegese, contendo os fundamentos do que veio a ser denominado origenismo;
Contra Celso (Katà Kelsou), resposta à críticas deste o filósofo neopitagórico aos cristãos;
São ainda de sua autoria; Strômata; A ressurreição; Exortação ao martírio; Comentário sobre o Gênesis; Comentário sobre São João. E assim também comentários a outros livros bíblicos, bem como ainda notas, homilias, tratados de espiritualidade, cartas.

CRISTIANISMO E FILOSOFIA PATRÍSTICA: Gênese do Cristianismo.


O imperador Constantino, no poder de 306 a 337, consolidou definitivamente o sucesso do cristianismo. Rompendo as regras da sucessão do trono, então organizado na forma de uma tetrarquia, por Diocleciano (285-305), em que sucederiam pela ordem os dois Augustus e os dois Césares, venceu sucessivamente seus contendores, até alcançar a posição de imperador único.
Nesta longa luta apoiara-se nos cristãos, apesar de ele mesmo não ser um deles. Constantino era filho de Constâncio Cloro, que de César passara a Augusto, governando as Gálias e a Grã Bretanha, com capital em Tréveris, nas fronteiras da Gêrmania.
Constantino sucedeu a Constância que morreu cedo, em 306. Tentando unificar o império, em 307 vencia Maximino, que governava em Milão, e conquistava, a seguir, Roma a Maxêncio.
Emite, então, o importante Edito de Milão (313), introduzindo a liberdade de culto, integrando desta forma os cristão ao mesmo nível da religião tradicional. Em 324 completava a unidade do poder, cuidando logo de transferir a capital para Bizâncio, que tomou o nome de Constantinopla.
Constantino trata da religião como se fosse ele o chefe da igreja, como antes fora grande pontífice do paganismo. Convocando o Concílio ecumênico em Nicéia (325), deu à Igreja cristã a estrutura hierarquizada e territorializada, que hoje ainda conserva, principalmente as Igrejas Católica e Ortodoxa. Adepto de uma religião solar monoteísta, deixa-se batizar apenas no final de sua vida, no leito de morte, ainda assim na fé de Arriano (+ 336). Pelas dificuldades que criou ao judaísmo e ao paganismo em geral, foi o imperador que traçou a sorte definitiva do cristianismo.