Parte VI
Em segundo lugar, há os que, ao contrário, sustentam que o problema decorre do fato de ser a própria linguagem vulgar inadequada para fins filosóficos, em vista de sua indefinição, ambigüidade, caráter vago e inexplícito, dependência do contexto e de sua natureza propícia a interpretações ilusórias ou equívocas. Esses filósofos, como Leibniz, Russell e Carnap, consideram ser sua tarefa a construção de uma linguagem artificial ou, pelo menos, a delineação de uma linguagem tal em que esses efeitos sejam remediados. Como acentuamos antes, esse empreendimento é, por vezes, estimulado pela convicção de que é possível, pela estrutura dessa linguagem, entender todos os fatos sobre a estrutura metafísica da realidade.
Para os nossos propósitos, o interesse principal por essas queixas e esquemas de reforma reside no modo como as concepções gerais da linguagem e da significação estão neles envolvidas. Até a posição mística pressupõe uma certa noção da natureza da linguagem; de outro modo, não disporíamos de base alguma para sustentar que a linguagem é intrinsecamente incapaz de servir como formulação adequada da verdade. As outras posições envolvem, necessariamente, concepções mais positivas das condições em que a linguagem é significativa e desempenha adequadamente suas funções. Assim, o critério de verificabilidade da significação, ao qual aremos a maior parte de um capítulo, promana de uma posição do gênero descrito em último lugar.
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