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Cerca de 100.000 pessoas, segundo a polícia, protestaram neste
domingo em Atenas (80.000) e Tessalônica (20.000) contra o novo plano de ajuste
ditado por UE e FMI que será votado à meia-noite local pelo Parlamento, para
evitar a quebra do país.
Na capital seis pessoas ficaram feridas e foram hospitalizadas durante
confrontos entre forças de segurança e grupos de jovens nas ruas adjacentes à praça
Sintagma, em frente ao Parlamento, segundo fontes do Ministério da Saúde. Os
incidentes ocorreram quando um grupo de manifestantes pressionou para romper um
cordão policial colocado em torno da Assembleia Nacional, e a polícia respondeu
imediatamente lançando bombas de gás.
Os manifestantes se dirigiram então para as ruas adjacentes, rapidamente
convertidas em campos de batalha, e lançaram pedras e bombas de coquetéis
molotov contra as forças de segurança.
Os confrontos se prolongaram durante mais de duas horas no centro da
capital.
Um imóvel de um andar, sede de uma loja de cristais de luxo, foi incendiado
no centro de Atenas. Outros 10 edifícios vazios estavam em chamas por conta do
lançamento de coquetéis molotov, segundo os bombeiros.
Os manifestantes se dirigiram à Praça Sintagma pela tarde, convocados pelas
duas grandes centrais sindicais do país, a GSEE para o setor privado, e Adedy,
do público, assim como pela esquerda radical.
De acordo com os líderes, o objetivo é expressar sua rejeição à adoção
prevista para a meia-noite local de um novo plano de ajuste, exigido pela UE e
pelo FMI para manter a ajuda financeira ao país e assegurar sua permanência na
zona do euro.
No interior do Parlamento, custodiado no exterior por cerca de 3.000
policiais, o debate político ocorria com incidentes frequentes entre as filas
governamentais e as da oposição de esquerda.
A previsão é que o debate seja concluído com uma votação pouco depois da
meia-noite local (20h00 de Brasília), em virtude do processo de urgência
denunciado pela oposição de esquerda.
"Não é fácil viver nestas condições. De agora até 2020 seremos escravos
dos alemães", disse à AFP Andréas Maragoudakis, engenheiro de 49 anos.
Segundo o ministro de Finanças grego, Evangelos Venizelos, a Grécia espera
lançar "antes de 17 de fevereiro" a oferta pública a seus credores
privados para a reestruturação de sua dívida, ou do contrário ficará exposta à
quebra.
"Antes do domingo à noite, o parlamento deve ter adotado o novo
programa de austeridade" ditado pela União Europeia (UE) e pelo Fundo
Monetário Internacional (FMI) para que o país possa receber o visto positivo do
Eurogrupo na quarta-feira para o desbloqueio do segundo plano de resgate,
afirmou o ministro no início do debate parlamentar sobre este plano de medidas.
"Caso isso não aconteça antes de 17 de fevereiro, não poderemos lançar
oficialmente a operação de troca de títulos" para que haja o perdão de 100
bilhões da dívida grega. "E não poderemos solucionar o problema do
reembolso das obrigações que serão finalizadas entre 14 e 20 de março", em
um montante total de 14,5 bilhões de euros, completou.
O descumprimento dos prazos e a consequente quebra do país geraria uma
Grécia sem sistema bancário, afirmou Venizelos com a voz tensa antes de ser
interrompido pelas vaias da oposição comunista, a qual o ministro acusou de
levar o país à "catástrofe”.
Fonte: Yahoo Noticias – 12/02/2012.
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