01-O cérebro na cuba,
ou no aquário, é uma experiência do pensamento, ou seja, serve para esclarecer
certos argumentos filosóficos.
02-O que é um cérebro na cuba? Basicamente, situação em que o corpo se perdeu e o indivíduo esta limitado a ser um cérebro conectado a um computador, que lhe fornece a ilusão de realidade. Mesma situação do filme Matrix.
03-Crença: é ter uma
forte convicção sem uma razão ou motivo para acreditar em alguma coisa.
04-Conhecimento: é
quando existe uma razão ou motivo para acreditar em alguma coisa.
05-Somos um cérebro
em uma cuba?
1-Temos a crença de
possuirmos um corpo e que existe uma realidade circundante.
2-Mas não temos conhecimento
sobre o corpo e o mundo, já que não existe uma razão ou motivo para acreditar
nisso.
06-É escandaloso, mas
fosse você um cérebro em uma cuba ou um ser humano completo (real) tudo
pareceria exatamente igual, já que não há como distinguir uma situação
da outra.
07-O argumento do
cético: não conhecemos nada sobre o mundo que nos cerca. A respeito do mundo e
mesmo do nosso corpo, só temos crenças não fundamentadas.
08-A palavra-chave
aqui é conhecimento. Conhecer não é a mesma coisa que crer.
09-A visão do senso
comum sustenta que de fato nós conhecemos o mundo exterior.
10-Visão do cético:
não há razão, nem motivo, para acreditar que há um mundo exterior e mesmo que
tenhamos um corpo.
11-Devemos nos fiar
no senso comum?
1-As pessoas achavam
que era óbvio que a Terra era plana.
2-Parece que o
sol gira em torno da Terra.
3-Parece que o
sol é menor que a lua e a Terra.
12-Diante de duas
hipóteses sobre o mundo - o mundo real e o mundo virtual - o cético diz não
haver razão para acreditar no mundo real ou mundo virtual.
13-A navalha de Ockan
nos diz que entre duas hipóteses que se equivalem, devemos preferir a mais
simples.
14-Então, entre um
mundo real e um mundo virtual, devemos ficar com o mundo real.
15-Por quê?
1-No caso do mundo
real só existe um único mundo, este que estamos.
2-No caso do mundo
virtual há dois mundos. Um mundo real com a cuba, seu cérebro, o computador e
os cientistas, e o mundo virtual em que você pensa que está, com árvores,
pessoas, cidades virtuais.
16-Resta saber se a
hipótese de que o mundo que vemos (mundo real) é de fato a hipótese mais
simples.
17-Talvez a hipótese
do cérebro na cuba seja a mais simples que a do mundo real, já que ela precisa
de muito menos objetos físicos.
18-A hipótese do
cérebro na cuba só precisa: dos cientistas, da cuba, do seu cérebro e do
computador que simula o real.
19-Não haveria
necessidade nenhuma de bilhões de pessoas, árvores, cachorros, montanhas, mares
do mundo real.
20-Na hipótese do
cérebro na cuba, haveria necessidade de um número menor de mentes para
funcionar.
21-As únicas mentes
reais que se precisaria seria a do seu cérebro (na cuba!) e as dos
programadores do computador que simula a realidade.
22-Resumido:
1-Hipótese do mundo
real - existe somente um mundo com bilhões de objetos e mentes.
2-Hipótese do cérebro
na cuba - existe dois mundos, mas menos objetos e menos mentes.
Perguntei a um velho
dinossauro marxista, que estudou filosofia na cartilha de Konstantinov, o que
ele achava da hipótese do cérebro na cuba. Ele me respondeu cortante: "O
mundo que vivemos é real. Eu não conseguiria imaginar um mundo tão
idiota!". Então, tá...
Fonte: Stephen Law,
"Os Arquivos Filosóficos", onde a argumentação é mais densa e
divertida.
Zekzander "Cacos para um Vitral"http://zekzander.blogspot.com/2011/10/notas-sobre-o-cerebro-na-cuba.html
Acesso em 02/02/2012
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