Filha do Iluminismo e da Revolução Francesa, a Modernidade nasce
com a incumbência de realizar o sonho de uma sociedade feliz fundada nos
parâmetros da razão, da livre escolha, da ciência e da tecnologia. A humanidade anseia por novos rumos
libertadores. Está cansada da submissão à Igreja. Quer constituir novas
instituições mais imanentes que lhe
proporcionem a visão imediata do seu poder de ação. Investe na Ciência,
na Tecnologia e ganha horizonte nunca antes experimentados. Sorridente e
confiante em seu poder de ação e resolução, a Modernidade lança-se com toda a
força de sua jovialidade ao desbravamento do insondável, do inimaginável, do
impossível.
Entrega-se às Artes e gera o Modernismo, movimento que se volta
primeiramente para a Estética e mais tarde, para a Ética, imiscuindo-se, também, na política com o objetivo de fomentar uma sociedade exemplarmente
estabelecida nos rigores das leis, do direito e do respeito ao outro.
Ambiciosa, ansiando entrar para a
História, a Modernidade insufla em sua filha predileta, o desejo de
conseguir maior penetração na sociedade
que ela quer transformar. E a Modernização se encarrega de atender o desejo da
mãe, especializando-se em desenvolver processos técnicos e econômicos, marcados
pela avidez de renovações em tempos cada vez menores.
Máquinas engenhosas, sistemas de telefonia cada vez mais sofisticados, impulsos na navegação, grandes avanços na ciência, proporcionados por invenções que facilitam o diagnóstico e os tratamentos. Nos setores da administração, a cada dia novas técnicas de aprimoramento das relações. As redes sociais ganham espaço e conquistam lugares de destaque em todos os setores da sociedade. Nos transportes e nas indústrias, inovações surpreendentes que reduzem distâncias. O mundo em suas mãos vira uma aldeia: aldeia global.
Máquinas engenhosas, sistemas de telefonia cada vez mais sofisticados, impulsos na navegação, grandes avanços na ciência, proporcionados por invenções que facilitam o diagnóstico e os tratamentos. Nos setores da administração, a cada dia novas técnicas de aprimoramento das relações. As redes sociais ganham espaço e conquistam lugares de destaque em todos os setores da sociedade. Nos transportes e nas indústrias, inovações surpreendentes que reduzem distâncias. O mundo em suas mãos vira uma aldeia: aldeia global.
O
sucesso da Modernização é rápido e graças a ela o mundo se modifica, elevando
alguns setores, rebaixando e embrutecendo outros, gerando medos e forte sentimento de
obsoletismo que se alastra como uma praga.
As pessoas passaram a ser valorizadas pelos bens que possuem e por seus poders de penetração e persuasão. Com isto exacerba-se o individualismo e, com ele, a indiferença pelo outro, pelo ser.
As dores, as alegrias e os sucessos só ganham importância no âmbito do eu.
O “nós” ainda aparece, mas nas tragédias, nas catástrofes sociais que envolvem multidões e, somente por pouco tempo, para logo serem esquecidas e superadas por outra notícia na primeira coluna do jornal.
As pessoas passaram a ser valorizadas pelos bens que possuem e por seus poders de penetração e persuasão. Com isto exacerba-se o individualismo e, com ele, a indiferença pelo outro, pelo ser.
As dores, as alegrias e os sucessos só ganham importância no âmbito do eu.
O “nós” ainda aparece, mas nas tragédias, nas catástrofes sociais que envolvem multidões e, somente por pouco tempo, para logo serem esquecidas e superadas por outra notícia na primeira coluna do jornal.
Amparados pela autonomização, a Modernização e o Modernismo seguem seus
caminhos, produzindo tecnologias, beleza e conforto. indiferentes às suas origens.
Mas, como fica a Modernidade no meio disto tudo?
Ora, enquanto para alguns essa senhora está
sofrendo os estertores da morte, para outros, ela morreu faz tempo. Não percebemos porque nos mantemos indiferentes, ilhados em nós mesmos, deixando que a vida , e
tudo o que ela contém, corra a nossa
revelia.
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