terça-feira, 7 de julho de 2015

Homenagem a meu pai


Para você papai que partiu a um mês, para constituir na Pátria Espiritual um novo lar para , se Deus quiser, um dia nos receber.

Eu lhe agradeço por ter me recebido como filha amada do seu coração o que me deu oportunidade de experimentar a vida na terra e aprender um pouco mais do muito que sei que ainda falta para eu aprender.

Ao longo de nossa convivência nos julgamos, culpamos, compreendemos e nos perdoamos, mutuamente, inúmeras vezes. 

Criamos feridas e curamos chagas pesadas que nem acreditaríamos que conseguiríamos fazer.

Vivemos dias tristes e alegres, momentos de desespero e de paz, mas, principalmente, vivemos momentos que serviram para nos unir definitivamente.

Guardo no meu coração suas manhas e seus humores, nossas mudanças e nossas construções de afeto que tiveram por base seus beijos e seus abraços e que perduram como relíquias que não troco por nenhum dinheiro, pois foram temperadas com sangue e suor, cachaça e cerveja, brigas, choros e rezas durante anos e anos de dores e amores.
Meus pais. Meus amores.

Guardo em meu coração sua voz cantando “Suely és linda e fascinante”, ou ainda, numa variante do tema seresteiro, seu preferido “ Boemia “ que cantávamos juntos como se canta um hino, no mais sagrado templo de oração.

Guardo em meu coração a sua imagem cantando músicas de amor para a mamãe, seus pedidos incessantes de dinheiro e a certeza de que estamos quites e não devemos nada um ao outro.

Você partiu e nos deixou a certeza de que fomos muito amadas.

Com você segue para sempre o nosso amor e você sabe o quanto ele é grande e profundo.

Cuide-se nesta nova vida!

(De Montreal, unida à família que oração)

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