sábado, 18 de julho de 2015

CURA


Gláucia Lemos.

Quero escrever um verso
que vire ao avesso
a minha alma.
O verso não nasceu
meus olhos entristecem.
Vim morar no silêncio.
Não sei
como se diz o nome
da estrela sem nome.
E, no entanto
eu preciso tanto
curar meu desgosto,
afagar o rosto
que não veio dar
a deixa do meu verso.
GL 2015

Fotografia: Acredite ou não.


Minha Princesa na Ponta da Agulha. Niágara.2015.



                   Fotografia tirada no Ripley's Believe It or Not Museum na cidade de Niagara no Canadá.

                   A ideia de guardar uma lembrança de "minha filha na ponta da agulha, initando as inúmeras miniaturas alí expostas, me ocorreu quando o tempo para outros compromissos estava se aproximando e tínhamos que deixar o museu.

                     Não tivemos como elaborar muito, mas valeu!

O Nascimento da Princesa

Mônica e eu em nossa casa.
Era uma vez num reino não muito distante, uma rainha, sentindo-se envelhecida e sem ter descendência, solicitou uma audiência com o Senhor dos Mundos e lhe pediu, gentilmente, que lhe desse uma prole imensa. 

O Senhor, condoído pela humildade da jovem senhora, aquiesceu ao seu pedido e lhe disse que ficasse à vontade para escolher seus filhos.

Assim dizendo, mostrou-lhe uma imensidão de crianças de sexo, cores, estatura e espessura (isto também conta!) Diferentes. Cada uma mais linda do que a outra.

Sensibilizada a rainha corria os olhos de uma para outra criança, mostrando-se muito insegura para escolher, pois como disse, eram todas lindas.

Ela estava perdida na indecisão quando um anjo se aproximou e se ofereceu para ajudá-la.

Ela aceitou, contente, e ele foi lhe falando sobre as qualidades de cada criança. Os tipos de inteligência que possuíam, as habilidades manuais, intelectuais, os pendores para as artes e tantas outras coisas que ela lhe perguntou se não tinham defeito.

Não - respondeu - imediatamente.

Daqui saem todas perfeitas. Os defeitos, infelizmente, muitas adquirem após o nascimento.

A rainha estava encantada e decidida que escolheria sua prole de maneira bem diversificada: meninas, meninos, brancos, negros, altos, baixos, gordos e magros.

Nada de monocromático no seu reino! 
Diversidade total!

O anjo, certamente acostumado a tantos outros aconselhamentos sobre filhos, acompanhava-a, sereno, esperando, pacientemente sua decisão.

Passadas longas horas ela decidiu por dez belas crianças. Sorriu e brincou com o anjo: Pode empacotar antes que eu fique novamente confusa.
Deu uma última olhada nas crianças e seguiu o anjo para acompanhar sua encomenda.

Eles conversavam alegres enquanto eram preparados os documentos de adoção (na verdade as crianças são do Senhor do Mundo) temporária, quando a rainha viu uma pequenina, com um livrinho na mão, sentadinha debaixo de uma árvore.

Olhou com cara súplice para o anjo e perguntou: posso levar aquela, também?
Ele balançou a cabeça negativamente.
Ela insistiu: Por favor, só mais uma. Eu prometo que não peço mais nada durante toda minha vida.

O anjo, no entanto, irredutível, respondeu: Impossível. As ordens do Senhor são rigorosamente cumpridas por nós e Ele autorizou somente dez.

A rainha ficou triste, muito triste, mas não podia deixar de entender que o anjo estava cumprindo a sua função e que ela havia aceitado o acordo.

Os dois, carregando as crianças, estavam chegando à porta de saída do reino quando a rainha de um salto perguntou: 

Posso trocar? Era duro o jogo a que se propunha. Afinal, as crianças eram belas, haviam participado da seleção e foram aprovadas por ela, como, substituir alguma na última hora?
Mas, por outro lado, ela não ficaria feliz sem aquela criança que mais profundamente do que todas as outras havia tocado seu coração.Aliás, havia tomado conta de todo o seu ser!

O anjo, então, acho que querendo testá-la perguntou de chofre: Todas por uma?
Ela não vacilou: Sim, e agora!

Foi assim, que nove meses depois o Sedex do Céu  deixava no palácio da rainha, uma linda princesa de pele alva, olhos profundos, gestos calmos e coração generoso.

Foi recebida com muita alegria.

Vinte e oito anos se passaram sem que ela deixasse de ser o maior amor da rainha que hoje está idosa e plena de orgulho de ter feito uma boa escolha.

Uma única dor de vez em quando, entristece o seu coração: a princesa, como um anjo, bate suas asinhas com muita frequência, para outros reinos.

É inteligente, curiosa, gosta de conhecer lugares, pessoas e culturas diferentes!

Que fazer?!

Aceitar e viver à espera dos beijos, abraços e novidades em cada uma de suas voltas.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

MOSTEIRO DE SÂO BENTO.



Na longa trajetória de atuação dos monges beneditinos do Mosteiro de São Bento de São Paulo, destacam-se a fundação do Colégio (1903) e da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras São Bento (1908). Foi a primeira faculdade livre de Filosofia do Brasil.
Em 1946, a criação da Pontifícia Universidade Católica, PUC-SP, foi feita com base na Faculdade de Filosofia São Bento, como seu núcleo inicial. Em 1959, a Faculdade e uma biblioteca completa foram doadas pelo Mosteiro à PUC. No Mosteiro, continuaram a funcionar cursos internos de Filosofia.
Em 2002, inicia-se uma nova etapa, dando continuidade a esta tradição acadêmica. A nova Faculdade de São Bento abre o curso de Licenciatura em Filosofia. O curso recebeu a aprovação máxima do MEC no ano de 2007. Em todos os exames do ENADE Em que a Faculdade de São Bento participou, sempre recebeu a melhor classificação, se destacando deste modo, como a melhor Faculdade de Filosofia do Brasil.
Mais um avanço acorreu em 2008 quando teve início o curso de pós-graduação, Mestrado em Filosofia.
Em vista de oferecer melhor contribuição para a sociedade paulistana, o Mosteiro de São Bento da cidade de São Paulo, na pessoa de seu Abade, Dom Mathias Tolentino Braga, cria no ano de 2009 a Faculdade de Teologia. Tal Faculdade já nasce com aprovação pontifícia dependendo da famosa Pontifícia Universidade Santo Anselmo de Roma. O curso além de possibilitar a formação dos monges e candidatos ao sacerdócio, tem o caráter livre aos leigos. É mais um grande passo cultural e espiritual que os monges beneditinos mais uma vez proporcionam a grande messe do Senhor.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Igor Savitsky: O salvador da arte russa contemporânea.

Eu, caminhando pela vida.
Suely Monteiro

Hoje, a saudade bateu no meu coração. Saudade de minha infância, dos brinquedos que eu fazia com barros e pequenos vegetais, dos livros que eu tomava emprestado na biblioteca do bairro e, sobretudo, da solidariedade que reinava entre meus irmãos e eu, naquela distante cidade do interior de Minas Gerais. A cidade, não oferecia recursos para o crescimento sócio cultural dos seus jovens e, assim os pais que tinham dinheiro enviavam seus filhos para estudarem no Rio. Eu, no entanto, precisava permanecer ali, mas, o desejo de estudar, de saber mais era meu mais fiel companheiro e me estimulava a vasculhar a biblioteca em busca de livros sobre diversos assuntos tais como Filosofia, Literatura, Arte.  Mas, especialmente, eu gostava de ler biografias e me identificar com os biografados.

Igor Savitsky  - link no rodapé
Ainda não perdi a mania de ler biografias, e hoje quero dividir com vocês um pouco sobre o artista, colecionador e arqueólogo Igor Savitsky.  Ele que nasceu em berço esplêndido, teve que renunciar a aristocracia para sobreviver e refugiando-se na solidão do deserto, no trabalho paciente de pintar e descobrir as grandezas escondidas debaixo das areias, conseguiu, desafiando a própria sorte, salvar das mãos desrespeitosas de Josef Stalin uma coleção de arte que hoje nos trazem prazer aos olhos e enchem nossos corações de gratidão, pois se há mãos que matam, há mãos que acariciam e salvam convidando-nos à reflexão de que existem caminhos diferentes e diferentes modos de existir, mas que a escolha, sempre, será nossa.
Interior Museu Nukus - Link no rodapé
A vida de Savitsky é uma epopeia em favor do artista e da arte contemporânea. Percorreu, ele, milhares e milhares de quilômetros de estradas, “vasculhando” lares e armários de artistas e familiares de artistas em busca de suas composições que comprava e guardava, cuidadosamente, na garagem de sua casa, esperando um dia poder construir um templo para abrigá-las. Tapetes, máscaras, roupas, joias, moedas, quadros foram adquiridos apenas com a promessa de que um dia ele os pagaria. 
Afiançam os documentaristas que ele pagou mesmo.
Museu de Nukus - Link no rodapé
Audacioso e dono de uma obstinada vontade Savitsky angariou recursos, por vias indiretas do próprio governo russo e ergueu, no deserto de Uzbequistão, na República de Karakalpaquistão, o Museu de Arte de Nukus, templo das artes proibidas que Moscou tentou, em vão, sufocar.
 Graças à sua sensibilidade e persistência conhecemos hoje nomes e obras que estavam destinados a desaparecerem em função da vaidade dos dirigentes de uma nação que não amava igualmente a seus filhos, mas que exigia deles sangue e vida para que alguns pudessem se manter no pedestal erigido pelo orgulho.


Fonte Imagens :
Atelier Fazendo Arte DMC  
http://fazendoartedmc.blogspot.ca/2013_01_01_archive.html 
Acesso em 15/07/2015


Sobre leitores, autores e livros.

            Dependendo do grau de liberdade, leveza, temor, ansiedade, medo ou outro sentimento de que eu esteja imbuída no ato da leitura  os personagens  se distinguem, e se destacam do texto do autor,  reformatados por mim.

                 Analisando a minha experiência - e comparando-a com as de outras pessoas que conheço -, penso que nós  leitores, somos  co-autores dos livros que lemos, pois, parece que cada um lê conforme o que lhe vai no íntimo.

DIFERENTES ESTÉTICAS DE DANÇAS

A beleza da arte de dançar ou 
O Corpo em Movimento




Dança  de Salão



                                                                         Maculelê    


                                                
                                                               Balés Clássico e Moderno

                                                                 Street Dance

POESIA CONTEMPORÃNEA

CONVIDO-TE 

Charles Fonseca

Convido-te, amiga, às doces paragens
Campestres, ao silêncio dos prados,
Aos ternos murmúrios dos nossos regatos,
Aos roucos sussurros aquém das miragens.

Convido-te comigo a outros olhares,
A outros dizeres dos nossos silêncios,
A outros perfumes a nós como prêmios,
Tocar nossas harpas, frementes, vibrares.

Convido-te, amiga, pra caminhada
A dois pela praia, o mar por fronteira,
As nossas dores escrever na areia,
Do nosso amor gozar, madrugada.

PSICOLOGIA: No inicio era assim.

Faxinando meus armários encontrei um envelope pardo e dentro deles algumas anotações antigas dos anos iniciais da faculdade.  Dentre essas anotações uma prova de Psicologia Social. 

A situação imediatamente me conectou ao passado,  àquela professorinha delicada, jovem e culta com nome de mulher madura: Hermínia. 

Com a prova na mão revi nossos dois periodos de aula, as discussões acaloradas de alunos do segundo semestre que, no entanto, discutiam como se fossem doutores em Psicologia. Muiiito bom! 

Assim, em homenagem aos estudantes dos periodos iniciais de todos os cursos, posto uma das três questões da prova. A última, a  de número 3.

Eis a questão 
                                                      
" 3. Analisando as figuras e fotografia apresentadas nas questões 1 e 2, estabeleça a relação entre o conteúdo delas e o objeto da Psicologia científica. Descreva de acordo com o conteúdo estudado em até 10 linhas. (3,5 pontos). 


http://www2.ucg.br/flash/080403psissocial.JPG




Resposta:

Esta questão remonta às três formas de Psicologia Social. Em comum elas tem como foco o indivíduo e a complexidade que ele comporta, as constantes transformações, os objetivos de compreender para encontrar soluções para os problemas humanos,  todavia se diferenciam nos seguintes aspectos:

a) A Psicologia Social  Tradicional foca-se na interação entre as pessoas, e  suas relações recíprocas, o pensamento e o contato com o outro provocam, sem levar em conta o contexto histórico. Desta forma, ela busca estudar o comportamento social humano para tentar solucionar os problemas advindos daí,  e entre eles podemos citar os preconceitos, conflitos sexuais, raciais etc.

b) Para a Psicologia Social Histórico Crítica o conhecimento  do ser humano não pode ser efetivado descontextualizado. A atividade humana é central para o entendimento  do individuo, assim como o estudo do símbolos e objetos concretos por ele utilizado. Existe uma relação recíproca entre individuo e sociedade e esta se faz de forma dinâmica e dialética.

c) A Psicologia Cientifica volta-se mais para o estudo do psiquismo com o objetivo de compreender o funcionamento manifesto pelos estudos do comportamento, dos processos psicológicos, da personalidade, da consciência e da subjetividade. É a partir dela que surgem as outras correntes de Psicologia." 

Tempos bons !



Feliz Aniversário !

Para você minha filha,


Um dia, lá se vão alguns poucos anos, na Pátria Espiritual, você se deixou convencer de que por algum tempo enquanto jornadearia na Terra, eu poderia lhe orientar os passos. Aceitei a tarefa com muito receio de não dar conta do recado. Um bem precioso é ambicionado por muitos e a vigilância precisa ser redobrada para que ele não nos seja usurpado e nem ao menos danificado em qualquer de suas partes.
Você era um bem preciosíssimo que o Pai do Céu me colocava nas mãos imperfeitas e inábeis.
Deu medo, a perna tremeu e o coração bateu forte.
No entanto, ao vê-la, pequena e frágil, com seus bracinhos brancos, suas mãozinhas cheias de dedinhos moles me buscando o pescoço num abraço confiante, toda insegurança e medo se desfizeram, pois compreendi imediatamente que Deus, mais uma vez, havia me enganado.
Eu não tinha que orientar você, guardar você, cuidar de você, desprendendo meu tempo e sacrifício com você, e tendo a possibilidade de, ao final, ainda dar errado.  
Você, perfeita com seu DNA divino, sim, estava chegando para preencher meu tempo com beleza, harmonia, esperança, confiança e muito amor. Você, joia rara, vinha com selo de garantia e trave de segurança contra os perigos que espreitam as pessoas nas curvas das estradas do tempo
 Estava completa. Eu precisaria somente ajudá-la a se abrir para que todas as riquezas, conhecimento e sabedoria viessem à tona na hora certa. Foi o que fiz e que continuarei fazendo até o momento que Deus achar que cumpri, definitivamente, a tarefa que me confiou e então me levar ou levar você para o lugar de onde nos tirou ou -  quem sabe? – para um outro muito melhor.
Até lá, continuemos nossa relação amorosa e cuidemos direitinho para que ela continue sendo nossa medida na vida.
Feliz aniversário!

Eu amo você grandão!