Suely Monteiro
Inteligente, audaz, e se
dizendo profundamente conhecedor das artes de sedução, o autor, num livro
dividido em três partes, desvela para os supostos discípulos o modo de agir
para conseguir êxito nas conquistas.
Escrito entre os séculos 1 a.C
e 1 d.C., o manual do amor é dividido em três como segue: a) Ovídio orienta o
homem como seduzir a amada;
b), uma vez conquistada a amada e tendo-a por
mulher/amante, ele aborda a ternura masculina; e,
c) a terceira parte é
totalmente voltada para as mulheres.
Segundo estudiosos, o livro foi considerado um dos maiores escândalos da
época e motivo da expulsão do escritor de Roma
Vestir, dançar, cantar, tocar
cítara são armas imprescindíveis para uma mulher conquistar seu amor. Ele
assegura que é a arte que faz perdurar o amor. Os Comportamentos em sociedade
também contam pontos. Ele diz no Livro III que “palavras elegantes, mas usuais
no convício social, ó mulheres, é tudo o que deveis escrever! ”
Ele vai além e ensina aos mais destemidos a corromper
servidores (atualíssimo para os nossos políticos) para ajudar no caso de amores
considerados impossíveis ou ilegais e as formas de trair e não ser descoberto,
embora com certos riscos para dar sabor ao romance.
Tudo isto e muito mais você
encontra descrito diretamente, mas com uma eloquência e beleza de linguagem que
não desperta, como em alguns manuais do amor da atualidade, repugnância.
Eu destacaria, como bem atual,
o fato da mulher não ser vista como objeto de contemplação e beleza
insignificantes. Mas, como um ser independente, com os mesmos direitos do homem
(pelo menos na maior parte da obra, com destaque depreciativo na terceira parte
quando ele ensina os modos como a mulher deve fingir o gozo para manter o seu
amado), dando a ela a liberdade que nunca tivera antes e que continuou não
tendo mesmo depois do lançamento do livro.
Minha intenção ao compartilhar
este texto é apresentar como sugestão de leitura poética, um livro bem-humorado
que aborda as relações humanas, no aspecto da sedução, de modo muito intrigante
e atual e nos tira por uns instantes dessa guerra cruenta de brigas
partidárias, nos dando folego para continuar vivendo uma vida digna de ser
vivida com responsabilidade, respeito aos direitos e deveres nossos e alheios,
mas também com poesia, amor, fé, esperança e muita alegria!
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