Suely Monteiro
O Ceticismo, por duvidar da
possibilidade de o homem conhecer a realidade contingente e mutável e,
consequentemente pregar a renúncia a busca pela verdade, valorizando o prazer
como bem soberano, não sugere a exclusão da ética e a aceitação do prazer
desvairado.
Simplificando a Filosofia. |
Longe disso, a felicidade para os
antigos clássicos em geral, e, em especial, para Epicuro, encontra-se numa vida
justa, vivida com moderação e simplicidade, regrada, sem abusos.
Para ser saudável do corpo e da alma,
o homem precisa ser gentil, respeitar o outro, praticar a caridade, valorizar os
amigos, passear ao ar livre, alimentar-se equilibradamente; ou seja, fazer tudo
aquilo que a ciência, hoje, reconhece como sendo fonte de saúde e bem-estar.
Assim, ao invés de buscar a
felicidade no consumismo exacerbado, no sexo descompromissado, nos prazeres do álcool
ou outros tipos de drogas, o homem deve ser humilde e prudente, deve encantar-se
com a imensidão de coisas, aparentemente pequenas, que estão graciosamente à
sua disposição, e reconhecer que são elas que lhe propiciarão serenidade, uma
vez que para Epicuro, a felicidade só é encontrada
no estado de ataraxia ou, dizendo de outra forma, no prazer estável, sem perturbações ou desequilibrio, que, ao que tudo indica, não é próprio, não está ao alcance e nem é desejável pelo homem moderno.
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