Jacek Yerka* Varsóvia, Polônia – 1952 d.C.
Estudou artes gráfica e ilustração. Quando estava na universidade os professores pressionavam para que ele não fosse tão detalhista e não optar por uma pintura realística pois iria de encontro a tendência da arte contemporânea.Somente em 1980 tornou-se profissional.
Foi premiado nos salões de Varsóvia, Dusseldorf, Los Angeles, Paris e Londres.
Fonte: http://mesquita.blog.br/arte-pintura-jacek-yerka
terça-feira, 27 de julho de 2010
SEGUNDO PERÍODO DA FILOSOFIA ANTIGA: AS DOUTRINAS DE PLATÃO.
Exemplarismo.
A doutrina das idéias universais reais de Platão consiste em admitir modelos arquétipos (ou universais metafísicos), os quais não seriam apenas essências ideais, mas reais. As essências absolutas repetir-se-iam nas coisas singulares, as quais teriam nelas o seu exemplar arquétipo.
O Demiurgo é o artista do universo, porque organiza a matéria informe, aplicando a ela as formas das idéias eternas. Por isso, as coisas são como que a sombra das referidas ideias arquétipas.
Os pitagóricos se referiam à números e figuras geométricas eternas; agora Platão apenas substitui estes números por conceitos mais amplos.
Importa advertir para o exemplarismo das idéias, que servem de modelo às coisas que se fazem. Suposto que nada é possível fazer sem um prévio modelo (tese a ser provada!), resulta que tudo o que se faz incorre em ser racional. Parmênides e Aristóteles, apesar de não falarem em idéias reais arquétipas, estabelecem a racionalidade do ser, com a impossibilidade do não ser; este pensar incorre em um exemplarismo, porque o que existe deverá estar conforme com a razão.
O Demiurgo é o artista do universo, porque organiza a matéria informe, aplicando a ela as formas das idéias eternas. Por isso, as coisas são como que a sombra das referidas ideias arquétipas.
Os pitagóricos se referiam à números e figuras geométricas eternas; agora Platão apenas substitui estes números por conceitos mais amplos.
Importa advertir para o exemplarismo das idéias, que servem de modelo às coisas que se fazem. Suposto que nada é possível fazer sem um prévio modelo (tese a ser provada!), resulta que tudo o que se faz incorre em ser racional. Parmênides e Aristóteles, apesar de não falarem em idéias reais arquétipas, estabelecem a racionalidade do ser, com a impossibilidade do não ser; este pensar incorre em um exemplarismo, porque o que existe deverá estar conforme com a razão.
O exemplarismo platônico é basicamente a doutrina dos universais dos pitagóricos, pela qual se regem todas as metafísicas, que ultrapassam o ser das coisas singulares. Em conjunto se opõem estes filósofos a aqueles que só admitem a ontologia particular ou se reduzem a uma filosofia simplesmente empirista. Platão foi o que mais enfaticamente valorizou o universal; não só o admitiu como um arquétipo das coisas, mas elevou este modelo exemplar à algo real.
Uns discordam de Platão apenas por haver estabelecido a realidade dos universais, e não o universal simplesmente. Aristóteles, discordando de Platão, continuou a admitir ao universal, interpretando-o de outro modo; atribuiu ao universal apenas uma validade ôntica inerente só ao ser singular a ele obediente; em concreto se identificavam com a realidade das coisas singulares, interferindo sobre estas como lei; neste sentido aristotélico as coisas singulares contêm algo mais que a mera contingência da singularidade, e que é o universal; então o universal não ultrapassa ao singular, senão nesta sua necessidade complementar. Depois que se tem de dizer que um fato, apesar de ser singular, é sempre um fato que necessariamente está acontecido, não parece possível deixar de admitir o universal, ao menos como Aristóteles o concebeu.
Outros divergem de Platão em vista de não admitirem qualquer universal, nem o de Platão (universal-real) e nem o de Aristóteles (universal com fundamento ôntico nos seres singulares).
Os adversários contemporâneos ao mesmo Platão, por causa de sua doutrina das idéias reais, eram os sofistas e os cínicos com eles relacionados. Opunham-se, portanto, à universalidade em qualquer hipótese. Conhece-se a notícia irônica:
"Falando um dia Platão sobre as idéias, de mesa e de vaso, Diógenes (o Cínico) o interrompeu ;
- querido Platão, vejo a mesa e o vaso, porém não vejo suas idéias.
- E eu me explico, replicou Platão, porque tens olhos que fazem ver a mesa e o vaso; porém não tens o que nos descobre as idéias, a inteligência... " (D. Laércio, VI).
O caráter real atribuído por Platão às idéias universais, estimulou exaltações à propósito da visão daqueles arquétipos. Os encantos de intuir o ser, o bem, o belo, a harmonia são enfaticamente narrados pelo admirável mestre da Academia. A viagem das almas ao céu das idéias, o mito da caverna, o delírio poético, o amor que surge após a visão do belo carnal feminino capaz de conduzir à reminiscência espetacular do belo como tal, - são páginas típicas da doutrina platônica, e de tal maneira narradas, que se tornaram eternas na literatura filosófica
Fonte: Enciclopédia Simpozio
http://www.cfh.ufsc.br/~simpozio/novo/2216y098.htm#TopOfPage
Uns discordam de Platão apenas por haver estabelecido a realidade dos universais, e não o universal simplesmente. Aristóteles, discordando de Platão, continuou a admitir ao universal, interpretando-o de outro modo; atribuiu ao universal apenas uma validade ôntica inerente só ao ser singular a ele obediente; em concreto se identificavam com a realidade das coisas singulares, interferindo sobre estas como lei; neste sentido aristotélico as coisas singulares contêm algo mais que a mera contingência da singularidade, e que é o universal; então o universal não ultrapassa ao singular, senão nesta sua necessidade complementar. Depois que se tem de dizer que um fato, apesar de ser singular, é sempre um fato que necessariamente está acontecido, não parece possível deixar de admitir o universal, ao menos como Aristóteles o concebeu.
Outros divergem de Platão em vista de não admitirem qualquer universal, nem o de Platão (universal-real) e nem o de Aristóteles (universal com fundamento ôntico nos seres singulares).
Os adversários contemporâneos ao mesmo Platão, por causa de sua doutrina das idéias reais, eram os sofistas e os cínicos com eles relacionados. Opunham-se, portanto, à universalidade em qualquer hipótese. Conhece-se a notícia irônica:
"Falando um dia Platão sobre as idéias, de mesa e de vaso, Diógenes (o Cínico) o interrompeu ;
- querido Platão, vejo a mesa e o vaso, porém não vejo suas idéias.
- E eu me explico, replicou Platão, porque tens olhos que fazem ver a mesa e o vaso; porém não tens o que nos descobre as idéias, a inteligência... " (D. Laércio, VI).
O caráter real atribuído por Platão às idéias universais, estimulou exaltações à propósito da visão daqueles arquétipos. Os encantos de intuir o ser, o bem, o belo, a harmonia são enfaticamente narrados pelo admirável mestre da Academia. A viagem das almas ao céu das idéias, o mito da caverna, o delírio poético, o amor que surge após a visão do belo carnal feminino capaz de conduzir à reminiscência espetacular do belo como tal, - são páginas típicas da doutrina platônica, e de tal maneira narradas, que se tornaram eternas na literatura filosófica
Fonte: Enciclopédia Simpozio
http://www.cfh.ufsc.br/~simpozio/novo/2216y098.htm#TopOfPage
domingo, 25 de julho de 2010
SEGUNDO PERÍODO DA FILOSOFIA ANTIGA: AS DOUTRINAS DE PLATÃO.
Os universais reais, o ser, o belo e outros. A consistência dos universais é real.
Este realismo dos universais a primeira vista surpreende, mas foi amplamente defendido na idade média pelos assim chamados realistas,tanto desta como os da escola de Chartres. Importa atender, que não há grande diferença entre admitir um conjunto de idéias reais e estabelecer a existência de um Deus infinito.
A partir de sua gnosiologia, criou Platão uma ontologia, que começa por admitir realidades transcendentes universais. Conduz em frente doutrinas que tomou aos pitagóricos e aos eleatas.
Platão descreveu maravilhosamente o ser e sobretudo o belo, quando o homem subitamente se eleva ao estado de filósofo e o atinge como arquétipo do que há nos seres singulares e nas coisas belas multiplicadas:
"...este homem verá bruscamente certa beleza, de uma natureza maravilhosa. Verá um ser que, em primeiro lugar, é eterno, que não nasce, nem morre, que não aumenta e nem diminui, que além disso não é em parte belo, que não aumenta e nem diminui, que além disso não é em parte belo e em parte feio, agora belo e depois feio, belo em comparação com isto e feio em comparação com aquiilo, belo e feio acolá, belo para alguns e feio para outros. Conhecerá a beleza que não se apresenta como rosto ou como mãos ou qualquer outra coisa corporal. Beleza ao contrário, que existe em si mesma e por si mesma, sempre idêntica, e da qual participam todas as demais coisas belas. Estas coisas belas individuais, que participam da beleza suprema, ora nascem, ora morrem; mas essa beleza jamais aumenta ou diminui, nem sofre alteração de qualquer espécie" (Simpósio, 210 2 - 211a).
Fonte: Enciclopédia Simpozio
http://www.cfh.ufsc.br/~simpozio/novo/2216y098.htm#TopOfPage
Este realismo dos universais a primeira vista surpreende, mas foi amplamente defendido na idade média pelos assim chamados realistas,tanto desta como os da escola de Chartres. Importa atender, que não há grande diferença entre admitir um conjunto de idéias reais e estabelecer a existência de um Deus infinito.
A partir de sua gnosiologia, criou Platão uma ontologia, que começa por admitir realidades transcendentes universais. Conduz em frente doutrinas que tomou aos pitagóricos e aos eleatas.
Platão descreveu maravilhosamente o ser e sobretudo o belo, quando o homem subitamente se eleva ao estado de filósofo e o atinge como arquétipo do que há nos seres singulares e nas coisas belas multiplicadas:
"...este homem verá bruscamente certa beleza, de uma natureza maravilhosa. Verá um ser que, em primeiro lugar, é eterno, que não nasce, nem morre, que não aumenta e nem diminui, que além disso não é em parte belo, que não aumenta e nem diminui, que além disso não é em parte belo e em parte feio, agora belo e depois feio, belo em comparação com isto e feio em comparação com aquiilo, belo e feio acolá, belo para alguns e feio para outros. Conhecerá a beleza que não se apresenta como rosto ou como mãos ou qualquer outra coisa corporal. Beleza ao contrário, que existe em si mesma e por si mesma, sempre idêntica, e da qual participam todas as demais coisas belas. Estas coisas belas individuais, que participam da beleza suprema, ora nascem, ora morrem; mas essa beleza jamais aumenta ou diminui, nem sofre alteração de qualquer espécie" (Simpósio, 210 2 - 211a).
Fonte: Enciclopédia Simpozio
http://www.cfh.ufsc.br/~simpozio/novo/2216y098.htm#TopOfPage
SEGUNDO PERÍODO DA FILOSOFIA ANTIGA: AS DOUTRINAS DE PLATÃO.
Racionalismo Radical, Inatismo, Dialética de Reminiscência.
A filosofia de Platão é racionalista radical, porque o pensamento é considerado capaz de se exercer sem os dados dos sentidos como ponto de partida. Ainda que o diálogo com as coisas sensíveis possa estimular o enlevo, que sobe à contemplação dos universais, estes não têm no sensível a origem do seu conteúdo.
Esta doutrina racionalista marcará uma tradição futura, que passará por Plotino, Agostinho, agostinianos medievais, Descartes, Leibniz. Estará sempre em contraste com o racionalismo moderado de Aristóteles e de Kant, sobretudo dos empiristas, que fazem a inteligência inicializar o conhecimento no fenômeno sensível, cujo conteúdo operam para subirem além, sem nunca desprender-se dele; os empiristas permanecem neste fenômeno sensível, os kantianos lhe sobrepõem formas apriorísticas, os aristotélicos, já com Parmênides, admitem que nele a inteligência intui o ser, ainda que seja somente o ser do sensível, a partir do qual, por analogia, vão ao ser em geral.
O racionalismo platônico, como já referido, tomou elementos à filosofia pitagórica, a qual, por sua vez se encontra influenciada pelas doutrinas dualistas do orfismo, que separam radicalmente o psíquico e o corpóreo, como substâncias distintas, em tudo irredutíveis.
O método dialético de Platão segue a índole de suas posições gnosiológicas. Uma vez colocada a distinção entre idéias singulares e idéias gerais (sendo estas inatas), a dialética conduz dos conhecimentos singulares aos universais (portanto à ciência no sentido Socrático); estes despertam aqueles, mas aqueles não dependem destes.
O constante esforço dos diálogos platônicos consiste numa procura incessante, com vistas a descobrir conceitos gerais, e que em última instância são universais reais, arquétipos eternos. Platão é racionalista radical, na acepção de admitir uma fonte de idéias autônoma em relação aos sentidos, a qual a alma teve acesso já antes de penetrar no corpo humano atual. Há idéias de origem empírica e idéias inatas; só estas são universais, isto é, de objeto imutável. As outras colhem notícia de objetos em constante possibilidade de fluxo. Ainda que as idéiasadventícias tenham o caráter empírico, não se confundem todavia com as sensações.
O conteúdo das idéias inatas e universais não se encontra nos objetos do mundo empírico. Se possuímos tais idéias universais, devem ter outra origem. São inatas. Fazer ciência é despertá-las (Menon 85). A ciência, como pesquisa do universal, é uma reminiscência.
Apelando ao mito, Platão esclarece que as idéias inatas foram conhecidas em uma vida anterior, quando as almas tiveram a oportunidade de contemplar os objetos universais (Fedro, 246-248). Aristóteles, ao contestar Platão, dirá que as idéias universais existem, mas enquanto apreendidas, por abstração, a partir da intuição do ser nas coisas sensíveis: opõe portanto a Platão um racionalismo moderado. Finalmente o positivismo, que já era o ponto de vista dos sofistas, nega mesmo o racionalismo moderado de Aristóteles.
As idéias universais da mente humana reproduzem as idéias arquétipas. Foram geradas e adquiridas pela mente no estágio anterior à vida presente, quando os espíritos puros contemplavam os arquétipos. Foram as almas instaladas nos corpos materiais por punição, a fim de pagarem delitos anteriores. Eis um resto das doutrinas órficas acolhidas por pitagóricos e agora também por Platão.
No futuro Agostinho dirá que ditas idéias universais surgem na mente por efeito de uma iluminação divino-natural, sem todavia afastar a doutrina judaico-cristã do pecado original. Descartes dirá que as idéias são inatas, isto é, criadas juntamente com a alma. Kant dirá que são formas apriorísticas do entendimento. Mas, desde a antiguidade Aristóteles defende que os universais são nada mais que abstrações, pelo acolhimento de uma noção sem os respectivo sujeito singular, sem que tenham sido colhidas em um momento anterior a partir de um arquétipo.
Para Platão os conhecimentos recebidos pelos sentidos são singulares. Podendo também generalizar-se, nunca equivalem às ideias inatas, porque estas equivalem diretamente às idéias reais arquétipas, as quais foram conhecidas com anterioridade à qualquer generalização. Contudo, os conhecimentos sensíveis, pelo seu caráter similar, podem despertar as idéias inatas adormecidas. A ciência empírica, na medida que se desenvolve, poderá, pois, desenvolver a ciência propriamente dita, a que se dá pelo desenvolvimento das idéias inatas universais. Considerando que tais ideias surgem por recordação, a ciência propriamente dita se diz ser uma reminiscência.
Fonte: Enciclopédia Simpozio
http://www.cfh.ufsc.br/~simpozio/novo/2216y098.htm#TopOfPage
A filosofia de Platão é racionalista radical, porque o pensamento é considerado capaz de se exercer sem os dados dos sentidos como ponto de partida. Ainda que o diálogo com as coisas sensíveis possa estimular o enlevo, que sobe à contemplação dos universais, estes não têm no sensível a origem do seu conteúdo.
Esta doutrina racionalista marcará uma tradição futura, que passará por Plotino, Agostinho, agostinianos medievais, Descartes, Leibniz. Estará sempre em contraste com o racionalismo moderado de Aristóteles e de Kant, sobretudo dos empiristas, que fazem a inteligência inicializar o conhecimento no fenômeno sensível, cujo conteúdo operam para subirem além, sem nunca desprender-se dele; os empiristas permanecem neste fenômeno sensível, os kantianos lhe sobrepõem formas apriorísticas, os aristotélicos, já com Parmênides, admitem que nele a inteligência intui o ser, ainda que seja somente o ser do sensível, a partir do qual, por analogia, vão ao ser em geral.
O racionalismo platônico, como já referido, tomou elementos à filosofia pitagórica, a qual, por sua vez se encontra influenciada pelas doutrinas dualistas do orfismo, que separam radicalmente o psíquico e o corpóreo, como substâncias distintas, em tudo irredutíveis.
O método dialético de Platão segue a índole de suas posições gnosiológicas. Uma vez colocada a distinção entre idéias singulares e idéias gerais (sendo estas inatas), a dialética conduz dos conhecimentos singulares aos universais (portanto à ciência no sentido Socrático); estes despertam aqueles, mas aqueles não dependem destes.
O constante esforço dos diálogos platônicos consiste numa procura incessante, com vistas a descobrir conceitos gerais, e que em última instância são universais reais, arquétipos eternos. Platão é racionalista radical, na acepção de admitir uma fonte de idéias autônoma em relação aos sentidos, a qual a alma teve acesso já antes de penetrar no corpo humano atual. Há idéias de origem empírica e idéias inatas; só estas são universais, isto é, de objeto imutável. As outras colhem notícia de objetos em constante possibilidade de fluxo. Ainda que as idéiasadventícias tenham o caráter empírico, não se confundem todavia com as sensações.
O conteúdo das idéias inatas e universais não se encontra nos objetos do mundo empírico. Se possuímos tais idéias universais, devem ter outra origem. São inatas. Fazer ciência é despertá-las (Menon 85). A ciência, como pesquisa do universal, é uma reminiscência.
Apelando ao mito, Platão esclarece que as idéias inatas foram conhecidas em uma vida anterior, quando as almas tiveram a oportunidade de contemplar os objetos universais (Fedro, 246-248). Aristóteles, ao contestar Platão, dirá que as idéias universais existem, mas enquanto apreendidas, por abstração, a partir da intuição do ser nas coisas sensíveis: opõe portanto a Platão um racionalismo moderado. Finalmente o positivismo, que já era o ponto de vista dos sofistas, nega mesmo o racionalismo moderado de Aristóteles.
As idéias universais da mente humana reproduzem as idéias arquétipas. Foram geradas e adquiridas pela mente no estágio anterior à vida presente, quando os espíritos puros contemplavam os arquétipos. Foram as almas instaladas nos corpos materiais por punição, a fim de pagarem delitos anteriores. Eis um resto das doutrinas órficas acolhidas por pitagóricos e agora também por Platão.
No futuro Agostinho dirá que ditas idéias universais surgem na mente por efeito de uma iluminação divino-natural, sem todavia afastar a doutrina judaico-cristã do pecado original. Descartes dirá que as idéias são inatas, isto é, criadas juntamente com a alma. Kant dirá que são formas apriorísticas do entendimento. Mas, desde a antiguidade Aristóteles defende que os universais são nada mais que abstrações, pelo acolhimento de uma noção sem os respectivo sujeito singular, sem que tenham sido colhidas em um momento anterior a partir de um arquétipo.
Para Platão os conhecimentos recebidos pelos sentidos são singulares. Podendo também generalizar-se, nunca equivalem às ideias inatas, porque estas equivalem diretamente às idéias reais arquétipas, as quais foram conhecidas com anterioridade à qualquer generalização. Contudo, os conhecimentos sensíveis, pelo seu caráter similar, podem despertar as idéias inatas adormecidas. A ciência empírica, na medida que se desenvolve, poderá, pois, desenvolver a ciência propriamente dita, a que se dá pelo desenvolvimento das idéias inatas universais. Considerando que tais ideias surgem por recordação, a ciência propriamente dita se diz ser uma reminiscência.
Fonte: Enciclopédia Simpozio
http://www.cfh.ufsc.br/~simpozio/novo/2216y098.htm#TopOfPage