Seguiu Aristóteles, como se vê em seu tratado Ética à Nicômaco, as linhas gerais da filosofia moral de Sócrates e Platão, aperfeiçoando-a.
Desenvolveu uma ética do direito natural (contra o positivismo dos sofistas).
Além disto sua Ética é finalista, subordina a natureza individual de cada um a um padrão ideal (Ética da recta ratio).
Mas, em Aristóteles todos estes conceitos recebem sutis alterações, decorrentes da sua mundivisão do ser e de sua imagem do homem. Opusera-se ao orfismo, que dominara o pensamento de Pitágoras, Sócrates e Platão; preocupavam-se estes com um homem, cujo espírito estaria apenas de trânsito por este mundo, encarcerado no corpo, e cuja felicidade se condicionaria a um êxodo da matéria.
O padrão ideal, que comanda a recta ratio, aqueles filósofos os situavam de maneira muito enfática, como um mundo de ideias reais arquétipas transcendentes. Esta fundamentação teonômica, que no caso da Ética seria o bem como tal, desaparece, por força das circunstâncias na nova mundivisão de Aristóteles. O universal, portanto o modelo ideal dos entes, é colocado pelo novo filósofo dentro de cada ser individual, em função do qual se criam os seus deveres morais.
Uma vez estabelecidos os arquétipos dentro dos próprios indivíduos, a pergunta principal da ética aristotélica consiste em saber que é o homem especificamente, para que este conceito sirva de norma a ser executada como obrigação ética.
Não obstante a abertura maior da ética de Aristóteles, mas o fato mesmo de estabelecer como norma um arquétipo imanente ao mesmo homem, não obstante conservar seu aspecto finalístico e obediente a arquétipos imanentes, o dever ser se torna mais difícil de fixar. O bem geral, como universal a comandar todos os entes, é apenas um padrão analógico. Suas derivações para as diferentes espécies particulares dos entes, respeitam as particularidades enquanto áreas distintas. Por sua vez, quais seriam os padrões destas? Eis quando se estabelece a pergunta sobre a natureza ideal do homem. Fácil estabelecer que a ética atende à natureza ideal do homem. Todavia, o conteúdo desta natureza não se conhece com facilidade.
Aristóteles estabeleceu a especificidade do homem em sua natureza racional. Mas ainda não é tudo. Com que medidas realizará esta natureza? Em escala de graus surgirão as demais determinações. Eis quando a ética peripatética se firma num conceito já peculiar ao grego, - o meio termo, o equilíbrio, a justa medida, a prudência... No meio está a virtude! Isto é, no meio está o objetivo ético. Igualmente no meio está o belo. O próprio conceito de hierarquia, não é senão o da unidade em torno do principal.
O bem moral do homem consiste em primeiro lugar em sua realização segundo a sua atividade mais específica como ser racional. Neste sentido Aristóteles destaca a realização plena da inteligência humana, tendo como resultado a felicidade. Portanto, nesta subordinação racional dos atos humanos o valor ético supremo a atingir obrigatoriamente é a felicidade (eudaimon). Está implícito que dentro de uma hierarquia em que o bem específico do homem vem como terminal de toda uma série de outros objetivos secundários. Eis a ética do eudaimonismo racional.
"Se a felicidade é atividade conforme à virtude, é bem razoável que seja conforme à virtude mais excelente; esta será a virtude daquilo que em nós há de melhor.
Logo, é o pensamento, ou outra coisa que ordena e dirige e tem inteligência das coisas belas e divinas; a sua atividade, quando conforme à virtude que lhe é própria, eis o que é a felicidade...
De fato, o pensamento é o que em nós há de mais excelente. Além disto, é a mais ininterrupta, visto que podemos contemplar sem interrupção muito mais do que operar outras coisas...
Conveio-se que a mais doce das atividades conforme à virtude é aquela existente segundo a sapiência; na verdade vemos a filosofia conter prazeres maravilhosos em pureza e em constância" (Ética a N., L.10, VII, 1-3).Os demais bens exteriores, mais especificamente: nascimento nobre, libertação do trabalho servil, saúde, beleza, filhos e amigos, além de uma vida longa.
Desenvolveu uma ética do direito natural (contra o positivismo dos sofistas).
Além disto sua Ética é finalista, subordina a natureza individual de cada um a um padrão ideal (Ética da recta ratio).
Mas, em Aristóteles todos estes conceitos recebem sutis alterações, decorrentes da sua mundivisão do ser e de sua imagem do homem. Opusera-se ao orfismo, que dominara o pensamento de Pitágoras, Sócrates e Platão; preocupavam-se estes com um homem, cujo espírito estaria apenas de trânsito por este mundo, encarcerado no corpo, e cuja felicidade se condicionaria a um êxodo da matéria.
O padrão ideal, que comanda a recta ratio, aqueles filósofos os situavam de maneira muito enfática, como um mundo de ideias reais arquétipas transcendentes. Esta fundamentação teonômica, que no caso da Ética seria o bem como tal, desaparece, por força das circunstâncias na nova mundivisão de Aristóteles. O universal, portanto o modelo ideal dos entes, é colocado pelo novo filósofo dentro de cada ser individual, em função do qual se criam os seus deveres morais.
Uma vez estabelecidos os arquétipos dentro dos próprios indivíduos, a pergunta principal da ética aristotélica consiste em saber que é o homem especificamente, para que este conceito sirva de norma a ser executada como obrigação ética.
Não obstante a abertura maior da ética de Aristóteles, mas o fato mesmo de estabelecer como norma um arquétipo imanente ao mesmo homem, não obstante conservar seu aspecto finalístico e obediente a arquétipos imanentes, o dever ser se torna mais difícil de fixar. O bem geral, como universal a comandar todos os entes, é apenas um padrão analógico. Suas derivações para as diferentes espécies particulares dos entes, respeitam as particularidades enquanto áreas distintas. Por sua vez, quais seriam os padrões destas? Eis quando se estabelece a pergunta sobre a natureza ideal do homem. Fácil estabelecer que a ética atende à natureza ideal do homem. Todavia, o conteúdo desta natureza não se conhece com facilidade.
Aristóteles estabeleceu a especificidade do homem em sua natureza racional. Mas ainda não é tudo. Com que medidas realizará esta natureza? Em escala de graus surgirão as demais determinações. Eis quando a ética peripatética se firma num conceito já peculiar ao grego, - o meio termo, o equilíbrio, a justa medida, a prudência... No meio está a virtude! Isto é, no meio está o objetivo ético. Igualmente no meio está o belo. O próprio conceito de hierarquia, não é senão o da unidade em torno do principal.
O bem moral do homem consiste em primeiro lugar em sua realização segundo a sua atividade mais específica como ser racional. Neste sentido Aristóteles destaca a realização plena da inteligência humana, tendo como resultado a felicidade. Portanto, nesta subordinação racional dos atos humanos o valor ético supremo a atingir obrigatoriamente é a felicidade (eudaimon). Está implícito que dentro de uma hierarquia em que o bem específico do homem vem como terminal de toda uma série de outros objetivos secundários. Eis a ética do eudaimonismo racional.
"Se a felicidade é atividade conforme à virtude, é bem razoável que seja conforme à virtude mais excelente; esta será a virtude daquilo que em nós há de melhor.
Logo, é o pensamento, ou outra coisa que ordena e dirige e tem inteligência das coisas belas e divinas; a sua atividade, quando conforme à virtude que lhe é própria, eis o que é a felicidade...
De fato, o pensamento é o que em nós há de mais excelente. Além disto, é a mais ininterrupta, visto que podemos contemplar sem interrupção muito mais do que operar outras coisas...
Conveio-se que a mais doce das atividades conforme à virtude é aquela existente segundo a sapiência; na verdade vemos a filosofia conter prazeres maravilhosos em pureza e em constância" (Ética a N., L.10, VII, 1-3).Os demais bens exteriores, mais especificamente: nascimento nobre, libertação do trabalho servil, saúde, beleza, filhos e amigos, além de uma vida longa.
Enciclopédia Simpozio
Nenhum comentário:
Postar um comentário