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sábado, 18 de maio de 2013

Não, Platão não defende o Objetivismo Estético!

                                                                                 
Platão aponta para cima. Para o Mundo das Ideias. É lá que está a beleza, não nos objetos que vemos.
 

Um colega enviou-me um email pessoal com uma dúvida sobre estética, pedindo a nossa opinião sobre o assunto. Parece-nos que vale a pena responder aqui, pois pode interessar a outros também. A dúvida era a seguinte:


Comecei a dar a estética e fui ver o que os novos manuais diziam sobre o subjetivismo/objetivismo estético. Num deles li que o objetivismo estético é a perspetiva defendida por Platão, defendendo este que um objeto é belo em virtude das suas propriedades intrínsecas, as quais se encontram no objeto e só no objeto. Acho estranho Platão defender isto. Mas como já encontrei o mesmo noutro manual, pergunto se isto é mesmo assim.

             A primeira coisa a sublinhar é que se o objectivismo é a perspectiva segundo a qual a beleza (ou as propriedades que fazem algo ser belo) se encontram no objecto e só no objecto, então Platão nunca poderia ter defendido o objectivismo estético. Pela simples razão de que a tese de que a beleza está nas coisas é inconsistente com a bem conhecida teoria platónica das ideias. De acordo com a teoria das ideias, o que nos faz dizer que um dado objecto é belo não é o que nele vemos, mas a ideia imutável de beleza que esse objecto imita. Ora, como sabemos, as ideias — incluindo a ideia de beleza, em virtude da qual chamamos «belos» a certos objectos — encontram-se num mundo à parte, diferente do mundo dos objectos sensíveis.

            Sendo assim, como se pode dizer que Platão é objectivista? Dizer que Platão é objectivista é o mesmo que dizer que Platão não defende a teoria das ideias, de acordo com a qual a beleza não está nos objectos.

            Mas será que, por não estar nos objectos, a beleza deixa de ter uma existência real e independente de quaisquer sujeitos? A resposta de Platão é que a beleza tem uma existência real, mas não está nos objectos nem depende de sujeitos: ela está no mundo transcendente das ideias perfeitas. Assim, o que Platão defende é o realismo estético, não o objectivismo estético, que são coisas diferentes.

Em suma: não, Platão não defende o objectivismo estético. Nem é preciso ler mais do que a passagem da Alegoria da Caverna para se concluir isso.

 

Nota: No meu texto não aplico o novo acordo ortográfico, o que não acontece na citação acima

Fonte: Cinquenta Lições de Filosofia. Platão. Disponível em:
http://50licoes.blogspot.com.br/search/label/Plat%C3%A3o
Acesso em: 19 Mai.2013.

Acesso em: 18 Mai.2013.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

A ARTE DE SALVADOR DALI.


A semelhança entre a figura de Narciso e a imagem da mão de pedra e do ovo leva-as a se fundir numa espécie de imagem dupla ."

Dali decidiu pintar o instante da transformação de Narciso em flor .Na parte esquerda do quadro , um jovem ajoelhado mira o próprio reflexo nas águas .
A medida que o expectador olha para essa imagem , decodificando a complicada pose dos joelhos e dos braços , vai ficando evidente que ela tem um formato exatamente igual à imagem da parte direita , que mostra uma mão de pedra que segura um ovo de onde nasce um narciso . Uma vez percebida essa forma , tendo a vista percorrido toda a superfície da tela , torna-se difícil retornar a Narciso sem rever involuntariamente , projetada sobre seu corpo , a imagem da pedra segurando o ovo . É o seu destino . A punição ocorre enquanto o espectador vê a pintura . É o expectador o responsável pela metamorfose de Narciso.

Fonte:
http://nanamada.blogspot.com/2007/06/arte-e-psicanlise-freud-e-salvador-dali.html

terça-feira, 2 de agosto de 2011

ESTÉTICA: MANDALAS.

Jairo Salles

"...é absolutamente necessário resgatar a infinita capacidade de deslumbramento da consciência humana se quisermos reencantar o mundo."
(Basarab Nicolescu- físico romeno)

A proposta do presente ensaio contempla o desafio de dissertar sobre  a verdade imanente em uma obra de arte que tenha efetivamente nos impactado de alguma forma, permitindo que a mesma revele-se sem que enveredemos pelo caminho de julgá-la ou analisá-la.
Sou particularmente aberto às manifestações artísticas, que produzem em mim os efeitos mais diversos, sou frequentemente tocado pela música, pela dança, pintura e empaticamente vibro no que consigo acessar do intento e da expressão dos artistas, assim escolher uma obra na diversidade deste mundo que me evoca tanto encantamento não foi um caminho fácil. 
Enfim, optei por recorrer a obras que tivessem deixado uma impressão muito viva em minha mente-emoção-espírito recentemente, e minha escolha foram as belas mandalas produzidas por minha amiga querida, Dulce Magalhães, e assim não falarei sobre uma delas especificamente, mas sobre as “Mandalas” da artista e o que despertam em mim. O impacto destas obras em mim, refere-se tanto aos efeitos causados pela contemplação das mesmas, à partilha da artista de como iniciou este trabalho e também por já ter tido a oportunidade de acompanhar diante dos meu olhos o processo criativo destas mandalas em tempo real, a produção mágica, o desabrochar da obra, a “descida do infinito para o finito” espaço físico do papel que a conterá, além da observação do impacto que as mesmas causam nas pessoas. A artista eventualmente as nomeia, na intenção ou inspiração, preferi não recorrer aos nomes ou atributos das obras em exposição aqui, permitindo como proposto que se revelem por si mesmas. Poderia obviamente lançar mão  das mais diversas definições e histórias  a respeito de mandalas presentes nas mais diversas tradições sapienciais, no budismo, hinduísmo, na geometria sagrada, nas tradições mágicas, traçando considerações sobre seus significados, seus quadrantes e simbolismos, porém, dentro da proposta, seguirei o fluxo da inspiração e das palavras que surgirem na contemplação.
Mandala é a palavra sânscrita que significa círculo, uma representação geométrica da dinâmica relação entre o homem e o cosmo. 
Mandalas em obras como as apresentadas nas imagens deste trabalho, que vão tomando forma, pela inspiração, intuição e habilidade da artista que expressa em um plano mais objetivo possível, frações do que pode residir no infinito campo de sua interioridade,  permitindo através de sua obra uma viagem à mundos arquetípicos,  ao insólito, ao mistério dão continente à que o observador possa senti-las, absorvê-las, usufrua de sua mensagens e quem sabe compreenda-as além das palavras e dos nossos códigos de linguagem estabelecidos, percebendo a obra que propicia sensações e sentimentos que estabelecem trânsito por e despertam canais de comunicação não usuais.
Do centro da mandala o vazio fértil promovendo desdobramentos luminosos em todos os quadrantes revela o mistério, desafiando a filosofia a pensá-la e analisá-la e enquanto esta permanece restrita a função da consciência – pensamento e não dá conta das mensagens que a arte contém. a mandala manifesta ao olhar atento e aberto inúmeras possibilidades de contemplação dissolvendo as fronteiras de seus círculos concêntricos,  que por  fronteiras, são passagens apenas para ampliação de seu campo, e se por algum momento proporcionam  à razão a impressão de poder contê-la, no instante seguinte a obra que se supõe estática a surpreende com movimentos e emanações de cores na dança harmônica de sua trajetória circular que através de sua simbólica revela um espaço sagrado que atualiza o tempo interior e o tempo divino e torna-se espelho para o ser que observa e este vê o reflexo da dinâmica de sua própria existência exposto pela mandala e em seu abrigo interior mandala-ser tornam-se um na dança-interna-micro-cosmo-dança-do-universo-macro-cosmo.
Tudo torna-se verdade e caminho, no equilíbrio (“balance” ,no “balanço”, na “dança”) imanente na própria vida que as mandalas revelam, demonstrando que tudo tem seu ritmo e vibração, no âmbito desta grande circulação energética natural, dos ciclos revelados pelas tradições, no entrelaçamento, na reconciliação masculino-feminino, claro-escuro, noite-dia, luz-sombra, alertando para a necessidade do inspirar, do expirar, do movimento, na sintonia com a grande respiração já falada por Anaxímenes, para que não haja estagnação na jornada e a vida se dê em plenitude.  E as Mandalas manifestam a harmonia desta dança e convidam à ela, à dança que integra a sensação, a intuição, o  sentimento e o pensamento, pois este será o caminho para a inteireza do ser, e do viés por onde sua verdade é produzida vislumbra-se o Absoluto, o Aberto causando efeitos naquele que permite-se um olhar mais profundo à obra de arte, resgatando sua capacidade de deslumbramento e a sabedoria que reside em sua interioridade e uma vez envolvido por seu encantamento ouve a mandala que diz:
“A verdade fala por minha boca, estou aqui, e tu, que sabes diga quem sou.” (Lacan)   
...e nesta tentativa de dizê-la, de apreende-la o observador sem dar-se conta disto no primeiro instante pensará, falará e revelará a si mesmo, desdobrando-se como uma mandala, a partir de seu centro, em círculos que contém suas dores, suas cores e deleites e assim  a arte cumpre seu papel curador, despertando-o ou o aproximando de um caminho para o reencontro consigo mesmo, e ao aceitar este convite, abre-se o livro da vida e pode –se resgatar a energia criativa e curativa que poderá levá-lo a acessar ou otimizar suas potencialidades e talentos  que residem na verdade imanente de seu próprio ser.             
Talvez, concluo, que para aproximar-me ainda mais do que seria expressar o que a mandala me conta, o que desperta em mim quando a vejo surgir do processo criativo da artista, ou quando a contemplo, ou ainda quando observo quem a contempla, e o convite que me faz à vida, à meditação, à dança, à canção, à usufruir de tudo o que a arte pode conceder-me, preciso, para tanto, recorrer ao auxílio da própria arte, e o farei através de trechos de poemas de Menotti Del Picchia e de Santo Agostinho, que transcrevo a seguir e que a meu ver estão perfeitamente alinhados com o que sinto.
Goza a euforia do vôo do anjo perdido em ti. 
Não indague se nossas estradas, tempo e vento desabam no abismo. 
Que sabes tu do fim ? 
Se temes que teu mistério seja uma noite, enche-o de estrelas. 
No deslumbramento da ascensão, se pressentires que amanhã estarás mudo, esgota, como um pássaro, as canções que tens na garganta. Canta, canta. 
Talvez as canções adormeçam a fera que espera devorar o pássaro. 
Desde que nasceste não és mais que o vôo no tempo rumo aos céu? 
Que importa a rota! 
Voa e canta enquanto existirem as asas"
(Menotti del Picchia)
 
 
“....Louvada seja a dança,
que tudo exige e fortalece,
saúde, mente serena
e uma alma encantada.
A dança significa transformar
o espaço, o tempo e a pessoa,
que sempre corre perigo
de se desfazer e ser ou somente cérebro,
ou só vontade ou só sentimento.
A dança porém exige
o ser humano inteiro
ancorado no seu centro,
e que não conhece
a obsessão da vontade de dominar
gente ou coisas, e que não sente
a demonia de estar perdido
no seu próprio ser.
A dança exige o homem livre e aberto
vibrando na harmonia de todas as forças.
Ò homem, ò mulher, aprenda a dançar
senão os anjos do céu
não saberão o que fazer contigo.”  
 (Santo Agostinho)
Trabalho realizado por Jairo Salles aluno do Curso de Filosofia da Universidade Federal de Santa Catarina, Disciplina Estética I, professor Marcos José Muller Granzoto.
Mandalas: Obras de Dulce Magalhães
Imagens: Menotti del Pichia e Santo Agostinho - Google.

domingo, 27 de março de 2011

ESTÉTICA: A ARTE DE GERRIT DOU.

Gerrit Dou teve uma infância tranquila, despreocupado,  sem problemas financeiros.
Aprendeu a printar com o próprio pai, tornando-se um grande vitralista. .
Aperfeiçoou a sua técnica no grupo de pintores de vidro da cidade.
Aos 15 anos ingressou no atelier de Rembrandt, onde  estudou por seis anos.
Gostava de pintar naturezas-mortas,  e objectos de uso doméstico e retratos de santos ou representações biblícas. Foi este o artista que fundou o conhecido grupo de pintores de Leiden.

OBRA DE ARTE

OBRA DE ARTE
Amores na bela Capital Catarinense.