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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

TERCEIRO PERÍODO DA FILOSOFIA ANTIGA:FILOSOFIA HELÊNICO-ROMANAO PLATONISMO PÓS-SOCRÁTICO.

Acadêmicos e neo-acadêmicos

Foi a academia muito atuante em quase todo o período pós-socrático, prosseguindo na mesma linha de Platão, todavia com alguma tendência ao pitagorismo.
Para os historiadores, fez-se conhecida como Academia antiga nesta fase imediata ao mestre fundador.
Fizeram-se conhecidos como seus primeiros chefes, ao mesmo tempo que contemporâneos de Aristóteles:
Espeusipo (348-339 a.C.),
sobrinho do mesmo Platão e sobre cujas obras perdidas sabemos pelas críticas que Aristóteles lhes fez;
Xenócrates (339-315 a.C.), que acompanhara a Aristóteles a Ásia Menor, de onde voltou mais cedo para dirigir a Academia, e sobre cujos escritos também informa o mesmo Aristóteles, bem como sobre sua tendência pitagórica.

Não demora a Academia Antiga a passar para o probabilismo, quando então entrou a ser denominada pelos historiadores Academia nova, ou seja dos neo-acadêmicos.
A Nova Academia subdivide-se em Academia média, que é o tempo de Arcesilao (c. 315-240 a.C.) e Terceira Academia, sob Carnéades (215-129 a.C.).
Numerosos se fizeram os neo-acadêmicos, ao longo de todo o período helênico romano.

Arcesilao de Pitane (Arkesilaos) (315-240 a.C.).
Filósofo de língua grega, nascido em Pitane, Eólia (Ásia Menor). Um dos principais neo-acadêmicos, superado apenas por Carnêades. Em Atenas estudou inicialmente com o aristotélico Teofrasto, passando depois à Academia, onde escutou Crantor, Polemon, Crates.
Destes recebeu a diretriz platônica. Mas também influem sobre ele os megáricos. Dada ainda sua adesão ao ceticismo moderado de Pioro, passou a ser interpretado como probabilista; de acordo com o probabilismo, propôs, como Pioro, a suspensão do juízo ante o impasse de alcançar a certeza, por falta de suficiente evidência.
Assumindo, como sucessor de Crates, a direção da Academia, Arcesilao imprimiu-lhe novo desenvolvimento, ao mesmo tempo que lhe dando sua diretriz ceticista. Em consequência foi chamado fundador da Nova Academia. Dali porque seus seguidores se denominaram neo-acadêmicos.
Mas, subdividida a história da Nova Academia, esta sua primeira fase, a de Arcesilao, se denominou Academia Média já na antiguidade.
Das doutrinas de Arcesilao restam textos fragmentários, todavia acrescidas de várias referências transmitidas por Diógenes Laércio (IV, 28-45), Filodemo de Gadara, Cícero (Acad. Post., I, 12, 45), Sexto Empírico (Hyp. Pyrr., I, 234; Adv. Mth., VII, 153; Suidas).

Carnéades (c.214-129 a.C.).
Filósofo de expressão grega, nascido na então colônia grega de Cirene (Líbia). Vindo para Atenas, aprendeu com Diógenes o Babilônio a lógica estóica. Estudou também os escritos do estóico Crísipo. Mas opôs aos estóicos o ceticismo.
Foi o 4-o sucessor de Arcesilao na Academia, tendo sido o seu representante mais significativo na fase conhecida por Academia Média. Em 156 a.C. chefiou a embaixada ateniense enviada à cidade de Roma, quando ali despertou a admiração pela retórica e conteúdo do seu discurso.
Conduziu Carnêades a Academia e o platonismo para o ceticismo. Propôs a suspensão do juízo definitivo, alegando a impossibilidade de decidir, porque toda a prova supõe uma prova seguinte.
Não consta houvesse escrito algo, sabendo-se de suas doutrinas apenas o que foi referido em obras de seus discípulos, das quais sobram também só fragmentos. Mesmo assim são importantes para a história da teoria do conhecimento.

Plutarco (c.46 - c.120).
Escritor grego, nascido em Queronea (hoje Kaprena), Beócia. Estudou em Atenas, quando se ligou à Nova Academia. Foi sacerdote em Delfos. Transitou por Alexandria, Egito. Esteve na Itália de 75 a 95, talvez com uma escola em Roma. Foi Procurador Romano em Acáia. Escreveu em Queronea grande parte de suas obras.
Assistemático, não chegou a ser um filósofo definido, mas apenas no sentido de um pensador, e nesta forma logrou ser muito lido, exercendo ainda vasta influência no Renascimento, e depois ainda até o século 19. O estilo é o de um clássico.
Praticou um ecletismo dominantemente platônico, assumindo também idéias e explicações científicas de Aristóteles. Mas se opõe aos epicuristas e estóicos, ainda que em alguns pontos deles se aproxime. Destaca-se como humanista sereno e equilibrado, atuando com civismo e fé na cultura de seu tempo. Monoteísta, mas com divindades intermédias, o que permitia aceitar os muitos deuses da antiga religião. Plutarco assume as vezes o aspecto de neopitagórico eclético.
Obras:
Vidas paralelas (Bioi paralelois), 64 biografias de homens notáveis gregos e romanos, tratados aos pares, a fim de estabelecer comparações;
Obras morais (Ethikà), título posterior conjunto de 65 escritos os mais diversos de filosofia, moral, literatura, história. Sabe-se que muitas obras se perderam, pois lhe eram atribuídos 227 títulos.
Destacam-se alguns títulos mais especificamente filosóficos, citados geralmente pelo título latino. Obras exegéticas - Questões platônicas (Quaestiones platonicae); Da criação da alma no Timeo (De animae procreatione in Timaeo). Obras polêmicas, contra os estóicos e epicureus - Contestações aos estóicos (De repugantiis stoicis); Das noções comuns contra os estóicos); Não se pode todavia viver suavemente segundo Epicuro (Ne suaviter quidem vivi posse secundum Epicurum); Contra Colotes (Contra Colotes); Do viver oculto (De latenter vivendo).
Escritos vários: Da face no orbe da lua (De facie in orbe lunae); Tratado da alma (De anima); Sobre se os afetos são parte da alma, ou faculdade dela (Quod in animo humano affectibus subjectum pars ne sit eius an facultas); Se a libido e a doença são do corpo ou da alma (Utrum animae an corporis sit libido et aegritudo).
Tratados éticos: Se a virtude é ensinável (Virtutem doceri posse); Da virtude moral (De virtute morali); Da virtude e do vício (De virtute et vitio); Sobre a tranquilidade da alma (De tranquilitate animae); Se basta o vício para a infelicidade (An vitiositas ad infelicitatem sufficit); Se as afecções da alma ou do corpo são piores (Animae an corporis affectiones sint peijores); .... (De profectibus in virtute); Sobre a sorte (De fortuna); Da repressão da ira (De cohibendi ira); Da tagarelice (De garrulitate); Da curiosiodade (De curiositate); Da ganância pela riqueza (De cupiditate divitiarum); Do falso pudor (De vitiose pudore); Da inveja e ódio (De invidia et odio); .... (De se ipso citra invidiam laudando); Sobre o número de amigos (De amicorum multitudine).
Tratados religiosos: Da vingaça tardia dos deuses (De sera numinis vindicta); Sobre Iside e Osiris (De Iside et Osiris); Sobre a superstição (De superstitione); Do gênio de Sócrates (De genio Socratis).

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