PRISCILIANO
No século IV, nasceu, viveu e morreu Prisciliano, fundador do priscilianismo.
A maior parte das informações sobre ele são dadas por Sulpício Severo na sua Historia Sacra, datando logo do início do século V.
O priscilianismo foi uma doutrina gnóstica cristã que proliferou inicialmente no noroeste peninsular, onde Prisciliano nasceu, tendo-se depois alargado um pouco por toda a Península Ibérica e, além Pirenéus, no sul de França - o mesmo local onde viria a florescer, cerca de mil anos depois, o catarismo, essa outra gnose cristã, tão semelhante em variados aspectos ao priscilianismo.
O gnosticismo foi introduzido na Península por um gnóstico egípcio, de Mênfis, chamado Marcos que iniciou Ágape nos mistérios dessa doutrina, que por sua vez iniciou Prisciliano. Este último chegou mesmo a converter altas personalidades da hierarquia cristã e foi ordenado bispo de Ávila.
As principais teses do priscilianismo são as seguintes: de Deus emanou uma série de seres divinos, entre os quais se incluem os anjos e as almas dos homens; o corpo de Cristo era espiritual e tinha apenas a aparência da carne (docetismo); a matéria foi criada pelo demónio para aprisionar os filhos de Deus. Prisciliano esforçou-se por adaptar a doutrina cristã à realidade pagã de fundo celta, o druidismo, que impregnava o norte da Península Ibérica.
Santo Agostinho, consultado por Paulo Orósio (filósofo português do século V) acerca desta heterodoxia, escreveu um livro contra o priscilianismo.
Tem sido muito discutida a heterodoxia ou ortodoxia de Prisciliano no seio do cristianismo. Dos seus próprios escritos não é fácil decidir por uma ou por outra. O que resulta certo é que o priscilianismo se tornou, após a morte do seu fundador, uma heterodoxia. Convém, portanto, manter a distinção entre Prisciliano e o priscilianismo.
Prisciliano foi condenado à morte por decapitação, juntamente com alguns dos seus discípulos, por ser julgado heterodoxo. Esta condenação foi muito criticada no seio da cristandade. De qualquer modo, a condenação acabou por servir o priscilianismo, ao tornar mártir o seu mentor, e contribuir, assim, para a sua maior divulgação.
O priscilianismo esteve presente desde o século IV até, pelo menos o século VI. Vários autores têm defendido que a sua importância foi tão grande que permaneceu como um substracto perene no fundo da cultura galaico-portuguesa, dando como exemplo o poeta Teixeira de Pascoaes.
Obras:
Livro apologético (Liber Apologeticus), defesa no Sínodo de Saragoça;
Livro ao bispo Dámaso (liber ad Damasum Episcopum), carta ao Papa;
Sobre a fé e os apócrifos (De fide et apocryphis);
Tratado da páscoa (Tractatus paschalis);
Tratado do Êxodo (Tractatus Exodi);
Tratado dos primeiros salmos (Tractatus primi Psalmi);
Tratado do terceiro Salmo (Tractatus Psalmi tertii);
Tratado para o povo I - II (Tractatus ad populum - I - II);
Bênção do povo (Benedictio super populum).
Demais textos que se lhe atribuem, são todavia duvidosos.
Fontes: Infopedia, Enciclopedia Simpozio
O priscilianismo foi uma doutrina gnóstica cristã que proliferou inicialmente no noroeste peninsular, onde Prisciliano nasceu, tendo-se depois alargado um pouco por toda a Península Ibérica e, além Pirenéus, no sul de França - o mesmo local onde viria a florescer, cerca de mil anos depois, o catarismo, essa outra gnose cristã, tão semelhante em variados aspectos ao priscilianismo.
O gnosticismo foi introduzido na Península por um gnóstico egípcio, de Mênfis, chamado Marcos que iniciou Ágape nos mistérios dessa doutrina, que por sua vez iniciou Prisciliano. Este último chegou mesmo a converter altas personalidades da hierarquia cristã e foi ordenado bispo de Ávila.
As principais teses do priscilianismo são as seguintes: de Deus emanou uma série de seres divinos, entre os quais se incluem os anjos e as almas dos homens; o corpo de Cristo era espiritual e tinha apenas a aparência da carne (docetismo); a matéria foi criada pelo demónio para aprisionar os filhos de Deus. Prisciliano esforçou-se por adaptar a doutrina cristã à realidade pagã de fundo celta, o druidismo, que impregnava o norte da Península Ibérica.
Santo Agostinho, consultado por Paulo Orósio (filósofo português do século V) acerca desta heterodoxia, escreveu um livro contra o priscilianismo.
Tem sido muito discutida a heterodoxia ou ortodoxia de Prisciliano no seio do cristianismo. Dos seus próprios escritos não é fácil decidir por uma ou por outra. O que resulta certo é que o priscilianismo se tornou, após a morte do seu fundador, uma heterodoxia. Convém, portanto, manter a distinção entre Prisciliano e o priscilianismo.
Prisciliano foi condenado à morte por decapitação, juntamente com alguns dos seus discípulos, por ser julgado heterodoxo. Esta condenação foi muito criticada no seio da cristandade. De qualquer modo, a condenação acabou por servir o priscilianismo, ao tornar mártir o seu mentor, e contribuir, assim, para a sua maior divulgação.
O priscilianismo esteve presente desde o século IV até, pelo menos o século VI. Vários autores têm defendido que a sua importância foi tão grande que permaneceu como um substracto perene no fundo da cultura galaico-portuguesa, dando como exemplo o poeta Teixeira de Pascoaes.
Obras:
Livro apologético (Liber Apologeticus), defesa no Sínodo de Saragoça;
Livro ao bispo Dámaso (liber ad Damasum Episcopum), carta ao Papa;
Sobre a fé e os apócrifos (De fide et apocryphis);
Tratado da páscoa (Tractatus paschalis);
Tratado do Êxodo (Tractatus Exodi);
Tratado dos primeiros salmos (Tractatus primi Psalmi);
Tratado do terceiro Salmo (Tractatus Psalmi tertii);
Tratado para o povo I - II (Tractatus ad populum - I - II);
Bênção do povo (Benedictio super populum).
Demais textos que se lhe atribuem, são todavia duvidosos.
Fontes: Infopedia, Enciclopedia Simpozio
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