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terça-feira, 12 de outubro de 2010

CRISTIANISMO E FILOSOFIA PATRÍSTICA.

Últimos patrísticos latinos e gregos ou primeiros medievais.


Boécio (Anitius Manlius Torquatus Severinus Boethius) (c. 470-524).

Filósofo de expressão latina, o último dos romanos e de certo modo o primeiro dos escolásticos, além de haver sido o maior em seu tempo. Nascido em Roma, na família nobre dos Anícios, estudou no Oriente grego, não se sabendo se em Atenas ou em Alexandria. Foi aproveitado pelo imperador ostrogodo Teodorico o Grande como cônsul em Roma (ano 510).
Posteriormente foi para Ravena, como ministro da corte (magister palatii) do mesmo imperador. Acusado de favorecer os interesses do novo imperador de Constantinopla sobre o Ocidente, foi preso, aprisionado em Pavia, e finalmente decapitado.
Foi mais platônico, de acordo com as tendências da época, do que Aristotélico, tudo combinado com alguns elementos estoicistas, como a da doutrina da providência divina. Com ele se consolidou a orientação platônica e agostiniana do primeiro período da filosofia medieval, que tem início em Boécio. Influenciou os conceitos medievais sobre Deus e a Trindade cristã, sobre a pessoa e a felicidade, e ainda sobre toda a lógica através da tradução do grego ao latim de livros lógicos, sobre os quais fez ainda comentários. Os conceitos podem originar-se nos sentidos. Não se referiu ao inteleto agente, como capacidade de abstração, conforme Aristóteles. Defendeu a preexistência das almas, doutrina frequente entre neoplatônicos, mesmo cristãos.
Obras:

Da consolação de Filosofia (De consolatione Philosophiae), obra principal, escrita na prisão de Pavia, como diálogo estabelecido entre o autor e a Filosofia, esta se apresentando como mulher dotada de sabedoria; tradução do grego ao latim da Eisagogé de Porfírio; tradução igualmente das Categorias de Aristóteles, com comentário. Opúsculos filosóficos de Boécio: Introdução aos silogismos categóricos (Introductio ad categoricos syllogismos); Do silogismo categórico (De syllogismo categorico); Do silogismo hipotético (De syllogismo hypothetico); Da divisão (De divisione); Sobre a definição (De definitione); Sobre as diferenças dos tópicos (De differentiis topicis). Opúsculos teológicos: Como a Trindade é um Deus e não três (Quommodo Trinitas unus Deus ac non tres); Se o Pai e o Filho e o Espírito Santo se predicam da divindade); Como as substâncias, enquanto são, são boas (Quommodo substantiae in eo quod sint, bonae sint). conhecido também como Livro das semanas (Liber de hebdomadibus); opúsculo mais filosófico que teológico; Sobre a fé católica (De fide catholica); Livro sobre a pessoa e sobre as duas naturezas contra Eutico e Nestório (Liber de persona et duabis naturis contra Euthychen et Nestorium); o mais significativo dos opúsculos mencionados. Escreveu ainda sobre as ciências: Sobre a música (De musica); Sobre a aritmética (De arithmetica); Sobre a geometria (De geometria), de autoria apenas provável.


Fonte:

Enciclopédia Simpozio


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