Howard Keel Kathryn Grayson Red Skelton Marge Champion (1952)
Conjunto de saber definido, metodicamente interligado por princípios e
leis. Por isso, também se pode dizer que a ciência é um sistema de relações.
A ciência tem, portanto, por objectivo o conhecimento certo. Para
atingir este objectivo, emprega-se métodos adequados à natureza do objecto de
cada ciência.
A ciência pode designar um conhecimento teórico [matemática, por
exemplo] bem como uma habilidade prática. O termo ciência pode significar
mais, geralmente, o conjunto das ciências (matemática, astronomia, química,
biologia, as ciências humanas...)
A história das ciências revela que a matemática foi a primeira a
aparecer [antiguidade grega e mesmo egípcia], e as ciências humanas, as
últimas; se as considerarmos pelo seu objecto, a matemática parece ser a
ciência mais simples, enquanto que as ciências humanas parecem ser as mais
complexas.
É habitual distinguir as ciências da natureza das ciências do homem
[fundadas por Dilthey, na Alemanha, e por Augusto Comte, em França]: as primeiras
são «analíticas», e o seu objectivo é dar uma expressão matemática às «leis»,
ou relações constantes entre os fenómenos; as segundas são «compreensivas» e
relevam do sentimento e não da medida objectiva.
As ciências da natureza distinguem-se da Filosofia, uma vez que a sua
vocação é a de conhecer a matéria, enquanto que a da Filosofia é a de
conhecer o espírito (Bergson); as ciências humanas são como que o caminho
entre as ciências da natureza e a Filosofia propriamente dita.
Feita esta breve abordagem da ciência, registe-se que o espírito
científico é a predisposição do pensamento para as ciências, isto é, para um
conhecimento objectivo e universal, a que alguns denominam espírito positivo.
O espírito científico recusa-se a confiar nas impressões subjectivas, na
tradição (crenças, explicações teológicas ou metafísicas): identifica-se com
o espírito crítico, mas aplicado a um objectivo real (os fenómenos da
natureza). O seu ideal é a substituição da percepção das coisas pelo
conhecimento das suas leis, isto é, as «relações constantes» entre fenómenos.
As ciências não visam apenas a acumular dados. A sua principal função
é explicar os fenómenos do seu domínio por meio de hipóteses, teorias,
princípios ou leis. O primeiro passo, neste trabalho de interpretação,
é a formulação de uma hipótese, que não passa de uma interpretação
provisória, isto é, uma conjectura ou suposição feita no sentido de explicar
os dados obtidos.
Um exemplo: supormos por hipótese, a existência de uma relação
constante entre dois ou mais factos observados.
Quando uma hipótese se apoia em observações ou em considerações
racionais, converte-se numa teoria. E, finalmente, se foi verificada,
isto é, satisfatoriamente comprovada, a hipótese eleva-se à categoria de lei,
se é de carácter experimental, ou de princípio ou doutrina, se
está baseada em argumentos racionais.
As ciências particulares têm um lugar, um objecto próprio e uma
incumbência especial, que consiste em determinar as causas próximas e
formular as leis particulares.
Enfim, ao estudo filosófico das ciências é habitual dar-se o nome de Epistemologia
(António Pinela, Reflexões).
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Fonte:
EuroSophia
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