Descartes
introduz em sua epistemologia, uma perspectiva ontológica, deslocando o
questionamento sobre o Objeto que se mostra a uma razão capaz de captar a ordem
efetiva das coisas para o Sujeito que volitivamente se direciona para o Objeto
na intenção de captar essa ordem.
Este deslocamento é o Principio da
Consciência de Si ou Principio da Subjetividade e, a partir dele, Descartes formulará outro
traço determinante do pensamento moderno que é o dualismo entre o eu e o mundo
exterior, corpo e alma, mantendo uma participação de Deus, Substância infinita
que funda o ser da substância extensa e da substancia pensante, em nós.
Em Descartes a racionalidade do eu e a racionalidade do mundo exterior
estão relacionadas, ou seja, são idênticas e existe uma estrutura racional nos
dois mundos que pela matematização (conceituação em fórmulas racionais) do
mundo exterior ele pode conceber a realidade como um sistema de pensamentos
fundidos na consciência. É o Idealismo.
Essa convicção filosófica Idealista norteará quase toda a filosofia
moderna e, mesmo com algumas críticas que se faz a Descartes na
contemporaneidade, é preciso ter, sempre, em mente que o Racionalismo e o
Mecanicismo advindos de suas descobertas de uma realidade primeira se tornaram
a base da nova ciência e ajudaram na propulsão do progresso.
Um comentário:
A clareza da sua escrita anima a leitura e leva ao entendimento. Sempre quis saber quando se passou a usar a palavra subjetividade. O seu texto aponta para a origem do conceito,(será que subjetividade é um conceito?)
mas e a origem do uso dessa palavra?
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