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sábado, 9 de agosto de 2008

E Viva as Olimpíadas de 2008!

Atleta coroado.

http://virtualandmemories.blogspot.com/2008/03/atleta-coroado-pintura-em-prato-cermico.html

Origem das Olimpíadas - História das Olimpíadas.

Em cerca de 2500 a.C., os gregos realizavam festivais esportivos em honra a Zeus no santuário de Olímpia - o que originou o termo olimpíada. O evento era tão importante que interrompia até as guerras. Os nomes dos vencedores das competições começam a ser registrados a partir de 776 a.C.
Participavam apenas os cidadãos livres, disputando provas de atletismo, luta, boxe, corrida de cavalo e pentatlo (que incluía luta, corrida, salto em distância, arremesso de dardo e de disco). Os vencedores recebiam uma coroa de louros.


Mais tarde, os atletas se profissionalizam e passam a receber prêmios em dinheiro. As Olimpíadas perdem prestígio com o domínio romano na Grécia, no século II a.C. Em 392, o imperador Teodósio I converte-se ao cristianismo e proíbe todas as festas pagãs, inclusive as Olimpíadas.


Jogos Olímpicos na Era Moderna:
A versão moderna dos festivais esportivos gregos é realizada, pela primeira vez, em 1896, em Atenas, por iniciativa do francês Pierre de Fredy (1863-1937), o barão de Coubertin. Participam 285 atletas de 13 países, disputando provas de atletismo, ciclismo, esgrima, ginástica, halterofilismo, luta livre, natação e tênis. Os vencedores são premiados com medalha de ouro e ramo de oliveira.

Adota-se o termo "olimpíadas", no plural, pois na competição cada modalidade é encarada como uma olimpíada em separado.


Nas Olimpíadas seguintes, realizadas em Paris, em 1900, a falta de infra-estrutura e de divulgação tornam os Jogos um fracasso. Em 1904, as Olimpíadas de Saint Louis chegam a durar quase cinco meses.


Jogos Olímpicos na Modernidade: Política e esporte.
Na Era Moderna, as Olimpíadas servem de palco para manifestações políticas, apesar de seu objetivo de promover a amizade entre os povos. Nas Olimpíadas de Berlim, em 1936, o chanceler alemão Adolf Hitler recusa-se a reconhecer as vitórias do atleta norte-americano negro Jesse Owens, ganhador de quatro medalhas de ouro. Nas Olimpíadas de Munique (1972), um atentado do grupo terrorista palestino Setembro Negro mata 11 atletas de Israel.

Até o fim da Guerra Fria ocorrem vários boicotes às Olimpíadas por motivos políticos. Os EUA, por exemplo, não participam dos Jogos de Moscou, em 1980, em protesto contra a invasão do Afeganistão. Os soviéticos, por sua vez, recusam-se a disputar as Olimpíadas de Los Angeles, em 1984, alegando problemas de segurança. Apenas em Barcelona (1992) a competição volta a contar com a maioria dos países.

Texto e imagem retirados http://paginas.terra.com.br/arte/mundoantigo/olimpiadas/3.htm

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Tchaikovsky Swanlake,Margot Fonteyn,Rudolf Nurejev

A Justiça - Tela do grande mestre Rafael.

Retirado de http://www.kenhutz.com/justice2.jpg

A Cosmologia Aristotélica


Uma questão geral da física aristotélica, como filosofia da natureza, é a análise dos vários tipos de movimento, mudança, que já sabemos ser passagem da potência ao ato, realização de uma possibilidade. Aristóteles distingue quatro espécies de movimentos:
1. Movimento substancial - mudança de forma, nascimento e morte;
2. Movimento qualitativo - mudança de propriedade;
3. Movimento quantitativo - acrescimento e diminuição;
4. Movimento espacial -mudança de lugar, condicionando todas as demais espécies de mudança.
Outra especial e importantíssima questão da física aristotélica é a concernente ao espaço e ao tempo, em torno dos quais fez ele investigações profundas. O espaço é definido como sendo o limite do corpo, isto é, o limite imóvel do corpo "circundante" com respeito ao corpo circundado. O tempo é definido como sendo o número - isto é, a medida - do movimento segundo a razão, o aspecto, do "antes" e do "depois". Admitidas as precedentes concepções de espaço e de tempo - como sendo relações de substâncias, de fenômenos - é evidente que fora do mundo não há espaço nem tempo: espaço e tempo vazios são impensáveis.
Uma terceira questão fundamental da filosofia natural de Aristóteles é a concernente ao teleologismo -finalismo - por ele propugnado com base na finalidade, que ele descortina em a natureza. "A natureza faz, enquanto possível, sempre o que é mais belo". Fim de todo devir é o desenvolvimento da potência ao ato, a realização da forma na matéria.
Quanto às ciências químicas, físicas e especialmente astronômicas, as doutrinas aristotélicas têm apenas um valor histórico, e são logicamente separáveis da sua filosofia, que tem um valor teorético. Especialmente célebre é a sua doutrina astronômica geocêntrica, que prestará a estrutura física à Divina Comédia de Dante Alighieri.

Extraido de: http://www.mundodosfilosofos.com.br/aristoteles4.htm

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Guillaume de Machaut 'Douce Dame Jolie' - Reims, c.1300 – 1377.

Arte Contemporânea do baiano Waldomiro de Deus.

http://www.galeria22.com.br/paginas_dinamicas/pictures/WDD007.jpg

Percepção e Linguagem em Merleau-Ponty e Wittgenstein.

Tania Eden
Em sua última obra intitulada O Visível e o Invisível, Merleau-Ponty toca numa ferida da assim chamada virada linguística: "só conseguimos reduzir a filosofia a uma análise da linguagem se assumirmos que a linguagem contém sua evidência em si mesma" (Merleau-Ponty 1986, pg. 131). A linguagem é um instrumento de concepção do mundo, mas sua função de deduzir esse mundo não se esgota naquilo que pode ser obtido a partir de uma análise dos nossos significados de palavras lexicais. Como diz Austin, uma análise da linguagem não é de modo algum considerada como um fim em si mesmo. Uma "fenomenologia da linguagem" deve levar em conta o fato de que as distinções linguísticas são provenientes de um procedimento de escolha histórico, i.e., "um longo teste de sobrevivência do mais apto" que nos ensina, na discussão incessante com o mundo à nossa volta, a colocar em ação o instrumento ‘linguagem’ do modo mais eficiente possível (Cf. Austin 1977). O conhecimento, na relação recíproca homem/mundo, que não é adequadamente concebido nem como resultado do uso de dados empíricos nem através da suposição de uma natureza determinada racionalmente, torna necessário, para Merleau-Ponty (cf. Merleau-Ponty 1966, pg. 489), um novo conceito de sentido e de ação que se apõe tanto ao idealismo linguístico quanto ao esquema behaviorista estímulo-resposta. Sentido e significado não estão ligados a realizações linguísticas; antes, eles são imanentes a todos os modos de ação e vivência. Na medida em que a teoria da Gestalt, através da diferenciação entre figura e fundo, aponta para os trabalhos de formação e estrururação pré-linguísticos, ela se configura como paradigmática para a tentativa de esboçar uma genealogia do significado linguístico. Diante desse pano de fundo, a discussão de Wittgenstein - na segunda parte das Investigações Filosóficas e nas Considerações sobre a Filosofia da Psicologia -, sobre a apresentação da psicologia da Gestalt de Köhler (Köhler 1975), adquire um significado especial.
(1) Já na Estrutura do Comportamento, Merleau-Ponty reduz a concepção de comportamento à consciência perceptiva (MP 1976). Uma teoria do comportamento sem uma teoria da percepção é impensável. Entre uma estrutura de comportamento e uma de percepção existe uma relação de reciprocidade: o espaço do comportamento humano está, de um lado, limitado pela percepção, que media a nossa relação com o mundo e se constitui no pano de fundo ineliminável de todas as nossas atividades. Por outro lado, o campo da percepção, que se aperfeiçoa apenas através do nosso agir vivente, oferece orientações. Para Merleau-Ponty, o corpo individual é aquela zona de mediação na qual o limite entre o interno e o externo, entre o puro ato de consciência e o mero mecanismo corporal se confundem. O conceito de estrutura da teoria da Gestalt confirma a ambigüidade. Estruturas não são nem idéia nem coisa. Elas se organizam espontaneamente em totalidades irredutíveis, que são constitutivas de significado, mas não significados intelectuais. Numa perspectiva merleau-pontiana, as seguintes questões críticas podem ser dirigidas a Wittgenstein: o discurso do ‘comportamento’ resiste à ‘retificação’ social, enquanto expressão quasi-naturalista das vivências psíquicas, sem levar em conta o fato de que também "o nosso agir, que se funda no jogo de linguagem" (Über Gewissheit, parag. 204), encontra um limite naqueles horizontes e perspectivas que são representadas pela percepção? Uma teoria da percepção não poderia, ao contrário, contribuir para especificar mais detalhadamente a relação entre jogo de linguagem e forma de vida?
(2) Inversamente, a teoria do "sentido encarnado" (Waldenfels 1983, cap. 3.) de Merleau-Ponty poderia se enriquecer se a ela subjazer uma crítica analítica da linguagem. Merleau-Ponty também fala daquilo que gira em torno de conexões funcionais entre os organismos e o seu meio ambiente, a saber, a intencionalidade. A ela corresponde o princípio básico de Husserl de uma intencionalidade "atuante", que não é uma intencionados de atos conscientes, mas sim que fundamenta uma "unidade natural, ante-predicativa do homem e do mundo" (MP 1966, pg. 15). Tendo em vista que Merleau-Ponty estende o âmbito do intencional ao agir motor, afetivo e sexual, o processo de constituição de sentido pode também ter lugar na espontaneidade corporal e substituir o ‘eu penso’ cartesiano pelo ‘eu posso’ originário (ibid., pg. 166). A concepção de uma intencionalidade fundada no corpo e perceptiva torna possível a Merleau-Ponty estabelecer um contínuo genealógico entre a organização física da percepção e sua interpretação simbólica e cultural (Metraux 1986, pg. 232). Esse uso inflacionário do conceito de intencionalidade faz com que conceitos como ‘sentido’ e ‘significado’ se tornem imprecisos, de modo que a desejada transição de um sentido concreto e corporal para o significado linguístico não possa mais ser realizada teoricamente. Uma teoria que associa uma função constitutiva de sentido a reflexos físicos e meras figuras corre o risco de confundir o sentido não-proposicional com o sentido proposicional de ‘perceber’. Wittgenstein deixa claro, com o exemplo do ‘ver-asepcto’, que uma tal confusão leva a dificuldades insolúveis. Se a afirmada auto-organização da percepção de si, por parte do teórico da Gestalt, fosse gerada a partir de algo como o significado, então teria de ser possível que alguém que conhece um coelho mas não um pato, diante da figura pato-coelho, considere ainda um outro aspecto à parte do ‘aspecto-coelho’, mesmo que ele não tenha nenhuma palavra para o segundo, i.e., o ‘aspecto-pato’ (Bemerkungen über die Philsophie der Psychologie, parte I, pg. 70). O discurso a partir de meras figuras corre o risco de contrariar o nosso uso ordinário da linguagem. A suposição de que eu percebo primeiramente um algo determinado não se harmoniza com o modo como nós usualmente conferimos expressão a nossas experiências visuais. Eu afirmo ver um coelho, não uma figura ou um objeto visual a partir do qual eu posso depois afirmar que fora um coelho o que, naquele momento, eu via na figura.
(3) Faz parte de uma teoria fenomenológica da intencionalidade que a experiência é uma transcrição do vivido atual e comum (Husserl 1963, parag. 20). A idéia de uma intencionalidade constitutiva de sentido, que se move em horizontes abertos de interpretações potenciais do percebido, corresponde à idéia de que o homem possui a capacidade de negação. Ele pode romper sistemas de regra existentes e criar novos. Isso vale também para a linguagem. O fato de que sinais linguísticos possam ser empregados de maneira imprevista é, por sua vez, constitutivo de significado. Novos jogos de linguagem podem modificar nossa forma de vida. Cada emprego de um conceito contribui para sua formação. A multiplicidade de possibilidades de uso de nossas relações com o meio linguístico dá margem à concepção de uma "linguagem atuante", que tanto cria algo de novo quanto se deixa ela própria ser provocada pelos dados e estimulada para essa atividade produtiva. Para Merleau-Ponty, aprende-se a conhecer uma tal linguagem efetiva ou atuante apenas de dentro e através da práxis (MP, 1986, pg. 168). E, de fato, Wittgenstein afirma na Gramática Filosófica que compreender uma linguagem significa ter presente o simbolismo com o qual a linguagem pode falar por si mesma.
in Casati, G. (et allia)(ed.) (1993): Philosophie und die cognitiven Wissenschaften, Kirchberg: Österreichischen Ludwig Wittgenstein Gesellschaft, pgs. 123-6.
Texto retirado de :http://www.cfh.ufsc.br/~wfil/tania.htm

quinta-feira, 24 de julho de 2008

O Belo na Arte.

A dialética dos contrários


Josué Cândido da Silva*

Todos os dias acontecem milhares de coisas sem nenhuma ordem ou conexão aparente. Tudo o que podemos dizer é que o mundo parece uma grande bagunça. Mas será que mesmo essa bagunça não teria uma ordem, como o secreto ordenamento na desarrumação de nosso quarto?

Para Heráclito de Éfeso (540-470 a.C.), existe uma ordem no universo que nos cerca, mas tal ordem não é algo misterioso ou oculto e sim algo que pode ser percebido em nosso cotidiano. Como dizia Heráclito, "não se pode banhar-se duas vezes no mesmo rio porque nem as águas, nem você permanecem o mesmo". Tudo flui.

Algumas coisas mudam mais depressa, outras mais devagar como o movimento dos continentes ou o discreto afastar-se da Lua, mas tudo está em constante mudança. A mudança não é uma mera aparência, mas o modo de ser das coisas, o seu constante devir. Ou seja, ao invés de dizer que "isso é tal coisa" seria mais correto dizer que "isso está tal coisa", pois nada garante que no futuro permanecerá assim, o mesmo que foi assim no passado. Por isso, Heráclito não falou que tudo é água, terra ou ar, mas fogo: "Por fogo se trocam todas as coisas e fogo por todas, tal como por ouro mercadorias e por mercadorias ouro". O fogo é processo, através do fogo as coisas se transformam: água torna-se vapor, areia torna-se vidro. O fogo é o elemento dinâmico, a melhor representação da constante mudança da realidade. Saber que a realidade está em constante mudança, entretanto, ainda não nos explica nem porque as coisas mudam, nem como elas mudam, ou seja, se existe algum princípio que regule a forma como as coisas mudam, do contrário, teríamos uma desordem crescente que nos deixaria cada vez mais perplexos e impediria qualquer ação no mundo.Heráclito responde a ambas questões através da dialética.

Para o filósofo de Éfeso, "o combate é de todas as coisas pai, de todas rei". As coisas mudam porque existe uma tensão de forças contrárias dentro delas, como o mel que é, a um só tempo, doce e amargo. É a tensão dos contrários no interior de cada coisa que põe tudo em movimento. Como o andar que nos desequilibra e recompõe o equilíbrio a cada passo.

Admirável é que a tensão entre os contrários não produz destruição das forças em conflito (como em uma guerra), mas harmonia: "o contrário é convergente e dos divergentes nasce a mais bela harmonia, e tudo segundo a discórdia".

Mas como isso é possível? É possível se os contrários encontrarem um equilíbrio, como o arco e a lira: tensão demais e a corda se rompe, demasiado frouxo e não produz música. A música secreta da natureza está na harmonia dos contrários que emerge sob a forma de regularidade, como se houvesse uma lógica disciplinando o caos. Atualmente vários cientistas defendem a idéia de um processo auto-organizador na natureza como uma ordem espontânea que emerge em fenômenos cotidianos como a fervura da água, por exemplo. A agitação da água durante a fervura não é mais do que uma forma de distribuir o calor igualmente por todo o recipiente. As teorias que explicam esse e outros fenômenos complexos, como a flutuação da bolsa de valores, é chamada de teoria do caos.É difícil saber até que ponto as reflexões de Heráclito se aproximam dessa idéia, afinal, não sobraram muitos fragmentos que dão testemunho de sua filosofia. Mas não deixa de ser surpreendente sua idéia de que o conflito pode produzir transformação e dessa transformação emergir uma nova tensão em um devir permanente. E tudo isso produzindo novas formas de organização da natureza, das idéias e da sociedade. Tamanha a força de seu pensamento, que Heráclito chegou a influenciar filósofos que vieram mais de dois mil anos depois, como Hegel e Marx. "Não existe frase de Heráclito - confessa Hegel - que eu não tenha integrado em minha Lógica".

Josué Cândido da Silva*Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
http://educacao.uol.com.br/filosofia/teoria-do-conhecimento-dialetica.jhtm
Imagem :http://www.otavioweb.com/imagens/fotografia/1139865125_fogo_do.JPG

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Belíssimo estímulo para dar seguimento a pesquisa...

Cleópatra - Piero di Cosimo - Renascença.

http://www.paradoxplace.com/Perspectives/Italian%20Images/Montages/Firenze/Medici%201.htm

Cleópatra, a Rainha Deusa.

Cleópatra é geralmente lembrada como mulher fatal egípcia, uma sedutora libertina que se matou por amor ao general romano Marco Antônio. Há pouca verdade nisso. Embora Cleópatra fosse rainha daquele antigo reino, não corria nas suas veias uma só gota de sangue egípcio. Ela era grega e o idioma de sua corte era o grego. Sua dinastia fora fundada por Ptolomeu, general macedônio de Alexandre, O Grande, que depois da morte deste se fizera rei do Egito. Quanto à sua grave devassidão, não há o menor indício de ligações amorosas de Cleópatra, a não ser com Júlio César e, três anos depois da morte de César, com Marco Antônio. E estas não foram ligações e sim uniões públicas, aprovadas pelos sacerdotes de então e reconhecidas no Egito como casamento. É absurda a versão de que ela era uma mulher sensual, que usou de todos os artifícios para seduzir esses homens. Júlio César, uns 30 anos mais velho que ela,já tivera quatro esposas e inúmeras amantes. Seus soldados o chamavam de "adúltero careca" e cantavam um dístico advertindo os maridos que mantivessem as mulheres fechadas à chave quando ele andasse por perto.
Marco Antônio, 14 anos mais velho do que a jovem rainha, era também um conquistador conhecido e no fim, não foi por amor a ele que Cleópatra se matou, e sim pelo desejo de escapar à degradação nas mãos de outro conquistador.
Mas a lenda persiste há dois mil anos, principalmente porque poetas e dramaturgos, inclusive Shakespeare, tem dado maior ênfase aos encantos físicos e as paixões do que à inteligência e à coragem dessa rainha. Seus feitos, porém revelam que ela foi uma mulher brilhante, engenhosa que passou a vida lutando para impedir que seu país fosse aniquilado pelos romanos. Nascida em 68a.C ou 69a.C Cleópatra cresceu entre as intrigas e violências palacianas. Seu pai Ptolomeu XIII, era um bêbado devasso, cujo divertimento era tocar flauta. Morreu quando Cleópatra tinha cerca de 18 anos, e ela se tornou rainha, governando juntamente com seu irmão Ptolomeu XIV. Dois anos depois, o jovem Ptolomeu, dominado por um trio de intrigantes palacianos, obrigou Cleópatra a exilar-se na Síria. Mostrando desde então a bravura que caracterizou sua vida, ela imediatamente organizou um exército e teve início a marcha através do deserto, para lutar por seu trono. Foi essa Cleópatra que César conheceu no outono de 48, seu adversário na luta pelo domínio político, gênero de contenda que manteria Roma convulsionada durante quase um século. Qual o aspecto físico de Cleópatra? As únicas indicações são algumas moedas cunhadas com seu perfil e um busto desenterrado de ruínas romanas cerca de 1800 anos depois de sua morte. Mostram um nariz aquilino, boca bem traçada. Vários historiadores antigos escreveram sobre uma "beleza arrebatadora".
A descrição mais precisa parece ser a de Plutarco escreveu, cujo avô ouviu falar em Cleópatra por um médico conhecido de uma cozinheira da rainha.
Plutarco escreveu que na realidade a sua beleza não era propriamente tão extraordinária que ninguém pudesse compara-se a ela.
Todos os escritores antigos concordavam, porém em reconhecer a sua conversa "fascinante", a sua bonita voz, "a habilidade e a sutileza de linguagem". Ela falava seis idiomas, conhecia bem a história, a literatura e a filosofia gregas, era uma negociadora astuta e, ao que parece, uma estrategista militar de primeira ordem. Tinha também uma grande habilidade para cerca-se de uma atmosfera teatral. Quando intimada por César a deixar suas tropas e a comparecer ao palácio que ele conquistara em Alexandria, Cleópatra introduziu-se na cidade ao escurecer, fez-se enrolar numa tapeçaria e assim escondida foi carregada nas costas de um servo através dos portões e até aos aposentos de César. Quer o estratagema se destinasse a evitar os assassinos a soldo do irmão, quer se destinasse a impressionar César, o fato é que a sua entrada na cidade foi uma das mais sensacionais de todos os tempos. Sua coragem e seu encanto concorreram para convencer César de que seria de boa política restituí-lhe o trono, e em pouco tempo depois desse primeiro encontro, ela estava grávida.
Talvez para impressionar César com a riqueza do Egito, Cleópatra organizou na primeira seguinte uma expedição para subir o Nilo. Durante semanas ela e César flutuaram pelo rio num luxuoso barco-residência, acompanhado por 400 embarcações levando tropas e provisões. Em junho Cleópatra deu à luz um filho, Cesarion (pequeno César em grego), o recém nascido filho único de Júlio César, parece ter sido a origem de um plano ambicioso de César e Cleópatra para fundirem Roma e o Egito num vasto império sob o domínio deles e dos de sua estirpe. Logo depois do nascimento do menino, César partiu para Alexandria e começou as operações militares na Ásia Menor e na África do Norte, eliminando todos os focos de oposição restantes. Um ano depois, voltava triunfalmente a Roma como ditador incontestado. Cleópatra já estava lá com Cesarion, instalada numa vila imponente. Como rainha, com corte real, Cleópatra começou a exercer influência na vida romana. Levou de Alexandria cunhadores de moedas para melhorarem a cunhagem romana,especialistas em finanças para organizarem o programa tributário de César. Seus astrônomos reformaram o calendário romano, criando o calendário no qual se baseia o nosso atual sistema. César mandou colocar uma estátua de Cleópatra num novo templo construído em honra de Vênus, e emitiu uma moeda em Vênus e Eros se identificavam com a figura de Cleópatra carregando Cesarion nos braços. Seu poder parecia absoluto, de repente 20 meses depois de Cleópatra chegar a Roma, Júlio César foi assassinado. Ninguém sabe se Cleópatra foi tomada de desespero. Ao cabo de um mês voltou para o Egito. Os historiadores não dispõem de dados sobre os três anos seguintes de seu reinado, só se sabe que na luta pelo poder que mergulhou Roma numa guerra civil, os contendores procuravam seu auxílio. Ao que parece, sua política foi de cautelosa espera, para ver quem se tornaria o sucessor de César. Quando Marco Antônio surgiu como homem forte do oriente, pediu a Cleópatra que fosse ao seu encontro em Tarso. Durante algum tempo ela não tomou conhecimento do convite; depois levantou vela com uma frota magnífica, levando ouro,escravos, cavalos e jóias.
Em Tarso, em vez de ir à terra como suplicante, Cleópatra esperou calmamente, ancorada ao largo. Depois de haver manobrado habilmente para que Marco Antônio se tornasse seu convidado, ela o deslumbrou com um espetáculo ofuscante; os remos da galera com pontas de prata, marcando o compasso da música das flautas e harpas, as cordas manobradas por belos escravos vestidos como ninfas e graças,enquanto outros espargiam o incenso de perfumes exóticos. Reclinada sob um toldo de ouro, Cleópatra se apresentava como Vênus, abanada por meninos que pareciam cupidos. Ao terminar o banquete, Cleópatra deu de presente a Marco Antônio o prato de ouro, as famosas taças, os suntuosos canapés e bordados que tinha sido utilizados para servi-lo. Na noite seguinte ofereceu nova festa a Marco Antônio e seus oficiais e , quando eles partiram, todos os convidados receberam idênticos presentes. Seu propósito não era conquistar a afeição de Marco Antônio, mas impressiona-lo com a riqueza ilimitada do Egito e portanto, com as suas potencialidades como aliado.
Três meses depois, Marco Antônio foi a Alexandria e lá passou o inverno. Partiu na primavera, seis meses antes de Cleópatra dar à luz os seus filhos gêmeos, e passou quase quatro anos sem tornar a vê-la. Nesse intervalo, Cleópatra fortaleceu as defesas de seu país, organizou sua esquadra, acumulou ouro e provisões. Quando Marco Antônio na esperança de expandir seu poder no Oriente a convidou a ir ao seu encontro na Síria, ela foi, mas resolvida a impor condições.
Conseguiu obter um acordo pelo qual seriam dadas ao Egito todas as vastas áreas que haviam sido propriedades dos faraós 1400 anos antes, mas eram então províncias romanas. Marco Antônio concordou também com o casamento legítimo e para comemorar o acontecimento, foram cunhadas moedas com as efígies dos dois.
Nessa ocasião Cleópatra começou uma nova etapa de seu reinado. Então com 33 anos partiu com Marco Antônio para fazer guerra aos Persas, mas no Eufrates teve de desistir da campanha, estava novamente grávida.
A criança nasceu no outono e naquele inverno chegaram apelos desesperados de Marco Antônio. Seu exército fora destroçado, e os miseráveis remanescentes das tropas mal tinha conseguido escapar para a costa da Síria. Com dinheiro, provisões e armas, Cleópatra foi ao seu socorro.
No ano seguinte, 35 a.C, ela teve de usar de todo o seu engenho para evitar que Marco Antônio com o espírito anuviado pela continuidade da bebidas, tentasse outra invasão da Pérsia. Compreendendo que o verdadeiro inimigo era Otávio, sobrinho e herdeiro legítimo de César que de Roma dominava o Oriente, ela instou com Marco Antônio para que concentrasse todos os esforços em derrubá-lo. Em 32 a.C Cleópatra precipitou a guerra com Otávio, persuadindo Marco Antônio a tomar duas providências: baixar um édito pelo qual se divorciava de sua outra esposa, Otávia ( a bela irmã de Otávio) e determinar que suas tropas atravessassem o Mar Egeu e entrassem na Grécia. Cleópatra estava então no apogeu. De repente, em Actium, na costa ocidental da Grécia, ao cair da tarde de 02 de setembro do ano 31 a.C, tudo se desmoronou. Os historiadores nunca chegaram a um acordo sobre essa batalha decisiva, não se sabe o motivo por que Marco Antônio, com um exército superior, deixou que ela se transformasse numa batalha naval, nem por que em plena batalha naval, com o resultado ainda indeciso, Cleópatra levantou vela e partiu para o Egito, com os seus 60 navios de guerra, ou por que Marco Antônio deixou abandonado seu imenso exército para embarcar no navio de Cleópatra e partir com ela.
Ao voltar para o Egito, quando se espalhou a notícia do desastre, Cleópatra tentou fortalecer os laços com países vizinhos, começou também a transferir navios de guerra do Mediterrâneo para o Mar Vermelho, projeto fabuloso que importava em arrastar os navios através de muitos quilômetros de deserto. Quando chegaram as tropas de Otávio e tomaram os forte da fronteira ao Egito, Cleópatra presumiu que seu destino seria semelhante ao de centenas de outros reis cativos, que haviam sido levados em cortejo pelas ruas de Roma, acorrentados, para serem depois executados. Audaciosa até ao fim, fingiu abandonar qualquer idéia de suicídio. Obtendo permissão para visitar o túmulo de de Marco Antônio, parece que conseguiu comunicar-se com partidários fiéis , quando a sua liteira era carregada pelas ruas. Voltou aos seus aposentos, tomou banho, jantou e mandou que suas servas a vestissem como Vênus. Sobre o que aconteceu depois só sabemos o seguinte: Oficiais romanos que arrombaram seus aposentos encontraram Cleópatra morta. Segundo a lenda, a rainha se deixara morder por uma víbora (Naja Haje) que lhe fora mandada numa cesta de figos.
Quando se comemorou em Roma a conquista do Egito por Otávio, foi arrastada pelas ruas uma estátua de Cleópatra com uma víbora agarrada a um dos braços. Os seus três filhos com Marco Antônio (Cesarion já fora executado) foram obrigados a marchar na degradante procissão.
Foi então que os poetas romanos, para caírem nas boas graças do vencedor, começaram a espalhar o mito de uma perversa e libertina rainha egípcia. Mito que dura até os nossos dias. Texto retirado do site abaixo:
http://www.geocities.com/mahailanajla/diversos/cleopatra.htm



Imagem Morte de Cleópatra, 1881Quadro de Juan Lura (1857-1899), pintor filipino retirado de blogdasabedoria.blogspot.com/.../clepatra.html

OBRA DE ARTE

OBRA DE ARTE
Amores na bela Capital Catarinense.