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quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Política - Dra. Janaina Paschoal .


domingo, 28 de agosto de 2016

De volta ao circo romano?

Às vésperas do julgamento do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, leio, com muita tristeza, trechos desumanos publicados na imprensa em referência aos momentos cruciais que ela vive.  

Ela não está sendo julgada por questões morais, como querem alguns, até porque na Politica a subjetividade da moral é pouco contributiva.  A Justica alcança um patamar mais alto e, prevalece, portanto, acima da primeira.

E, também, não existe golpe,  pois ela tem tido todas as oportunidades para se defender,  acessando, abertamente,  organismos e  mídias no âmbito nacional e internacional.

E como todos sabemos liberdade de expressão e defesa passam longe da cartilha de golpistas.

Contudo,  mesmo lhe sendo assegurados todos os direitos, o momento não é  para fazer piadas e deboches, em função da possível perda do mandato que ela adquiriu pelas urnas.

Como também,  este último fato não obriga o povo a aceitar uma gestão ineficiente. 
A mesma Constituição que lhe garantiu a posse tem o poder para a retirar se for necessário.

Assim pensando, eu considero que o momento é para profundas reflexões  e falas muito ponderadas. 

Vivemos num mundo onde a felicidade é  pouco mais do que um belo sonho,  mas, com certeza, já atravessamos os tempos em que as pessoas se divertiam nos circos romanos com o sacrifício do seu semelhante.

E, além do mais, para aqueles que estão rindo,  ela não está sendo sacrificada para o divertimento público.

Está sendo julgada pelo mal exercício da coisa pública o que é bem diferente.

Apesar dos muitos problemas da nossa contemporaneidade a Lei prevalece e  está mais aperfeiçoada. 
Ao penalizar o réu  ela leva em conta valores que a antiguidade   desconhecia, reconhecendo  na pessoa que a descumpre, outros aspectos e dimensões além daqueles que estão sendo julgados ou punidos. Preservando esses valores  os tornam pontos de sustentação para que o  reu possa recomeçar sua vida,sem ser marginalizado, depois de cumprida a pena.

No caso presente, busca-se  condenar ou absolver a presidente, temporariamente, afastada do exercício oferecendo-lhe  as garantias de defesa, cabendo ao cidadão (não executor do Direito) deferência com a Lei e com quem está sendo  julgado.

Ao não concordar com sua administração,  o eleitor tem o direito de exigir sua saída do cargo a que foi alçada com o sua ajuda, mas deve fazer isso sem apelar para a  violência física ou  psicológica .

A democracia impõe respeito às diferentes formas de pensar e agir, mas celebra  o dever de servir à Lei.

Amanhã, portanto, cumpramos nosso dever cívico de acompanhar o processo, mas com a elegância, para dizer o mínimo, de não brincar com coisa séria, e,  torcendo (eu pelo menos) para que isto acabe bem para que possamos virar a página  e ver  o Brasil caminhar .


quinta-feira, 14 de julho de 2016

Reflexão

Aquilo que o amor faz, o medo jamais poderá realizá-lo. Nada é mais útil do que fazer-se amar» (De officiis II, 29). Ambrósio. 
Imagem livre do google:Ambrósio e o imperador Teodósio. 

quarta-feira, 13 de julho de 2016

O Tempo
Olavo Bilac

Sou o tempo que passa, que passa
Sem princípio, sem fim, sem medida
Vou levando a Ventura e a Desgraça,
Vou levando as vaidades da Vida

A correr, de segundo em segundo
Vou formando os minutos que correm...
Formo as horas que passam no mundo,
Formo os anos que nascem e morrem.

Ninguém pode evitar os meus danos...
Vou correndo sereno e constante:
Desse modo, de cem em cem anos,
Formo um século e passo adiante.

Trabalhai, porque a vida é pequena
E não há para o tempo demora!
Não gasteis os minutos sem pena!
Não façais pouco caso das horas!
Imagem: Relógio de Sol. Toronto


domingo, 10 de julho de 2016

Reflexão

"Tu nos despertaste para o prazer de te louvar, pois nos criaste para ti, e o nosso coração não tem sossego enquanto não repousar em ti." Agostinho, em Confissões. Livro 1. Posição 162. Kindle.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

A Canção do Brasil


Suely Monteiro


Dos vários tipos de sociedade que existem entre os homens, Cícero estabelece como universal, a sociedade do gênero humano, e a de círculo mais limitado, a da familia.  Ele ressalta, no entanto, que a ”mais bela e a mais sólida das sociedades são as que a amizade, pela conformidade de inclinação, estabelece entre pessoas de bem”.  

Sua fala não é novidade hoje, tanto quanto não era na sua época, pois muitos outros sábios que o antecederam a enalteceram na prosa, na poesia, na filosofia. Na teoria e na prática.

Curiosamente, observo que o desenvolvimento desta última, além de ampliar os limites da sociedade dos laços consanguíneos consagra à sociedade universal, uma grande dose de distinção, à medida que tornam seus membros espontaneamente compromissados com o bem. Ora, uma sociedade de homens de bem, não engana, não humilha, não espolia, não destitui uns e outros de seus valores materiais e não pleiteia a unicidade comportamental e ideológica.

Pelo contrário, reconhece e valoriza o valor individual de seus membros, sabe que o alicerce da justiça é a boa vontade e que esta é estimulada pelo exemplo, pela fé que, segundo, ainda, o grande pensador, vem da palavra fazer, por que se diz o que se faz.

Forçando um pouco a barra para adaptar a sociedade Brasil ao texto de Cícero, podemos  dizer que, teoricamente, formamos uma sociedade distinta, pois nossas leis, os discursos de nossos políticos em suas assembleias ou nas mídias diversas, conformam com este estado de coisa. Todavia, quão longe disso estamos na prática!

Para alcançar a glória e o poder, nossos governantes insensatamente, substituem demonstrações de amor, confiança e admiração que o povo lhes votam, por ações injustas, e, conforme diz Ennius: ” traem a amizade, desprezam conselhos."

Ouso acrescentar que eles roubam do povo. Roubam não apenas os recursos materiais, muitas vezes necessários à sua subsistência, mas a esperança e o sonho, sentimentos sem os quais os passos em direção à ordem e progresso são fortemente reduzidos e fragilizados.  

Em conformidade com suas más inclinações, desqualificam aqueles que lhes emprestaram, temporariamente, o poder com a condição de promoverem uma sociedade justa e igualitária.

Metem os pés pelas mãos. Levam às comunidades internacionais a vergonha ao serem estampados nas páginas policiais. A tudo isto parecem insensíveis.

Infelizes, não percebem que a sociedade está amadurecendo e, que como eles, embora em direção oposta, vem substituindo o ardor jovial que nem sempre examina os atos, pela solidez e assídua presença na cobrança dos deveres que lhes instituíram através do voto.

Os passos são lentos eu disse, mas isto não significa que não estejam sendo dados.

Mais de duzentos milhões cantam “Pra frente Brasil” de diferentes formas, com diferentes  palavras e  diferentes acentos, indiferentes que já se tornaram às mentiras e promessas eleitoreiras.

Pra frente Brasil, cantemos, rumo a construção da mais bela e mais sólida das sociedades, constituída pela amizade em conformidade de inclinação entre pessoas de bem!


domingo, 3 de julho de 2016

É Sempre Saudade

Clarice Lispector

Eu tenho saudades de tudo que marcou a minha vida…
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros, quando escuto uma voz, quando me lembro do passado, eu sinto saudades.
Sinto saudades de amigos que nunca mais vi, de pessoas com quem não mais falei ou cruzei. Sinto saudades da minha infância, do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro, do penúltimo e daqueles que ainda vou vir a ter, se Deus quiser. Sinto saudades do presente, que não aproveitei de todo, lembrando do passado e apostando no futuro. Sinto saudades do futuro, que se idealizado, provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser. Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei, de quem disse que viria e nem apareceu;
De quem apareceu correndo, sem me conhecer direito, de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer. Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito; daqueles que não tiveram como me dizer adeus; de gente que passou na calçada contrária da minha vida e que só enxerguei de vislumbre; de coisas que eu tive e de outras que não tive mas quis muito ter; de coisas que nem sei que existiram mas que se soubesse, de certo gostaria de experimentar. Sinto saudades de coisas sérias, de coisas hilariantes, de casos, de experiências. Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia e que me amava totalmente, como só os cães são capazes de fazer, dos livros que li e que me fizeram viajar, dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar, das coisas que vivi e das que deixei passar, sem curtir na totalidade; Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que, não sei aonde, para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi… Vejo o mundo girando e penso que poderia estar sentindo saudades em japonês, em russo, em italiano, em inglês, mas que minha saudade, por eu ter nascido brasileiro, só fala português embora, lá no fundo, possa ser poliglota. Aliás, dizem que costuma-se usar sempre a língua pátria, espontaneamente, quando estamos desesperados, para contar dinheiro, fazer amor e clarear sentimentos fortes, seja lá em que lugar do mundo estejamos.
Eu acredito que um simples “I Miss You”, ou seja lá como possamos traduzir saudade em outra língua, nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha. Talvez não exprima, corretamente, a imensa falta que sentimos de coisas ou pessoas queridas. E é por isso que eu tenho mais saudades, porque encontrei uma palavra para usar todas as vezes em que sinto este aperto no peito, meio nostálgico, meio gostoso, mas que funciona melhor do que um sinal vital quando se quer falar de vida e de sentimentos. Ela é a prova inequívoca de que somos sensíveis, de que amamos muito do que tivemos e lamentamos as coisas boas que perdemos ao longo da nossa existência.
Sentir saudades, é sinal de que se está vivo e a vida, mesmo com tantas saudades, depois dos amigos, é o bem maior que possuímos.

terça-feira, 10 de maio de 2016

Poema de Reiner Maria Rilke

Que farás tu, meu Deus, se eu perecer?
Que farás tu, meu Deus, se eu perecer?
Eu sou o teu vaso - e se me quebro?
Eu sou tua água - e se apodreço?
Sou tua roupa e teu trabalho
Comigo perdes tu o teu sentido.
Depois de mim não terás um lugar
Onde as palavras ardentes te saúdem.
Dos teus pés cansados cairão
As sandálias que sou.
Perderás tua ampla túnica.
Teu olhar que em minhas pálpebras,
Como num travesseiro,
Ardentemente recebo,
Virá me procurar por largo tempo

E se deitará, na hora do crepúsculo,
No duro chão de pedra.

Que farás tu, meu Deus? O medo me domina.
(Tradução: Paulo Plínio Abreu)

sábado, 23 de abril de 2016

Simbolismo francês-Poesia

Meu sonho familiar
Paul Verlaine
Muitas vezes, o sonho estranho me surpreende
de uma ignota mulher que eu amo e que me adora,
e que a mesma não é, certamente, a toda hora,
não sendo outra, porém, e me ama e me compreende.
Todo o meu coração deixo que ela o desvende.
Ela somente o faz transparente e o avigora,
E se eu sofro, se a dor minha fronte descora,
ela é o consolo ideal que sobre mim se estende.
É ela trigueira, ou loira, ou ruiva? – Eu o ignoro.
Seu nome? Apenas sei que ele é doce e sonoro
como o de quem se amou e da vida fugiu.
Seu olhar, como o olhar de uma estátua, é sem alma,
e tem na sua voz, grave, longínqua e calma,
a inflexão de uma voz cara que se extingiu.

Fonte:
Tradução de Onestaldo de Pennafort:
https://escamandro.wordpress.com/2013/03/30/8-poemas-de-paul-verlaine-em-3-tradutores/


                          

Reflexão sobre a Maturidade

A maturidade desconstroi a fantasia e com suas peças esculpe a realidade.
As dores, intrínsicas nesse processo, são semelhantes às do parto: remetem a vida.
Escrevi isso a cinco anos. Ainda vale!

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Sabedoria Indígena

Diz a sabedoria indígena que quando não cumprimos o que prometemos, o fio de nossa ação que deveria estar concluída e amarrada em algum lugar fica solto ao nosso lado.

Com o passar do tempo, os fios soltos enrolam-se em nossos pés e impedem que caminhemos livremente...ficamos amarrados às nossas próprias palavras.
Por isso os nativos tem o costume de "por-as-palavras-a-andar" que significa agir de acordo com o que se fala; isso conduz à integridade entre o pensar, o sentir e o agir no mundo e nos conduz ao Caminho da Beleza onde há harmonia e prosperidade naturais.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Para refletir.

Treine se libertar de tudo que voce tem medo de perder.
(Mestre Yoda - Star wars).

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Evangelho Comentado


Saibamos confiar
“Não andeis, pois, inquietos” – Jesus. (Mt.6:31)

Jesus não recomenda a indiferença ou a irresponsabilidade.
O Mestre, que preconizou a oração e a vigilância, não aconselharia a despreocupação do discípulo ante o acervo do serviço a fazer.
Pede apenas combate ao pessimismo crônico.
Claro que nos achamos a pleno trabalho, na lavoura do Senhor, dentro da ordem natural que nos rege a própria ascensão.
Ainda nos defrontaremos, inúmeras vezes, com pântanos e desertos, espinheiros e animais daninhos.
Urge, porém, renovar atitudes mentais na obra a que fomos chamados, aprendendo a confiar no Divino Poder que nos dirige.
Em todos os lugares, há derrotistas intransigentes.
Sentem-se nas trevas, ainda mesmo quando o sol fulgura no zênite.
Enxergam baixeza nas criaturas mais dignas.
Marcham atormentados por desconfianças atrozes. E, por suspeitarem de todos, acabam inabilitados para a colaboração produtiva em qualquer serviço nobre.
Aflitos e angustiados, desorientam-se a propósito de mínimos obstáculos, inquietam-se com respeito a frivolidades de toda sorte e, se pudessem, pintariam o firmamento à cor negra para que a mente do próximo lhes partilhe a sombra interior.
Na Terra, Jesus é o Senhor que se fez servo de todos, por amor, e tem esperado nossa contribuição na oficina dos séculos.  A confiança dEle abrange as eras, sua experiência abarca as civilizações, seu devotamento nos envolve há milênios....

Em razão disso, como adotar a aflição e o desespero  se estamos apenas começando a ser uteis? 

Fonte: Saibamos Confiar.Emmanuel por intermedio de  Chico Xavier. Vinha de Luz.FEB. pag. 185

quinta-feira, 31 de março de 2016

Fotografia

Para encerrar a noite,  África, de Sebastião Salgado.
O grande brasileiro  desenha, com luz, as sombras que as dores do mundo geram nos corações sensíveis.  (Fotos livres do google).





Há Luz no Fim do Túnel

SUELY MONTEIRO


Oh Deus como me entristece ver o Brasil nas mãos de Dilma/Lula, Temer, Renan Calheiros, Eduardo Cunha, Aécio e seus aliados!!
O túnel que atravessamos nesse momento político é tão longo e escuro que estamos percorrendo-o guiados somente pela esperança, uns de que a rua podem ajudar, outros de que Deus não abandona seus filhos e outros por ambos motivos.
Minha dor é, principalmente, por não ver nenhum nome capaz de suprir as necessidades da nossa querida pátria. 
Todos me parecem ambiciosos, vaidosos e, principalmente interessados em resolver seus problemas de baixa estima com a permanencia no poder.
Ontem, nos debates da Câmara, um deputado, falou calmo e bonito dizendo que o povo não está contra a Dilma, que o povo está contra os políticos, ja não confiam neles, e que para satisfazer seu anseio (do povo) bastava todos os políticos entregarem os seus cargos. 
Falou e não tomou tomou a iniciativa. 
Sim, seria bom reformar os poderes.Tirar todo esse povo contaminado e colocar gente nova lá dentro.
Mas quem assumiria , eu pergunto? Quem tem experiencia, conhecimento e determinação para pegar e dirigir um barco que está afundando na lama da corrupção? 
Um amigo, ético e capaz, me disse no inicio do ano que iria se candidatar a um cargo público, mas, infelizmente, ele desistiu alegando que pode fazer muito mais pelo país trabalhando fora do governo. Concordo, plenamente, no caso dele.
Procuro acompanhar com ânimo sereno e isento de partidarismo as decisões. 
Faço o que posso trabalhando em minha comunidade, buscando promover ações que fomentem a paz pois, em se tratando de paz, já escrevi no meu blog faz um tempinho, penso que existem os grupos que vão para as ruas mostrando os problemas, outros que buscam apresentar soluções aos anseios da rua e outros, dos quais faço parte, que ficam na, como direi, na retaguarda, buscando ajudar a população a preservar os valores já aquiridos, e buscando implementar novas formas de ação e convivencia baseados na politica da não resistencia, da paz, em grupos menores. 
Não valorizo um mais do que os outros, acho-os todos importantes. Ligar-se a um ou outro grupo é apenas questão de afinidade com o trabalho.
E, dentro desta visão do meu papel na sociedade, utilizo,hoje pela primeira vez, minha página pública para dizer que penso que somos chamados a dar frutos onde fomos plantados e que Deus age em nós a favor de nós.
Tenhamos, pois cautelas ao julgar. 
Busquemos a serenidade que nos ajudará a agir de acordo com nossa consciencia, mas evitemos tentar subornar a consciencia do outro com razões que para ele não tem validade ou por não compreender ou por realmente não concordar com elas.
Tenho no face, e na vida particular, muitos amigos que amo sinceramente e que pensam diferente de mim. 
Isto não muda nada. Vejo-os como flores do grande jardim que enfeita a minha vida e , por isto mesmo ,aproveito para ofertar a eles, o meu carinho, a justificativa de minhas ações politicas diferenciadas das deles, a que não estou obrigada fazer, mas faço por amor.
Ofereço a eles, o meu desejo de que, juntos, por caminhos diferentes atravessemos, vitoriosamente, este mar de lamas que, apesar de tudo, creio, não vai nos sufocar e nem nos obrigar a atitudes extremistas do salve-se quem puder.
Também com eles, espero continuar caminhando até enxergarmos a luz no final do túnel. Pois, tem uma luz no final do túnel.
Esta é a minha esperança!
E como diriam os ingleses: Deus salve a Pátria!

O Cão e a Carroça

                                                                                

Este texto faz parte do capítulo de Alain de Botton em "As consolações da filosofia" (editora Rocco) com citações de filósofos estóicos. Tradução de Eneida Santos. As notas ao final são minhas.
Os estóicos lançavam mão de uma imagem para evocar nossa condição de criaturas fortuitamente capazes de efetuar mudanças, apesar de sujeitas às necessidades extremas. Somos como cães amarrados a uma carroça que, a qualquer instante, pode se colocar em movimento. O comprimento de nossa trela é suficiente para nos permitir uma certa liberdade de movimento, mas não nos concede a autonomia necessária para vagarmos a nosso bel-prazer.
A metáfora foi formulada pelos filósofos estóicos Zenão de Cício (fundador da escola estóica) e Crisipo e relatada pelo sacerdote romano Hipólito: 
“Quando um cão atrelado a uma carroça quiser acompanhá-la, ele é puxado por ela e avança, fazendo com que seu gesto espontâneo coincida com a necessidade. Mas se o cão decidir não se mexer, o movimento da carroça o obrigará a segui-la, de qualquer maneira. O mesmo acontece com os homens: mesmo que não queiram, eles são forçados a obedecer o que o destino lhes reservou.”
Naturalmente, um cão é livre para ir onde bem entender. Mas, como sugere a metáfora de Zenão e Crisipo, se seus movimentos estão tolhidos é melhor trotar para acompanhar a carroça do que ser arrastado e estrangulado por ela. Embora o primeiro impulso do animal talvez seja o de lutar contra a guinada repentina do veículo que o obriga a tomar uma direção imprevista, seu sofrimento só dura enquanto durar sua resistência.
Assim Sêneca se posicionou sobre o assunto [1]:
“Ao lutar contra o laço, o animal o aperta mais... qualquer cabresto apertado irá machucar menos o animal se ele se mover com ele do que se lutar contra ele. Somente a capacidade de resistência e a submissão à necessidade proporcionam o alívio para o que é esmagador.”
Para reduzir a violência de nossa insubordinação contra acontecimentos que tomam rumos opostos ao que desejávamos, devemos refletir que também nós temos um cabresto em volta do pescoço. O sábio aprenderá a identificar de imediato o que é necessário e o seguirá, em vez de deixar-se exaurir em protesto. Quando um homem sábio é informado de que sua mala se perdeu em trânsito, ele precisará de poucos segundos para resignar-se. Sêneca relatou de que forma o fundador do estoicismo se comportou quando soube que havia perdido todos os seus pertences:
“Ao ser avisado sobre um naufrágio e ser alertado para o fato de que sua bagagem havia afundado, Zenão comentou: ‘A Fortuna [2] me desafia a ser um filósofo menos sobrecarregado.’”
Isso pode soar como uma receita para a passividade e a placidez, um incentivo à resignação diante das frustrações que poderiam ter sido vencidas. Mas a argumentação de Sêneca é mais sutil. Existe o mesmo grau de irracionalidade em se aceitar como necessário algo que não é necessário e em se rebelar contra algo que é necessário. Podemos, com a mesma facilidade, cometer o mesmo erro, ao aceitarmos o desnecessário e negarmos o possível, e negarmos o necessário e desejarmos o impossível. Cabe à capacidade de raciocínio estabelecer a distinção.
Não importa que semelhanças possam existir entre nós e um cão atrelado, nós possuímos uma vantagem crucial: podemos raciocinar e o cão, não. O animal sequer percebe de imediato que foi amarrado a uma trela e nem entende a relação entre as guinadas da carroça e a dor que sente no pescoço. Ele se sentirá confuso com as mudanças de direção e será difícil para ele calcular a trajetória da carroça, portanto sofrerá puxões constantes e dolorosos. Mas a razão nos capacita a teorizar com precisão sobre a rota de nossa carroça e isto nos oferece uma oportunidade, única entre os seres vivos, de aumentar nosso senso de liberdade ao assegurar uma boa folga entre nós e a necessidade [3]. A razão nos permite determinar quando nossos desejos estão em conflito irrevogável com a realidade e nos desafia a não sentir revolta ou amargura, e sim a nos submetermos de bom grado às necessidades. Talvez sejamos impotentes para alterar determinados acontecimentos, mas permanecemos livres para escolher que atitude tomar em relação a eles, e em nossa aceitação espontânea da necessidade encontramos uma liberdade característica.

***
[1] Este trecho faz parte do capítulo intitulado “consolação para a frustração”, baseado no pensamento do Sêneca. Como este livro também deu origem a um documentário da BBC, é possível ver o capítulo inteiro – incluindo a metáfora do cão, onde a carroça é sutilmente substituída por uma bicicleta pilotada pelo próprio Alain – no vídeo abaixo (e suas seqüências).

quarta-feira, 30 de março de 2016

A Arte de Amar, de Ovídio.

Suely Monteiro

Inteligente, audaz, e se dizendo profundamente conhecedor das artes de sedução, o autor, num livro dividido em três partes, desvela para os supostos discípulos o modo de agir para conseguir êxito nas conquistas.


Escrito entre os séculos 1 a.C e 1 d.C., o manual do amor é dividido em três como segue: a) Ovídio orienta o homem como seduzir a amada; 
b), uma vez conquistada a amada e tendo-a por mulher/amante, ele aborda a ternura masculina; e, 
c) a terceira parte é totalmente voltada para as mulheres.  Segundo estudiosos, o livro foi considerado um dos maiores escândalos da época e motivo da expulsão do escritor de Roma

Vestir, dançar, cantar, tocar cítara são armas imprescindíveis para uma mulher conquistar seu amor. Ele assegura que é a arte que faz perdurar o amor. Os Comportamentos em sociedade também contam pontos. Ele diz no Livro III que “palavras elegantes, mas usuais no convício social, ó mulheres, é tudo o que deveis escrever! ”

 Ele vai além e ensina aos mais destemidos a corromper servidores (atualíssimo para os nossos políticos) para ajudar no caso de amores considerados impossíveis ou ilegais e as formas de trair e não ser descoberto, embora com certos riscos para dar sabor ao romance.

Tudo isto e muito mais você encontra descrito diretamente, mas com uma eloquência e beleza de linguagem que não desperta, como em alguns manuais do amor da atualidade, repugnância.

Eu destacaria, como bem atual, o fato da mulher não ser vista como objeto de contemplação e beleza insignificantes. Mas, como um ser independente, com os mesmos direitos do homem (pelo menos na maior parte da obra, com destaque depreciativo na terceira parte quando ele ensina os modos como a mulher deve fingir o gozo para manter o seu amado), dando a ela a liberdade que nunca tivera antes e que continuou não tendo mesmo depois do lançamento do livro.


Minha intenção ao compartilhar este texto é apresentar como sugestão de leitura poética, um livro bem-humorado que aborda as relações humanas, no aspecto da sedução, de modo muito intrigante e atual e nos tira por uns instantes dessa guerra cruenta de brigas partidárias, nos dando folego para continuar vivendo uma vida digna de ser vivida com responsabilidade, respeito aos direitos e deveres nossos e alheios, mas também com poesia, amor, fé, esperança e muita alegria!

Documentário: A Beleza das Mulheres Negras. Kenhinde Wiley.

Adorei este documentário.
O artista já refazia quadros famosos substituindo os personagens importantes e brancos por pessoas negras comum.
Dai, resolveu ampliar ou melhor, criar um novo projeto, desta vez com mulheres negras comuns das ruas de Nova York.  O resultado ficou simplesmente maravilhoso.
Se desejar conferir, assista ao vídeo abaixo e aproveite!

terça-feira, 29 de março de 2016

Café Torrado

Adoro café.
Descobri que eu não estou sozinha, pois grandes pintores se dedicaram a registrar a beleza do momento de degustação do pretinho cheiroso e saboroso.
Hoje escolhi ler e me enternecer com as imagens cafeinizadas.
Com vocês compartilho Debret.
Café Torrado" - Jean Baptiste Debret
Pintor e ilustrador francês (1768-1848).
O artista viveu no Rio de Janeiro entre 1816 e 1831.
Deixou registradas imagens consequentes da vinda da família real portuguesa à colônia (1808).

Vô Nino

Homenagem ao meu avô materno e, em consequencia a todos os avós da Terra.

Meu avô Virgilio, o Nino, adorava antúrios e cultivava-os aos montes. 
Hoje, sem querer, vi uma imagem dessa flor e resolvi capturá-la para ofertar a ele que partiu faz tempo para a Pátria Espiritual, mas deixou saudades nos nossos corações, tanto pela austeridade moral quanto pela docura que escondia atrás do cigarro de palha.
A você vô NIno e a todos os avôs do mundo o meu carinho mais do que especial.
Voces são delicadas mãos que nos ajudam a caminhar com alegria e segurança na vida.
Pais duas vezes, tem muita experiencia e não se apressam ao separar o joio do trigo das vidas de seus netos, fazendo a separação no momento certo, em um cerimonial tão belo que mais parece festa aos olhos dos pequeninos que se portam como gente grande nessas horas de mudança.
Obrigada querido vô, pelas lembranças ternas que você trouxe ao meu dia hoje!


Evangelho Comentado

CRESCEI
  “Antes crescei na graça e no conhecimento de Nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. ” Pedro. (II Pedro. 3:18).

A situação de destaque preocupa constantemente a ideia do homem.
O próprio mendigo, esfarrapado e faminto, muita vez permanece, orgulhoso, na expectativa de realce no Céu.
Habitualmente, porém, toda ansiedade, nesse particular, é propósito mal dirigido objetivando crescimento ao inverso.
Não seria, propriamente, o ato de se desenvolver, mas de inchar.
Nessa mesma pauta, muitos aprendizes irrequietos pleiteiam altas remunerações financeiras, favores do dinheiro fácil, elevação aos postos de autoridade, invocando a necessidade de crescer para maior eficiência no serviço do Cristo.
Isto, contudo, quase sempre é pura ilusão.
Materializadas as exigências, transformam-se em servidores rodeados de impedimentos.
O Mestre Divino, que organizou a via planetária ao influxo do Eterno Pai, possui suficiente poder, e, para a execução de sua obra, não se demoraria à espera de que esse ou aquele dos aprendizes se convertesse em especialista em determinados negócios do mundo.
O crescimento, a que o Evangelho se reporta, deve orientar-se na virtude cristã e no conhecimento da vontade divina.
Aprenda cada um a sua parte, na esfera de nossos deveres com Jesus. Atenda ao programa de edificação que lhe compete, ainda que se encontre sozinho ou perseguido pela incompreensão dos homens e, então, estará crescendo na graça e no discernimento para a vida imortal.
Emmanuel através de Francisco Cândido Xavier. CRESCEI. Vinha de Luz. Pag. 103. Federação Espirita Basileira.15ª. ed. RJ. 1998

segunda-feira, 28 de março de 2016

Para encerrar o dia eu falo de/sobre mim.
( Com o perdão dos discretos)

Ao voltar da Amazônia, desenvolvi uma tosse rouca, seguida de debilidade física que está me dando um trabalhão.

Como não sou do tipo que valoriza muito as doenças, enquanto estou afastada das minhas atividades de rua, assisto filmes, leio e penso.

Nessa semana que passou por exemplo eu revi dois belos clássicos do cinema: a) E o Vento Levou, em homenagem à minha amiga Elisangela Andrade; e  b)Casablanca para chorar, com ele, as dores de ter que ficar de molho.

Assisti, também,  um documentário sobre Frida Khalo: A casa de Frida Khalo.

Li grandes trechos de Ovidio e sua bela arte de amar e páginas e mais páginas de comentários do meu amoroso Emmanuel sobre o Evangelho de Jesus.

Achei que, no final das contas, o saldo não foi negativo.

Gratidão a esse tempo vivido com dificuldade respiratória que está me ajudando a treinar paciência.

Aliás, hoje, depois de ficar horas e horas no hospital fazendo exames me dei conta de que só reclamei duas vezes contra a demora,  e, em ambas, falei  com o Charles, bem baixinho.

Será  que estou aprendendo?

Deus queira!

domingo, 27 de março de 2016

Milton Nascimento Cio da Terra HD


Para comemorar a Páscoa, mas do que ovos, eu creio que esta música é a pedida ideal.
Seus versos  de renovação, fazem jorrar bençãos à todos aqueles que tem ouvidos de ouvir.
Valoriza o trabalho e nos faz ver que é do esforço pessoal e conjunto que se tornam possíveis as mudanças.
A música  espalha esperança para os que trabalham e confiança de que nada falta àqueles cujos membros se esforcam na labuta diária.
Exalta a gratidão, sentimento maior do homem de bem.
Feliz Páscoa para você!

sábado, 26 de março de 2016

OPINIÃO PÚBLICA, IMPRESSA E DEMOCRACIA


Suely Monteiro

Não se pode negar a importância da impressa no processo democrático e tentar calar este instrumento é um retorno impensável à ditadura. 

Foto: Google imagens. Acesso 25.03.2016.
A mídia é poderosa. 

A sua posição ajuda a formar uma opinião pública mais realista, desfazendo os enganos e trazendo à tona as sujeiras que se pretende fiquem debaixo dos tapetes, ou se o seu exercício estiver a serviço de interesses menos dignos, a mascarar uma situação que impedirá por muito tempo o crescimento, a expansão da liberdade e da iniciativa consciente do cidadão. 

Mas, qual é o papel da imprensa?

Indefinido, por enquanto. Para alguns ela está ultrapassando sua área de atuação e invadindo a área da fiscalização, da polícia,  quando o seu papel é somente informar os fatos tais como esses se apresentam a ela.

Por outro lado, existem aqueles ( e estou com eles) que advogam que se o modelo clássico de democracia evoca os três poderes, Legislativo, Executivo e Judiciário, na atualidade, a impressa forma o quarto poder e por isto sua área de atuação expande-se para que ela possa ir além de como os fatos lhe são apresentados para apurá-los em sua profundida e informar com segurança. 


Todavia, enquanto não se define, definitivmente o seu papel, é importante ter em mente, que não existe democracia com uma imprensa controlada, com censura prévia do material cultural produzido e, que cada vez mais, a imprensa se torna um instrumento para que o cidadão manifeste sua opinião, troque experiência e cobre dos poderes a realização daquilo a que a sociedade tem direitos estabelecidos por contrato. 

Afinal de contas, democracia vai muito além do fato de se eleger, por meios de votos, os repesentantes do povo no poder.

É preciso, sim, estar atentos ao que os políticos fazem com o poder que o povo lhes empresta para governarem. E a imprensa pode e deve ajudr a fiscalizar!

Ser Feliz

Fernando Pessoa

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo.

E que posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise…

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história…

É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma…

É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida…

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos…

É saber falar de si mesmo…

É ter coragem para ouvir um "não"…

É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta…

Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."

sexta-feira, 25 de março de 2016

Meditação com Arte

Suely Monteiro

Vou e volto no tempo buscando os contrastes da arte de Rembrandt para me ajudar a entender a vida. 

O momento que vivemos no Brasil, mais uma vez, me dobra sobre os claros/escuros desse holandês tão caro ao meu coração! 

Mergulho em suas telas escuras, mas emerjo rodeada de Luz! 

Sim, reconheço que não há necessidade nem mesmo de equivalência entre luz e trevas para gerar equilíbrio. 

Bastam gotas de luz para clarear e realçar o espírito primordial dos seres e das coisas. 

Alguns detalhes de luz e a escuridão deixa de assustar e passa a integrar o todo harmoniosamente . 

Isto me encanta e por isso canto o canto de louvor à luz que, mesmo em pequenas proporções, faz grande diferença. 

Bem vinda oh luz das artes majestosas desses homens que em Deus se iluminaram para iluminar o mundo, independentes de religiões instituídas! 

Bem vinda seja aos nossos corações enegrecidos pelo ódio das diferenças políticas, religiosas, esportivas e artísticas que deveriam nos unir e elevar!

Bem vinda aos nossos olhos cerrados pelo orgulho e vaidade exorbitantes!

Bem vinda aos nossos corações prisioneiros das trevas do egoísmo!

Liberte-nos pelo amor do Belo, do Justo e do Bom!

É esta a minha canção. 

É esta a minha petição. 

É esta a minha oração!


Detalhes dA Ronda Noturna




Rembrandt Harmenszoon Van Rijn foi um importante pintor e gravador holandês. 
É considerado um dos mais importantes pintores do barroco europeu. 
Nasceu em 15 de julho de 1606 na cidade de Leiden e faleceu em Amsterdam em 4 de outubro de 1669.

OBRA DE ARTE

OBRA DE ARTE
Amores na bela Capital Catarinense.