A Filosofia da Linguagem está ainda menos bem definida e possui um princípio de unidade ainda menos claro do que a maioria dos outros ramos da Filosofia. Os problemas da linguagem que são tipicamente tratados pelos filósofos constituem uma coleção pouco conexa, para a qual é difícil encontrar qualquer critério nítido que a distinga dos problemas de linguagem de que se ocupam gramáticos, psicólogos e antropólogos. Podemos chegar a uma noção inicial da amplitude dessa coleção fazendo um levantamento dos vários pontos onde, no âmbito da Filosofia, surge o interesse pelos problemas da linguagem.
Fontes do Interesse do Filósofo pela Linguagem: A Metafísica
Vejamos, em primeiro lugar, os modos como os problemas relativos à linguagem se manifestam nos vários ramo, da Filosofia. A metafísica é a parte da Filosofia que se caracteriza, em suas linhas gerais, como uma tentativa para formular os fatos mais genericamente universais, incluindo uma enumeração das categorias mais básicas a que pertencem as entidades e alguma representação de suas inter-relações. Sempre houve filósofos que tentaram chegar a alguns desses fatos fundamentais considerando os aspectos básicos da linguagem que usamos para falar sobre o mundo. Lemos no livro X de República de Platão : "Sempre que um determinado número de indivíduos tem um nome comum supomos que tenham também uma idéia ou forma correspondente" ( 596 ) . Para esclarecer essa observação algo enigmática, Platão chamou a nossa atenção para um aspecto genérico da linguagem, de que um determinado substantivo ou adjetivo, por exemplo, 'árvore' ou 'agudo', pode ser verdadeiramente aplicado no mesmo sentido a um grande número de coisas distintas e diferentes; a sua opinião é de que isso só será possível se existir alguma entidade designada pelo termo geral em questão 0 arboridade, agudeza - da qual compartilha cada um dos indivíduos. Caso contrário, seria impossível aplicar o termo geral no mesmo sentido a vários indivíduso diferentes.