Paz! |
A ética platônica cria uma correspondência entre as três partes da alma, tomando uma feição mais ou menos assim:
- a alma sensual requer, moderação, temperança;
- a alma afetiva demanda fortaleza, temperança;
- e a alma racional reclama a prudência ou sabedoria. Da unificação e boa relação entre elas é que surge a Justiça, a quarta e fundamental virtude.
Analisando essas virtudes, me deparei pensando no quanto o mundo seria melhor se as praticássemos em nossos meios. Tomando como modelo o Brasil, seria importante para o exercício dessa prática - da Justiça -, que o respeito às Leis fosse praticado a começar pelos nossos representantes nos três poderes, muitos dos quais ajudaram a formulá-las.
Lamentavelmente, o que vemos são políticos e magistrados protagonizando tristes episódios de corrupção, desvio de verbas, intimidação, abuso do direito e do poder que receberam das mãos do povo, por ocasião da eleição, para administrar e gerir seus bens. Aliás, eles administram e gerem, mas em beneficio próprio. O enriquecimento ilícito é um fator da desconfiança do povo nos governantes.
A conclusão que chego à partir desta análise é que falta-lhes (aos nossos governantes) as virtudes da moderação, temperança e sabedoria e, desta forma - a Justiça, como emanação da boa relação entre elas -, não pode existir.
O que fazer?
Infelizmente, não é possível adornar os nossos políticos e nossos homens de poder com virtudes, pois estas são conquistas individuais. Por isto, a importância de cultuá-las e, mais , vivenciá-las no dia-a-dia nos lares, nas comunidades, na empresas de modo que pelo exemplo pessoal possamos aos poucos, modificar o cenário, criando novas formas de viver e ser feliz justamente.
- Demorado, difícil? - Talvez.
- Utópico? - Pode parecer.
- Inviável? - Não creio, pois já avançamos muito em relação ao passado e isto nos torna mais esperançosos. E mais, além de Platão e, com muito mais autoridade do que ele, Cristo nos concitou a fazer a nossa parte e nos advertiu que seriamos julgados segundo o modo como a executássemos. Portanto, mão à obras em prol de uma reforma interior que faça com que resplandeça a nossa luz!