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Mônica e eu em nossa casa. |
Era uma vez num reino não muito distante, uma rainha,
sentindo-se envelhecida e sem ter descendência, solicitou uma audiência com o
Senhor dos Mundos e lhe pediu, gentilmente, que lhe desse uma prole imensa.
O Senhor, condoído pela humildade da jovem senhora,
aquiesceu ao seu pedido e lhe disse que ficasse à vontade para escolher seus
filhos.
Assim dizendo, mostrou-lhe uma imensidão de crianças de sexo,
cores, estatura e espessura (isto também conta!) Diferentes. Cada uma mais
linda do que a outra.
Sensibilizada a rainha corria os olhos de uma para outra
criança, mostrando-se muito insegura para escolher, pois como disse, eram todas
lindas.
Ela estava perdida na indecisão quando um anjo se aproximou
e se ofereceu para ajudá-la.
Ela aceitou, contente, e ele foi lhe falando sobre as
qualidades de cada criança. Os tipos de inteligência que possuíam, as
habilidades manuais, intelectuais, os pendores para as artes e tantas outras
coisas que ela lhe perguntou se não tinham defeito.
Não - respondeu - imediatamente.
Daqui saem todas perfeitas. Os defeitos, infelizmente,
muitas adquirem após o nascimento.
A rainha estava encantada e decidida que escolheria sua
prole de maneira bem diversificada: meninas, meninos, brancos, negros, altos,
baixos, gordos e magros.
Nada de monocromático no seu reino!
Diversidade total!
O anjo, certamente acostumado a tantos outros
aconselhamentos sobre filhos, acompanhava-a, sereno, esperando, pacientemente
sua decisão.
Passadas longas horas ela decidiu por dez belas crianças.
Sorriu e brincou com o anjo: Pode empacotar antes que eu fique novamente
confusa.
Deu uma última olhada nas crianças e seguiu o anjo para
acompanhar sua encomenda.
Eles conversavam alegres enquanto eram preparados os
documentos de adoção (na verdade as crianças são do Senhor do Mundo)
temporária, quando a rainha viu uma pequenina, com um livrinho na mão,
sentadinha debaixo de uma árvore.
Olhou com cara súplice para o anjo e perguntou: posso levar
aquela, também?
Ele balançou a cabeça negativamente.
Ela insistiu: Por favor, só mais uma. Eu prometo que não
peço mais nada durante toda minha vida.
O anjo, no entanto, irredutível, respondeu: Impossível. As
ordens do Senhor são rigorosamente cumpridas por nós e Ele autorizou somente
dez.
A rainha ficou triste, muito triste, mas não podia deixar de
entender que o anjo estava cumprindo a sua função e que ela havia aceitado o
acordo.
Os dois, carregando as crianças, estavam chegando à porta de
saída do reino quando a rainha de um salto perguntou:
Posso trocar? Era duro o
jogo a que se propunha. Afinal, as crianças eram belas, haviam participado da
seleção e foram aprovadas por ela, como, substituir alguma na última hora?
Mas, por outro lado, ela não ficaria feliz sem aquela
criança que mais profundamente do que todas as outras havia tocado seu coração.Aliás, havia tomado
conta de todo o seu ser!
O anjo, então, acho que querendo testá-la perguntou de
chofre: Todas por uma?
Ela não vacilou: Sim, e agora!
Foi assim, que nove meses depois o Sedex do Céu deixava no palácio da rainha, uma linda
princesa de pele alva, olhos profundos, gestos calmos e coração generoso.
Foi recebida com muita alegria.
Vinte e oito anos se passaram sem que ela deixasse de ser o
maior amor da rainha que hoje está idosa e plena de orgulho de ter feito uma
boa escolha.
Uma única dor de vez em quando, entristece o seu coração: a
princesa, como um anjo, bate suas asinhas com muita frequência, para outros
reinos.
É inteligente, curiosa, gosta de conhecer lugares, pessoas e
culturas diferentes!
Que fazer?!
Aceitar e viver à espera dos beijos, abraços e novidades em
cada uma de suas voltas.