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quarta-feira, 9 de abril de 2014

FILOSOFIA NA CANÇÃO INFANTIL

Por que o Sapo não lava o Pé?

Os filósofos respondem…



Olavo de Carvalho: O sapo não lava o pé. Não lava porque não quer. Ele mora lá na lagoa, não lava o pé porque não quer e ainda culpa o sistema, quando a culpa é da PREGUIÇA. Este tipo de atitude é que infesta o Brasil e o Mundo, um tipo de atitude oriundo de uma complexa conspiração moscovita contra a livre-iniciativa e os valores humanos da educação e da higiene!
Karl Marx: A lavagem do pé, enquanto atividade vital do anfíbio, encontra-se profundamente alterada no panorama capitalista. O sapo, obviamente um proletário, tendo que vender sua força de trabalho para um sistema de produção baseado na detenção da propriedade privada pelas classes dominantes, gasta em atividade produtiva alienada o tempo que deveria ter para si próprio. Em conseqüência, a miséria domina os campos, e o sapo não tem acesso à própria lagoa, que em tempos imemoriais fazia parte do sistema comum de produção.

Friedrich Engels: isso mesmo.

Michael Foucault: Em primeiro lugar, creio que deveríamos começar a análise do poder a partir de suas extremidades menos visíveis, a partir dos discursos médicos de saúde, por exemplo. Por que deveria o sapo lavar o pé? Se analisarmos os hábitos higiênicos e sanitários da Europa no século XII, veremos que os sapos possuíam uma menor preocupação em relação à higiene do pé – bem como de outras áreas do corpo. Somente com a preocupação burguesa em relação às disciplinas – domesticação do corpo do indivíduo, sem a qual o sistema capitalista jamais seria possível – é que surge a preocupação com a lavagem do pé. Portanto, temos o discurso da lavagem do pé como sinal sintomático da sociedade disciplinar.

Max Weber: A conduta do sapo só poderá ser compreendida em termos de ação social racional orientada por valores. A crescente racionalização e o desencantamento do mundo provocaram, no pensamento ocidental, uma preocupação excessiva na orientação racional com relação a fins. Eis que, portanto, parece absurdo à maior parte das pessoas o sapo não lavar o pé. Entretanto, é fundamental que seja compreendido que, se o sapo não lava o pé, é porque tal atitude encontra-se perfeitamente coerente com seu sistema valorativo – a vida na lagoa.

Friedrich Nietzsche: Um espírito astucioso e camuflado, um gosto anfíbio pela dissimulação – herança de povos mediterrâneos, certamente – uma incisividade de espírito ainda não encontrada nas mais ermas redondezas de quaisquer lagoas do mundo dito civilizado. Um animal que, livrando-se de qualquer metafísica, e que, aprimorando seu instinto de realidade, com a dolcezza audaciosa já perdida pelo europeu moderno, nega o ato supremo, o ato cuja negação configura a mais nítida – e difícil – fronteira entre o Sapo e aquele que está por vir, o Além- do-Sapo: a lavagem do pé.

John Locke: Em primeiro lugar, faz-se mister refutar a tese de Filmer sobre a lavagem bíblica dos pés. Se fosse assim, eu próprio seria obrigado a lavar meus pés na lagoa, o que, sustento, não é o caso. Cada súdito contrata com o Soberano para proteger sua propriedade, e entendo contido nesse ideal o conceito de liberdade. Se o sapo não quer lavar o pé, o Soberano não pode obrigá-lo, tampouco recriminá-lo pelo chulé. E ainda afirmo: caso o Soberano queira, incorrendo em erro, obrigá-lo, o sapo possuirá legítimo direito de resistência contra esta reconhecida injustiça e opressão.



Immanuel Kant: O sapo age moralmente, pois, ao deixar de lavar seu pé, nada faz além de agir segundo sua lei moral universal apriorística, que prescreve atitudes consoantes com o que o sujeito cognoscente possa querer que se torne uma ação universal.
Nota de Freud: Kant jamais lavou seus pés.

Sigmund Freud: Um superego exacerbado pode ser a causa da falta de higiene do sapo. Quando analisava o caso de Dora, há vinte anos, pude perceber alguns dos traços deste problema. De fato, em meus numerosos estudos posteriores, pude constatar que a aversão pela limpeza, do mesmo modo que a obsessão por ela, podem constituir-se num desejo de autopunição. A causa disso encontra-se, sem dúvida, na construção do superego a partir das figuras perdidas dos pais, que antes representavam a fonte de todo conteúdo moral do girino.

Carl Jung: O mito do sapo do deserto, presente no imaginário semita, vem a calhar para a compreensão do fenômeno. O inconsciente coletivo do sapo, em outras épocas desenvolvido, guardou em sua composição mais íntima a idéia da seca, da privação, da necessidade. Por isso, mesmo quando colocado frente a uma lagoa, em época de abundância, o sapo não lava o pé.

Soren Kierkegaard: O sapo lavando o pé ou não, o que importa é a existência.
George Hegel: podemos observar na lavagem do pé a manifestação da Dialética. Observando a História, constatamos uma evolução gradativa da ignorância absoluta do sapo – em relação à higiene – para uma preocupação maior em relação a esta. Ao longo da evolução do Espírito da História, vemos os sapos se aproximando cada vez mais das lagoas, cada vez mais comprando esponjas e sabões. O que falta agora é, tão somente, lavar o pé, coisa que, quando concluída, representará o fim da História e o ápice do progresso.

Auguste Comte: O sapo deve lavar o pé, posto que a higiene é imprescindível. A lavagem do pé deve ser submetida a procedimentos científicos universal e atemporalmente válidos. Só assim poder-se-á obter um conhecimento verdadeiro a respeito.

Arthur Schopenhauer: O sapo cujo pé vejo lavar é nada mais que uma representação, um fenômeno, oriundo da ilusão fundamental que é o meu princípio de razão, parte componente do principio individuationis, a que a sabedoria vedanta chamou “véu de Maya”. A Vontade, que o velho e grande filósofo de Königsberg chamou de Coisa-em si, e que Platão localizava no mundo das idéias, essa força cega que está por trás de qualquer fenômeno, jamais poderá ser capturada por nós, seres individuados, através do princípio da razão, conforme já demonstrado por mim em uma série de trabalhos, entre os quais o que considero o maior livro de filosofia já escrito no passado, no presente e no futuro: “O mundo como vontade e representação”.

Aristóteles: O [sapo] lava de acordo com sua natureza! Se imitasse, estaria fazendo arte . Como [a arte] é digna somente do homem, é forçoso reconhecer que o sapo lava segundo sua natureza de sapo, passando da potência ao ato. O sapo que não lava o pé é o ser que não consegue realizar [essa] transição da potência ao ato.



Platão:
Górgias: Por Zeus, Sócrates, os sapos não lavam os seus pés porque não gostam da água!
Sócrates: Pensemos um pouco, ó Górgias. Tu assumiste, quando há pouco dialogava com Filebo, que o sapo é um ser vivo, correto?
Górgias: Sou forçado a admitir que sim.
Sócrates: Pois bem, e se o sapo é um ser vivo, deve forçosamente fazer parte de uma categoria determinada de seres vivos, posto que estes dividem-se em categorias segundo seu modo de vida e sua forma corporal; os cavalos são diferentes das hidras e estas dos falcões, e assim por diante, correto?
Górgias: Sim, tu estás novamente correto.
Sócrates: A característica dos sapos é a de ser habitante da água e da terra, pois é isso que os antigos queriam dizer quando afirmaram que este animal era anfíbio, como, aliás, Homero e Hesíodo já nos atestam. Tu pensas que seria possível um sapo viver somente no deserto, tendo ele necessidade de duas vidas por natureza,ó Górgias?
Górgias: Jamais ouvi qualquer notícia a respeito.
Sócrates: Pois isto se dá porque os sapos vivem nas lagoas, nos lagos e nas poças, vistos que são animais, pertencem e uma categoria, e esta categoria é dada segundo a característica dos sapos serem anfíbios.
Górgias: É verdade.
Sócrates: precisando da lagoa, ó Górgias meu caro, tu achas que seria o sapo insano o suficiente para não gostar de água?
Górgias: não, não, não, mil vezes não, Ó Sócrates!
Sócrates: Então somos forçados a concluir que o sapo não lava o pé por outro motivo, que não a repulsa à água
Górgias: de acordo


Diógenes, o Cínico: Dane-se o sapo, eu só quero tomar meu sol.

Parmênides de Eléia: Como poderia o sapo lavar os pés, ó deuses, se o movimento não existe?

Heráclito de Éfeso: Quando o sapo lava o pé, nem ele nem o pé são mais os mesmos, pois ambos se modificam na lavagem, devido à impermanência das coisas.
Epicuro: O sapo deve alcançar o prazer, que é o Bem supremo, mas sem excessos. Que lave ou não o pé, decida-se de acordo com a circunstância. O vital é que mantenha a serenidade de espírito e fuja da dor.



Estóicos: O sapo deve lavar seu pé de acordo com as estações do ano. No inverno, mantenha-o sujo, que é de acordo com a natureza. No verão, lave-o delicadamente à beira das fontes, mas sem exageros. E que pare de comer tantas moscas, a comida só serve para o sustento do corpo.

Descartes: nada distingo na lavagem do pé senão figura, movimento e extensão. O sapo é nada mais que um autômato, um mecanismo. Deve lavar seus pés para promover a autoconservação, como um relógio precisa de corda.

Nicolau Maquiavel: A lavagem do pé deve ser exigida sem rigor excessivo, o que poderia causar ódio ao Príncipe, mas com força tal que traga a este o respeito e o temor dos súditos. Luís da França, ao imperar na Itália, atraído pela ambição dos venezianos, mal agiu ao exigir que os sapos da Lombardia tivessem os pés cortados e os lagos tomados caso não aquiescessem à sua vontade. Como se vê, pagou integralmente o preço de tal crueldade, pois os sapos esquecem mais facilmente um pai assassinado que um pé cortado e uma lagoa confiscada.

Jacques Rousseau: Os sapos nascem livres, mas em toda parte coaxam agrilhoados; são presos, é certo, pela própria ganância dos seus semelhantes, que impedem uns aos outros de lavarem os pés à beira da lagoa. Somente com a alienação de cada qual de seu ramo ou touceira de capim, e mesmo de sua própria pessoa, poder-se-á firmar um contrato justo, no qual a liberdade do estado de natureza é substituída pela liberdade civil.

Max Horkheimer e Theoror Adorno: A cultura popular diferencia-se da cultura de massas, filha bastarda da indústria cultural. Para a primeira, a lavagem do pé é algo ritual e sazonal, inerente ao grupamento societário; para a segunda, a ação impetuosa da razão instrumental, em sua irracionalidade galopante, transforma em mercadoria e modismo a lavagem do pé, exterminando antigas tradições e obrigando os sapos a um procedimento diário de higienização.



Antonio Gramsci: O sapo, e além dele, todos os sapos, só poderão lavar seus pés a partir do momento em que, devido à ação dos intelectuais orgânicos, uma consciência coletiva principiar a se desenvolver gradativamente na classe batráquia. Consciência de sua importância e função social no modo de produção da vida. Com a guerra de posições – representada pela progressiva formação, através do aparato ideológico da sociedade civil, de consensos favoráveis – serão criadas possibilidades para uma nova hegemonia, dessa vez sob a direção das classes anteriormente subordinadas.

Norberto Bobbio: existem três tipos de teoria sobre o sapo não lavar o pé. O primeiro tipo aceita a não-lavagem do pé como natural, nada existindo a reprovar nesse ato. O segundo tipo acredita que ela seja moral ou axiologicamente errada. A terceira espécie limita-se a descrever o fenômeno, procurando uma certa neutralidade.

Liberal de Orkut (esse indivíduo cada vez mais anônimo): o sapo não lava o pé por ser um indivíduo liberto da opressão estatal. Mas qualquer coisa é só arrumar um emprego público
e utilizar o lavado do Leviatã!



Fonte: Carlos Frederico Pereira da Silva Gama ( Usina das Letras)
http://blogfilosofiaevida.com/index.php/2010/03/14/por-que-o-s

quinta-feira, 6 de março de 2014

Texto de gratidão


A você Jan Hlavinicka que retorna à Casa Espiritual

 Suely Monteiro

Certa vez, conversávamos sobre religião e religiosidade e eu lhe disse que era espírita, que acreditava na sobrevivência da alma, na comunicação dos espíritos e na reencarnação.

Disse-lhe, também, que praticava o Evangelho no Lar, desde a mais tenra idade.

Você sorriu e me disse que Marisa, sua cunhada, também como eu, era espírita e fazia o culto no lar e que você não participava diretamente, mas ficava na porta, algumas vezes , fumando seu cigarrinho e impedindo os espíritos atrasados de atrapalhar a reunião.

Rimos muito e foi bom para mim, pois naquela ocasião eu estava num leito hospitalar, recém operada de um câncer raro, por suas habilidosas mãos.

Jamais imaginei que você retornaria antes de mim. No entanto, Deus, na sua bondade infinita quis livrá-lo de tantas dores e tantas maldades que assolam nosso pais, levando-o antes para receber, num mundo melhor, a recompensa por ter utilizado com maestria e humanidade os instrumentos de trabalho com que Ele dotou sua alma para que, num período determinado de tempo, servindo-O através do serviço ao próximo, efetivasse a sua própria evolução espiritual.

No que se refere a mim, querido amigo, asseguro-lhe que você cumpriu com louvor, a tarefa.

Assim sendo, desejo que a estrada que você está percorrendo em outra dimensão esteja coberta de flores;

Que a brisa soe como as mais belas canções aos seus ouvidos sensíveis  e que o amor personificado nas pessoas que você amou e que o antecederam à Pátria Espiritual seja seu companheiro nesta nova etapa da vida;
 
Desejo, também, que as portas das universidades espirituais estejam abertas para que você continue seus estudos e que os bancos de serviço lhe admitam, após umas merecidas férias, para que não sejamos privados de seus conhecimentos e de seu amor.

Daqui, ficarei vigilante, como estive desde que o conheci, orando, sem o cigarrinho, claro, para que nenhum espirito mal intencionado ouse impedir-lhe de continuar seguindo a via que dá acesso ao Pai.

Vá fundo Jan, nesta nova fase!

Estude, trabalhe e ame pois são duas as asas que nos permite alcançar a perfeição e você já possui mais do que simplesmente o broto delas.

Essas asas são o Amor e a Sabedoria e com elas você me trouxe até onde estou.

Jamais o esquecerei e, com licença da Iara e de Charles, beijo-o com todo amor que  suas ações fizeram nascer e florescer em minha alma.

Deus lhe guarde!

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Arte Poética

Mônica Monteiro Klein
 
 
HOMENAGEM A MÔNICA KLEIN
Astênio Oliveira
 

Vejo o teu sorriso diariamente,
E através dele, a tua alma colorida,
Estás distante, mas pareces bem contente,
E ainda assim, alegras a nossa vida.

As tuas fotos, divulgadas pela rede,
Estampando o seu sorriso lirial,
Com certeza, saciam muito a sede,...

Daqueles que te amam sem igual.

Sua mãezinha, à distância, te abençoa,
Os seus amigos sempre te querem muito bem.
Mas você, como um pássaro, sempre voa,
Acreditando na Justiça e no Bem.

Que Deus te abençoe, jovem querida,
Que em sua alma nunca venha a faltar luz.
Pra garantir o sucesso nesta vida,
Não desprezes a companhia de Jesus.
 

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

PARA QUEM TEM MEDO DA VELHICE



 Tilly Monteiro

A Maturidade abriu os portais da minha vida para a chegada da Velhice.


Recebi-a e, como eu imaginava desde a juventude, foi amor à primeira vista.
A simpática senhora sorriu-me de modo doce e quand
o a convidei para conversarmos no jardim de inverno, preferiu que fossemos para o salão de visitas por ser mais amplo. 

Explicou-me que gostava de ser vista, admirada e , também de mostrar seus dotes ao mundo. Como é Vaidosa essa senhora - eu pensei -, mas notei pelo seu sorriso que lera meu pensamento e não se importou muito com minha opinião sobre o assunto. 

Disse-me que sua chegada mudaria minha vida. 

Amei o jeito suave com que tomou meu braço e, talvez por isto, não esbocei reação negativa quando percebi que ela foi ocupando todos os espaços que considerava razoável e redecorando-os (à medida em que conversávamos sobre diferentes assuntos ) com sobriedade, elegância e muito bom gosto, mas a seu modo. 


Arrastando algumas peças que considerava pesadas para mim , confidenciou-me que guardaria na galeria central as obras da minha infância, adolescência e maturidade, mas que elas não deveriam servir , daquele momento em diante, senão como suporte ou base para as novas construções que faríamos juntas. Riu, como uma menina levada, e continuou detalhando seu projeto para o meu futuro com ela. 

Gente, vcs não imaginam com que rapidez ela tomou conta da minha vida!


Parecíamos velhas conhecidas perfeitamente harmonizadas passeando por avenidas, ruas, vielas, lagos, montanhas, sob climas variados e coloridos de emoções , sentimentos, enfim, de reações de gradações tão ricas, diferentes e, algumas vezes, tão sutilmente discordantes entre si, que eu quase não me dava conta de que aquelas paisagens musicadas que serviam de mobiliário para meu novo ambiente, nada mais eram do que a minha vida que readquirira valor e beleza pela forma com que a sábia cenógrafa a estava dispondo...
Ela ensinou-me a olhar e sentir de um modo totalmente novo, rápido e eficiente.
Mostrou-me como mergulhar fundo nas coisas sem me machucar, usando a instrumentação adequada.


Como num passe de mágica retirou muitas de minhas arestas adelgando meu perfil psicológico ao mesmo tempo em que o enrijecia sem ser em demasia, esculturando-o com o mármore do amor (material que só então compreendi), se constitui ou pelo menos se encontra em abundância no self.


Descobri que ao expandir a visão e percepção de mim, das pessoas e, consequentemente, do mundo, a Velhice estava, sim, mudando minha vida, pra melhor.


Eu estava encantada!
 


Eu continuo encantada!

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

RELIGIÂO

MÁXIMAS EXTRAÍDAS DO ENSINAMENTO DOS ESPÍRITOS

 (O Espiritismo em sua mais simples expressão)



35. O objetivo essencial do Espiritismo é o melhoramento dos homens. Não é preciso procurar nele senão o que pode ajudar no progresso moral e intelectual.

36. O verdadeiro Espírita não é o que crê nas manifestações, mas aquele que aproveita o ensinamento dado pelos Espíritos. De nada adianta crer, se a crença não faz com que dê um passo adiante na via do progresso, e não o torne melhor para seu próximo.

37. O egoísmo, o orgulho, a vaidade, a ambição, a cupidez, o ódio, a inveja, o ciúme, a maledicência são para a alma ervas venenosas das quais é preciso a cada dia arrancar algumas hastes, e que têm como antídoto: a caridade e a humildade.

Allan Kardec
38. A crença no Espiritismo só é proveitosa para aquele de quem se pode dizer: hoje está melhor do que ontem.

39. A importância que o homem atribui aos bens temporais está na razão inversa de sua fé na vida espiritual; é a dúvida sobre o futuro que o leva a procurar suas alegrias neste mundo, satisfazendo suas paixões, ainda que às custas do próximo.

40. As aflições na terra são os remédios da alma; elas salvam para o futuro, como uma operação cirúrgica dolorosa salva a vida de um doente e lhe devolve a saúde. É por isso que o Cristo disse: "Bem-aventurados os aflitos, pois eles serão consolados."

41. Em vossas aflições, olhai abaixo de vós e não acima; pensai naqueles que sofrem ainda mais que vós.

42. O desespero é natural para aquele que crê que tudo acaba com a vida do corpo; é um contra-senso para aquele que tem fé no futuro.

43. O homem é, muitas vezes o artífice de sua própria infelicidade neste mundo; se ele voltar à fonte de seus infortúnios, verá que a maior parte deles são o resultado de sua imprevidência, de seu orgulho e avidez, e por conseguinte, de sua infração às leis de Deus.

44. A prece é um ato de adoração. Orar a Deus é pensar nele; é aproximar­-se dele; é pôr-se em comunicação com ele.

45. Aquele que ora com fervor e confiança é mais forte contra as tentações do mal, e Deus lhe envia bons Espíritos para o assistir. É um auxílio que jamais é recusado quando é pedido com sinceridade.

46. O essencial não é orar muito, mas orar bem. Certas pessoas crêem que todo o mérito está na extensão da prece, enquanto fecham os olhos para seus próprios defeitos. A prece é para elas uma ocupação, um emprego do tempo, mas não uma análise de si mesmas.

47. Aquele que pede a Deus o perdão de seus erros não o obtém senão mudando de conduta. As boas ações são a melhor das preces, pois os atos valem mais que as palavras.

48. A prece é recomendada por todos os bons Espíritos; é, além disso, pedida por todos os Espíritos imperfeitos como um meio de aliviar seus sofrimentos.

49. A prece não pode mudar os desígnios da Providência; mas, vendo que há interesse por eles, os Espíritos sofredores se sentem menos desamparados; tornam­-se menos infelizes; ela exalta sua coragem, estimula neles o desejo de elevar-se pelo arrependimento e a reparação, e pode desviá-los do pensamento do mal. É nesse sentido que ela pode não só aliviar, mas abreviar seus sofrimentos.

50. Cada um ore segundo suas convicções e o modo que acredita mais conveniente, pois a forma não é nada, o pensamento é tudo; a sinceridade e a pureza de intenção é o essencial; um bom pensamento vale mais que numerosas palavras, que se assemelham ao barulho de um moinho e onde o coração não está.

51. Deus fez homens fortes e poderosos para serem os sustentáculos dos fracos; o forte que oprime o fraco é maldito de Deus; em geral ele recebe o castigo nesta vida, sem prejuízo dos reservados ao futuro.

52. A fortuna é um depósito cujo possuidor é tão-somente o usufrutuário, já que não a leva com ele para o túmulo; ele prestará rigorosas contas do emprego que dela tenha feito.

53. A fortuna é uma prova mais arriscada que a miséria, porque é uma tentação para o abuso e os excessos, e porque é mais difícil ser moderado que ser resignado.

54. O ambicioso que triunfa e o rico que se sustenta de prazeres materiais são mais de se lamentar que de se invejar, pois é preciso ter em conta o retorno. O Espiritismo, pelos terríveis exemplos dos que viveram e que vêm revelar sua sorte, mostra a verdade desta afirmação do Cristo: "Aquele que se eleva será rebaixado e aquele que se abaixa será elevado."

55. A caridade é a lei suprema do Cristo: "Amai-vos uns aos outros como irmãos; - amai vosso próximo como a vós mesmos; perdoai seus inimigos; - não façais a outrem o que não gostaríeis que vos fizessem"; tudo isso se resume na palavra caridade.

56. A caridade não está só na esmola, pois há a caridade em pensamentos, em palavras e em ações. É caridoso por pensamentos aquele que é indulgente para com as faltas do próximo;  caridoso por palavras, o que nada diz que possa prejudicar seu próximo; caridoso por ações, quem assiste seu próximo na medida de suas forças.

57. O pobre que divide seu pedaço de pão com um mais pobre que ele é mais caridoso e tem mais mérito aos olhos de Deus do que o que dá o que lhe é supérfluo, sem se privar de nada.

58. Àquele que nutre contra seu próximo sentimentos de animosidade, ódio, ciúme e rancor, falta caridade; ele mente, se se diz cristão, e ofende a Deus.

59. Homens de todas as castas, de todas as seitas e de todas as cores, vós sois todos irmãos, pois Deus vos chama a todos para ele; estendei-vos, pois, as mãos, qualquer que seja vossa maneira de adorá-lo, e não vos lanceis o anátema, pois o anátema é a violação da lei de caridade proclamada pelo Cristo.

60. Com o egoísmo, os homens estão em luta perpétua; com a caridade, estarão em paz. Somente tendo por base de suas instituições a caridade, podem ter assegurada sua felicidade neste mundo; segundo as palavras do Cristo, só ela pode também garantir sua felicidade futura, pois encerra implicitamente todas as virtudes que podem os conduzir à perfeição. Com a verdadeira caridade, tal como a ensinou e praticou o Cristo, não mais o egoísmo, o orgulho, o ódio, a inveja, a maledicência; não mais o apego desordenado aos bens deste mundo. É por isso que o Espiritismo cristão tem como máxima: FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO.

Incrédulos! Podeis rir dos Espíritos, zombar daqueles que creem em suas manifestações; ride, pois, se ousardes, desta máxima que eles vêm ensinar e que é vossa própria salvaguarda, pois se a caridade desaparecesse da terra, os homens se estraçalhariam, e talvez vós fosseis as primeiras vítimas. Não está longe o tempo em que esta máxima, proclamada abertamente em nome dos Espíritos, será uma garantia de segurança e um título à confiança naqueles que a trouxerem gravada no coração.

Um Espírito disse: "Zombaram das mesas girantes; não zombarão nunca da filosofia e da moral que dela decorre". É que, com efeito, hoje estamos longe, depois de alguns anos apenas, desses primeiros fenômenos que serviram, por um instante, de distração para os ociosos e os curiosos. Esta moral, dizeis, está obsoleta: "Os Espíritos deviam ter espírito bastante para nos dar algo de novo." (Frase espirituosa de mais de um crítico). Tanto melhor! se ela está obsoleta, isso prova que ela é de todos os tempos, e os homens são mais culpados por não tê-la praticado, pois não há verdadeiras verdades senão as que são eternas. O Espiritismo vem lembrá-la, não por uma revelação isolada feita a um único homem, mas pela voz dos próprios Espíritos que, como uma trombeta final, vêm lhes proclamar: "Crede que aqueles que chamais de mortos estão mais vivos do que vós, pois eles veem o que não vedes, e ouvem o que não ouvis; reconhecei naqueles que vos vêm falar, os vossos parentes, vossos amigos, e todos aqueles que haveis amado na terra e que acreditáveis perdidos para sempre; infelizes aqueles que creem que tudo acaba com o corpo, pois serão cruelmente desenganados, infelizes daqueles a quem terá faltado a caridade, pois sofrerão o que tiverem feito os outros sofrer! Escutai a voz daqueles que sofrem e que vos vêm dizer: "Nós sofremos por não termos reconhecido o poder de Deus e duvidado de sua misericórdia infinita; sofremos por nosso orgulho, nosso egoísmo, nossa avareza e por todas as más paixões que não soubemos reprimir; sofremos por todo o mal que fizemos ao nosso semelhante pelo esquecimento da lei de caridade".

Incrédulos! Dizei se uma doutrina que ensina tais coisas é risível, se ela é boa ou má. Vendo-a tão somente do ponto de vista da ordem social, dizei se os homens que a praticam seriam felizes ou infelizes, melhores ou piores!
Fonte: IPEAK: Instituto de Pesquisa Espírita Allan Kardec.
http://www.ipeak.com.br/site/index.php. Acesso em 22/01/14.
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terça-feira, 21 de janeiro de 2014

PARTHENON GREGO

                                               Foto de Guilherme Monteiro de Carvalho

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

VITÓRIA DE SAMOTRÁCIA


A Vitória de Samotrácia, no museu do Louvre.

A Vitória de Samotrácia, também conhecida como Nice de Samotrácia, é uma escultura que representa a deusa grega Nice1 (em grego Νίκη, Níkē ou Niké – "Vitória"), cujos pedaços foram descobertos em 1863 nas ruínas do Santuário dos grandes deuses de Samotrácia. Em grego, o seu nome é Níkē tes Samothrakes (Νίκη της Σαμοθράκης). Fazia parte de uma fonte, com a forma de proa de embarcação, em pedra calcária, doada ao santuário provavelmente pela cidade de Rodes. Ocupa lugar de destaque numa escadaria do Museu do Louvre, em Paris.


História
Produzida por algum escultor desconhecido, provavelmente rodiano, acredita-se que a estátua foi confeccionada entre 220 e 190 a.C.. Quando de sua descoberta em Samotrácia em 1863, acreditou-se que seu patrocinador teria sido o general e rei Demétrio I da Macedónia, chamado Poliorcetes, após sua vitória em Chipre entre 295 e 289 a.C, mas evidências encontradas em novas escavações mostram que o pedestal foi erigido provavelmente perto do ano 200a.C. e provavelmente para comemorar uma vitória naval de Rhodes. As semelhanças com figuras e drapeados da vestimenta de esculturas do Altar de Pérgamo (c.170 a.C.) são grandes.

A Escadaria Darú, no Louvre, palco da estátua
A Vitória foi descoberta pelo cônsul e arqueologista amador francês Charles Champoiseau em abril de 1863, que a enviou para Paris no mesmo ano. Em novas escavações, alguns anos depois, descobriu a proa da embarcação que hoje sustenta a estátua na Escadaria Darú2 . Em 1948 foi descoberta a mão elevada em saudação, que encaixou em um outro fragmento de dedo existente em Viena, estabeleceu a moderna reconstrução, que repousa no Louvre.


Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.


domingo, 19 de janeiro de 2014

FOTOGRAFIA

Meu sobrinho Guilherme Monteiro de Carvalho em visita à Grécia.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

LEMBRETES DE MÃE: Para Mônica Monteiro Klein

 
Suely Monteiro
 
Para Mônica Monteiro Klein
 
Voa minha gaivota querida.
Vença os espaços e realize seus sonhos.
Não se deixe atemorizar mas também não jogue com a vida com se ela não fosse um bem valioso.
Suba bem alto tomando todas as precauções, mas reconhecendo que as tonturas fazem parte das altas escaladas.
Quando chegar ao topo, olhe carinhosamente o caminho percorrido e estenda as mãos aos viajores que estão intentando a caminhada, sem esquecer aqueles que ficaram na base não importando os motivos.
Todos somos importantes peças no grande cenário da vida.  O Criador quer que Lhe  sejamos semelhantes .
Para isto precisamos saber separar em nós, o joio do trigo, cultivando o último, fazendo-o render trabalho, solidariedade, compreensão e amor.
Faça isso e terá cumprindo sua missão na Terra.
Amo você, com toda a força do meu ser e agradeço a Deus a bênção de, nesta vida,  tê-la por  filha, apesar de saber que em espírito somos irmãs, filhas de Deus, Pai e Criador. 
Feliz Jornada!
Um beijo da mamãe

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Literatura: Conto.


O PODER DOS QUIETOS
Mônica Monteiro Klein


Mônica Monteiro Klein, minha obra prima.
Uma cachaça.  Não, duas cachaças. Não, duas cachaças, um rivotril ou qualquer outra substância psicotrópica que seja capaz de me deixar em um estado de torpor por todo o tempo necessário e imprevisível de uma apresentação em público. Necessário, pois a sociedade acadêmica exige este ritual de passagem, de finalização. Imprevisível, pois nada sai como planejado e o que resta sempre é a sensação de frustração e a impotência de não poder voltar atrás e passar uma borracha em cada gaguejo, em cada “né?” pronunciado milhões de vezes após o final de cada frase, em cada branco e em cada construção de raciocínio que chocaria e faria estremecer qualquer estudante de retórica.

Meu medo de falar em público vem do meu amor por aquilo que foge do que pode ser dito, por aquilo que se perde irreversivelmente até na fala mais articulada. Eu amo me perder no mundo imaterial apresentado pelos livros, e por isso ler sempre foi o meu forte, ao contrário de falar. Pelos livros posso dialogar com meus personagens telepaticamente, em diversos idiomas, em todos os lugares do mundo (e fora dele) sem correr o risco de não ser compreendida ou de não achar o caminho de volta. No mundo dos livros, me dou ao luxo de absorver cada experiência e cada mensagem sinestesicamente, pelo cheiro, pelo paladar, pelo tato, pela música que envolve cada cenário meticulosamente criado pela minha mente criativa e displicentemente alheia às proporções matemáticas e leis humanas que regem o mundo físico.

Através dos livros, posso acessar o que existe de mais iluminado e mais tenebroso em mim mesma, posso enfrentar as mais difíceis situações, sofrer as dores mais incapacitantes, amar da forma mais apaixonada, me colocar em apuros, viajar para os recônditos mais inóspitos do planeta e até morrer de morte morrida ou de morte matada, para depois retornar ilesa fisicamente, mas completamente transformada. No momento em que leio, o livro não é mais do autor, é meu. Eu detenho todo o direito sobre suas palavras, sobre as interpretações, sobre o raciocínio. Ninguém mais tem acesso ao meu livro, porque ninguém tem acesso às minhas ideias. Eu e o livro somos um todo, ele e eu somos completos.

E por isso tenho medo de falar em público. Porque ler sempre foi o meu forte e eu sempre preferi ler a falar. Com isso, não desenvolvi a incrível habilidade de transpor um conjunto de ideias vagantes e livres na minha cabeça para um encadeamento sistemático e minimamente inteligível para o ouvinte. O falar me exige um esforço sobre-humano, me estressa. É como ser jogada aos leões em uma arena, sem exageros. Sinto-me vulnerável, insegura, exposta e analisada por um público impiedoso, sem enxergar nenhuma saída. Sinto-me pressionada a me encaixar em cada expectativa lançada sobre mim naquele momento. Sinto-me injustamente julgada e mal representada por mim mesma, reduzida a tudo aquilo que foi dito e rejeitada por tudo o que ainda tinha por dizer (e não disse).

Invejo aqueles que já nascem loquazes, que irrompem do ventre com tal habilidade de oratória que chegam a arrancar exclamações de entusiasmo e admiração da própria equipe médica. Invejo aqueles que anseiam por expor suas ideias ao mundo material tão logo elas surgem, seja por instinto ou mesmo por pura ingenuidade. Invejo-os porque é deles este mundo. O mundo é dos que se expõem, dos que se sobressaem pela voz, dos que lideram multidões, dos que estabelecem o maior número de contatos, dos que expandem infinitamente seu network. É o mundo dos espaços lotados, dos holofotes, dos aplausos, das gargalhadas, dos múltiplos estímulos. O mundo de fora, o mundo visível, o mundo audível, o mundo palpável.

Meu mundo é dos quietos, da imersão em si mesmo. É um mundo que cabe numa tenda de lençol improvisada entre dois móveis e que passa despercebida pelos olhares mais apressados, pela contagem onipresente do relógio. Meu mundo tem o tempo como amigo e não está sujeito à implacável perfeição do mundo real. Minhas palavras boiam na minha cabeça e esperam o momento certo para serem convidadas a sair, se quiserem sair e se forem necessárias. Mas é justamente aí que encontro o meu poder. Porque ao mesmo tempo em que invejo aqueles que sempre têm algo a dizer, aqueles que sempre anseiam por falar, eu me sinto privilegiada por buscar apenas em mim aquilo o que eu sou, me bastando como locutora, ouvinte e meio da minha própria mensagem.

O que eu economizo com as palavras eu libero em pensamentos. E por isso, a minha fala não me define, não me prende e também não magoa (tanto).  O meu pensamento, no entanto, corre solto, desenvolto, para frente e para trás, de trás para frente e até de cabeça pra baixo. Volto no pensamento tal como nunca poderia voltar com as palavras proferidas. Xingo, grito, ameaço, manipulo, filosofo, perdoo e amo todos, tudo em pensamento, sem perda de sentido ou significado. Tudo o que eu leio e tudo o que eu observo ao meu redor permanece em mim e transborda de emoções em seu estado mais puro e mais forte, sem filtros sociais, sem pudores, sem regras, sem controle. É meu mundo, um mundo à parte, ao qual só eu tenho acesso. E sua riqueza é tamanha, e tamanha é sua complexidade que, nunca, nem em 40 minutos nem em uma vida inteira este mundo poderia ser reduzido ou minimamente representado em uma sequencia lógica, ordenada, e previamente orquestrada de palavras.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Jesus Alegria dos Homens (legendado e traduzido)



Apesar de nunca ter estudado eu gosto, naturalmente, da música erudita.
Tenho postado algumas composições de Tchaikovsky,  Chopin, Mozart, entre outros.
Hoje resolvi postar Bach.~
 
 
Johann Sebastian Bach, nasceu e morreu na Alemanha. Foi cantor, compositor, cravista, pianista, maestro, organista, professor, violinista e violista. A composição escolhida por mim é Jesus Alegria dos Homens e, segundo li, é o décimo movimento da Cantata 147 constituída de duas partes e escrita para trompete, oboés, viola, baixo e coro.  A linha melódica é de autoria de Johann Schop, sendo orquestrada e harmonizada por Bach.
 
É uma música muito usada em casamentos, apesar de não ter sido criada com esta intenção, cultos, meditações e tem sido objeto de diferentes arranjos.
A letra é simples, mas tocante.  Ouvi-la eleva a alma aos mais altos recantos  do coração e nos torna, pelo menos por alguns momentos, mais próximos da humanidade como todo.
Ela nos afasta das convulsões da vida diária e nos faz deleitar nas alegrias da vida espiritual.
Experimente ouvir a música com foco na letra.
 
Jesus, Alegria dos Homens.
Jesus continua sendo minha alegria,
O conforto e a seiva do meu coração
Jesus refreia a minha tristeza,
Ele é a força da minha vida,
É o deleite e o sol dos meus olhos,
O tesouro e a grande felicidade de minha alma.
Por isto, eu não deixarei ir Jesus,
Do meu coração e da minha presença.
                          
 

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

HISTÓRIA

                Rampsinito

               Suely Monteiro

             A História antiga, permeada de mitos, é uma narrativa muito rica de ensinamentos que para serem desvelados nos impõe a tarefa de desvestir os personagens de seus aspectos maravilhosos e sobrenaturais, entogá-los e trazê-los para as luzes da razão.  Se não estivermos dispostos a realizar esta façanha intelectual, um outro modo, igualmente produtivo é fazer o caminho inverso, ou seja, interagir com a fantasia e nos deixar conduzir por suas asas coloridas até as regiões mais altas onde moram a Criatividade e a Ética. Em lá chegando, com certeza, o oculto se nos concretizará em Saber.
            Feito este preâmbulo, compartilho com vocês, a história de Rampsinito, sucessor de Proteu no trono de Egito e, segundo Heródoto, o mais opulento dos reis egípcios. Rampsinito, para proteger sua fortuna, fez construir um prédio de pedras. Um dos muros ficava fora do recinto do palácio. O arquiteto, movido de más intenções, planejou a obra de tal forma que sem que ninguém percebesse, seria possível mover uma pedra e sua remoção daria passagem a um homem. Finalizada a obra, o rei transferiu para lá o seu tesouro.

         Khonsu e Thoth fizeram o tempo correr célere. O arquiteto à beira da morte, chamou seus dois filhos e contou-lhes do artificio utilizado para ludibriar o rei e garantir-lhes subsistência farta. Os filhos, ambiciosos, assim que o pai morreu, foram ao palácio, localizaram a pedra e subtraíram dali grandes somas.

         O rei, certo dia, ficou surpreso ao entrar no esconderijo, e perceber a redução de sua fortuna, sem poder acusar a quem quer que fosse, pois os lacres do esconderijo não haviam sido violados.  Trancou, novamente as portas mas, sempre que ali voltava, notava que o dinheiro minguava. Resolveu, assim, fazer uma armadilha em volta dos vasos. Os ladrões chegaram e um caiu na armadilha. Vendo-se apanhado, chamou o irmão e solicitou a ele que lhe cortasse a cabeça para evitar que fosse reconhecido e toda a família caísse em desgraça. O irmão obedeceu-o imediatamente. Em seguida, recolocou a pedra no lugar e levou para casa a cabeça do irmão.

       Imaginem o assombro do rei ao observar um corpo sem cabeça, caído na armadilha, um novo roubo, os lacres fechados e sem condições de acusar a quem quer que seja!

         Confuso, desejando solucionar o problema Rampsinito mandou pendurar o cadáver na muralha, deu ordens para que guardas de sua confiança ali estivessem dia e noite para prender qualquer pessoa que fosse chorar o morto.  A mãe do ladrão, ciente de tudo ficou tão indignada por não poder chorar o filho que concitou o outro  a resolver a situação, levando o cadáver do seu filho para ser chorado em casa, sob pena de ser delatado por ela. O jovem, sem conseguir demovê-la de seu intento, concebeu um plano engenhoso: fez encher vários odres de vinho, colocou-os sobre animais e dirigindo-se ao palácio, próximo ao corpo do irmão simulou um acidente causando o derrame do vinho. Os guardas observando a cena começaram a recolher o vinho tentando salvar a maior parte. O jovem fingindo cólera descarregou sobre eles muitas injúrias, mas ao ser consolado pelos guardas, fingiu-se mais calmo e deu-lhes autorização para beber do vinho bom. Logo, logo, estavam todos bêbados e adormecidos sobre os odres vazios. O jovem ladrão, capturou o corpo do irmão e voltou para casa com o fim de chorá-lo em família.

           Cientificado do rapto do cadáver Rampsinito ficou furioso, mas não desistiu de pegar os canalhas que abusavam de sua sabedoria e fortuna. Assim, fez com que sua filha se prostituisse e, que aos jovens que a procurasse para desfrutar de seus favores, somente cedesse se eles lhes contassem seu feito mais ardiloso e pérfido. O ladrão estava interessado na moça, mas sabendo que a teria somente se fosse o melhor de todos, cortou bem junto do ombro, o braço de um homem recém falecido e, ocultando-o sobre o manto foi ao encontro da princesa.

         Conta-nos Heródoto que ao fazer as mesmas perguntas que fizera aos outros homens, contou-lhe o rapaz que sua ação mais pérfida havia sido cortar a cabeça do irmão que havia sido apanhado numa armadilha quando roubava os tesouros do rei, e a mais ardilosa, fora ter raptado o seu corpo depois de ter embriagado a guarda de confiança do rei. A princesa tentou prendê-lo, mas como estavam no escuro, segurou o braço morto e, enquanto isto o jovem fugiu.

          O soberano, ao saber o que ocorreu, ficou admirado da astucia e audácia do jovem. Mandou apregoar por todas as cidades do reino que perdoava o ladrão, convidando-o para comparecer ao seu palácio onde seria cumulado de ouro e favores. O jovem ladrão se apresentou ao rei que em recompensa deu-lhe a filha em casamento, pois para Rampsinito, os egípcios eram superiores a todos os mortais, mas aquele ladrão era superior aos egípcios.

         Assim, caros leitores, deixo-lhes a escolha dos caminhos para, se for de seu interesse, desvelarem os segredos ocultos nesse texto da história egípcia que pode ser encontrado melhor, e, mais belamente escrito, no livro  02 , da coleção  História, de Heródoto.

Baseado em:
HERÓDOTO. Histórias: Livros 1 a 9. Centaur editions. Kindle. 2013.
Imagem: www.google.com.br.
 

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Fotografia

                                Fonte: www.charlesfonseca.blogspot.com.   Acesso: 07/Jan/14.    
      
               

POESIA


 

SONETO DA SAUDADE

João José de Melo Franco

 

Quando morrer, quero estar contigo.
Saudade sentirei só do outro lado,
Onde te esperarei com o mais puro trigo
Para fazer um pão, macio e bem sovado.


Quando morrer, vou querer dizer, e digo,
Que saudade sentirei porque fui amado.
Comi do pão que reparti contigo;
Te serei faminto nesse meu novo estado.


Em eterna manhã, na celeste padaria,
Com Jorge e Benedito, a nova irmandade,
Prepararemos com divinal poesia


A fôrma de assar nossa saudade.
E quando chegares, estarei à mesa,
Com um pão de amor. Tenha certeza!

OBRA DE ARTE

OBRA DE ARTE
Amores na bela Capital Catarinense.