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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

SEGUNDO PERÍODO DA FILOSOFIA ANTIGA: AS DOUTRINAS DE ARISTÓTELES.

Política
Foi Aristóteles mais realista que Platão em seus conceitos sobre a sociedade política. Apoiou-se no estudo direto das constituições então existentes nas cidades-estados da Grécia.
A sociedade é de origem natural, como em Platão contra os sofistas. É famosa a expressão de Aristóteles:
"O homem é por natureza um animal político" (Política 1253, a 3).
O fim da sociedade é o bem geral. Todavia não inclui nas atribuições do estado todas as tarefas. Exclui, por exemplo, a comunidade socialista dos bens. Impugna a comunidade platônica de mulheres e filhos.
"É melhor ser o último dos primos do que o filho na República de Platão" (Política, 2,c.1, §10-11).
Quanto aos componentes da comunidade, - os cidadãos, - admite Aristóteles a diversidade social. Tolera a situação então vigente, dos servos ou escravos.
"Há uma espécie humana de indivíduos tão inferiores a outros como o corpo o é em relação à alma, ou a fera ao homem; são os homens nos quais o emprego da força física é o melhor que deles se obtém. Partindo dos nossos princípios, tais indivíduos são destinados, por natureza, à escravidão" (Política, I,c.2, § 13).
Não se definiu, pois, claramente contra a escravidão, porque lhe parecia que alguns não têm condição funcional senão a de serem servos. Até seu tempo, sequer as religiões tinham um conceito claro contra a escravidão; somente mais tarde os estóicos desenvolverão as ideias sobre uma sociedade sem a servidão.
A sociedade resulta da união de todos. Mas a extensão desta união ainda não pode ir muito além de uma cidade. Aristóteles não previu o grande Estado, como Alexandre já o estava formando e que passaria a ser o modelo político do mundo helênico e romano.
As formas de governo não são naturais, devendo ser definidas pelas circunstâncias. As formas fundamentais de governo são três: monarquia, aristocracia, república ou democracia. As degenerações respectivas são a tirania, a oligarquia, a demagogia.
Aristóteles admite a todas as formas como possíveis, desde que o monarca e os cidadãos, respectivamente, se dediquem seriamente aos negócios públicos. Prefere a aristocracia no sentido de governo dos ótimos, não no sentido péssimo de oligarquia dos ricos, ou dos poderosos. O melhor estado é o aristocrático, porquanto é concebido como sendo o dos melhores.
Família e Educação
O Estado deve promover a família e a educação, legislando sobre as mesmas.
"Convém fixar o casamento das mulheres nos dezoito anos, e o dos homens nos trinta e sete, ou pouco menos. Assim a união será feita no momento do máximo vigor e os dois esposos terão um tempo pouco mais ou menos igual para educar a família, até que cessem a ser próprios à procriação" (Política, 4,c.14, § 6).
Com vistas à depuração social defende ainda:
"Quanto a saber quais os filhos que se devem abandonar ou educar, deve haver uma lei que proíba alimentar toda a criança disforme. Sobre o número dos filhos (porque o número dos nascimentos deve sempre ser limitado), se os costumes não permitem que os abandonem e se alguns casamentos são tão fecundos que ultrapassem o limite fixado de nascimentos, é preciso provocar o aborto, antes que o feto receba animação e a vida; com efeito, só pela animação e vida se poderá determinar se existe crime" (Política, 4,c.14, § 10).
Só modernamente se veio a saber melhor sobre a vida. Enquanto isto demorou, até moralistas cristãos admitiram o aborto antes da referida animação de que fala Aristóteles, como acontecida apenas em um estágio adiantado da gestação.
O grande Aristóteles, apesar de sua vida relativamente curta (62 anos) e da perda de seus livros mais literários e brilhantes, continua sempre grande.
Não se sabendo dizer se foi mesmo o maior filósofo dentre os até agora nascidos, certamente é Aristóteles ainda uma das cordilheiras mestras do pensamento humano.

Fonte: Enciclopédia Simpozio
http://www.cfh.ufsc.br/~simpozio/novo/2216y098.htm#TopOfPage

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