Parte II
Encontramos também Aristóteles, em sua Metafísica, argumentando da seguinte maneira;

Neste caso, Aristóteles parte do fato de que nunca usamos verbos a não ser em conexão com sujeitos, de que não dizemos "Senta", "Caminha" etc., mas, antes, "Ele está sentado" ou "Ela caminha". Deste fato conclui que as substâncias, as "coisas", têm uma espécie independente de existência que as ações não têm, que as substâncias são ontologicamente mais fundamentais do que as ações.
Um exemplo mais exagerado vamos encontrar no filósofo alemão do fim do século XIX, Meinong, que parte da suposição de que toda a expressão significativa numa frase ou proposição (pelo menos, qualquer expressão significativa que tenha a função de referir-se a algo) deve ter- 11m referente; caso contrário, nada haveria que pudesse significar. Logo, quando temos uma expressão obviamente significativa que não se refere a coisa alguma no mundo real, por exemplo, "a Fonte da Juventude", na frase "De Soto está à procura da Fonte da Juventude" , devemos supor que se referia a uma entidade "subsistente", que não existe mas tem algum outro modo de ser. Esta doutrina, assim como a posição platônica acima apresentada, baseia-se numa assimilação confusa de significado e referência, que tentaremos destrinçar no primeiro capítulo.
0 pressuposto contido nesses padrões de argumentação metafísica tornou-se patente no movimento filosófico do século XX conhecido como atomismo lógico,, cujos expoentes mais destacados foram Bertrand Russell e Ludwig Wittgenstein (no seu período inicial). Em sua série de artigos, "A Filosofia do Atomismo Lógico", Russell explica com clareza o princípio;
". . . num simbolismo logicamente correto haverá sempre uma certa identidade fundamental de estrutura entre um fato e o seu símbolo respectivo; e... a complexidade do símbolo corresponde intimamente à complexidade dos fatos por ele simbolizados."1


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