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segunda-feira, 4 de junho de 2012

FILOSOFIA DA RELIGIÃO

Reflexões sobre as Vidas de Paulo e  Estevão

                                                                       Suely Monteiro
              Releio de vez em quando o livro  Paulo e Estevão, de Emmanuel, para  abastecer a alma de humildade.
             O entrelaçamento dessas vidas me comove. Penso na grandiosidade de Deus que une à  "vitima"  o "verdugo", ensinando-nos que o acesso ao Seu reino se faz pelos caminhos do perdão, da cooperação e do amor.
            Choro que nem criança a cada dor que um e outro sofre, e a partir deles, me ponho a refletir nas diferenças entre o cristianismo primitivo e o  atual, ou dizendo de outra maneira, nas diferenças entre os cristãos primitivos e os atuais que mais se parecem com os antigos fariseus, tão distantes estão da vivência pura do Evangelho....

            Com Paulo, Estevão e os primeiros apóstolos,  buscava-se implantar o reino de Deus no coração dos homens tornando-os mais espirituais, para servir ao Cristo. "Disputava-se" a honra de servi-Lo, e se preciso, de morrer por Ele.

           Hoje, apesar de alguns progressos alcançados, usa-se o Cristo como instrumento para engrandecer o reino dos homens. O perdão, a cooperação e o amor, tornaram-se elementos de retórica nos ambientes religiosos ou nas reuniões de grande acesso público, nas redes sociais, sem que a sua prática seja levada a efeito, no recanto silencioso do lar, entre os familiares quando, muitas vezes, o "fervoroso" cristão se mostra um verdadeiro déspota, humilhando e ferindo os mais fracos.

          Paulo e Estevão são convites à renovação interior. Eles nos alertam para a necessidade de retirarmos as escamas que mantem nossos olhos fechados à verdadeira espiritualidade que se faz no reconhecimento da irmandade de todos, independentemente de raça, crença e culto.

         Procuro nos textos e não encontro Jesus fazendo distinções de quem quer que seja, instigando, ainda que sutilmente, a separação entre as pessoas com base em que determinada crença é mais verdadeira do que a outra.   Pelo contrário, vejo-O abraçando igualmente os que lhe cruzam o caminho; respeitando, pacientemente,  o livre arbítrio de cada um, embora  convidando a todos   a  renovar a vida segundo um único mandamento: " Amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo."

           Refletir sobre a importância deste mandamento é importante,  na medida em que esta reflexão nos propicie elementos para nos afastarmos dos equívocos provocados pelo orgulho e pelo egoísmo - as grandes chagas da humanidade -  e nos voltarmos, como os antigos apóstolos, ao exercício do amor integral que carreia em si, todas as condições necessárias para implantarrmos o reino de Deus em nossos corações e, assim, vivermos a paz, principalmente, quando as tormentas nos convidarem a testemunhar a fé que propagamos.

           Parece, à primeira vista, um programa fácil. Mas, engana-se quem assim o imagina. Vivemos mergulhados em ondas de pensamentos que nos assediam de todos os lados e de todas as formas, influenciando-nos nas decisões e obrigando-nos a uma vigilância constante para não nos conectarmos com aquelas que nos infelicitariam a alma.

           Falo das influências que nos chegam através das redes virtuais, dos programas de TV, de jornais e artigos que, sob a máscara de nos convidar a atuar em favor  da justiça, mas não fazem do que concitar a que voltemos a confundir justiça com vingança, a nos rebelar, gratuitamente, contra pessoas e situações que não conhecemos. 

           Somos convocados a julgar e o fazemos, algumas vezes,  levianamente, sem, pelo menos, ouvir as partes, quando melhor seria falar criteriosamente, restabelecendo os ânimos para uma avaliação mais cautelosa das situações expostas.

            Mas, minha página não é uma página de desânimo. Ao contrario, meu objetivo é solicitar que nos conectemos com aqueles que já fazem o melhor para implantar a paz em si mesmos e, consequentemente, irradiá-la aos outros.

             Se consideramos o Cristo como modelo de ação muito distante da nossa capacidade, busquemos aqueles que estão mais próximos, como Madre Tereza de Calcutá, Irmã Dulce, Francisco Candido Xavier,  Francisco de Assis, dentre outros.

           Conta Humberto de Campos que poucos minutos antes de Jesus expirar na Cruz, o céu se abriu e uma imensidão de anjos se aproximou. Uns cantavam suaves canções, outros pesavam-Lhe as feridas com unguentos, outros anotavam os nomes dos que lhes causaram as dores e outros tantos faziam muitas outras coisas no sentido de minorar as dores do Divino Cordeiro. Mas, lá no fundo, um anjo solitário percebeu que os lábios de Jesus estavam se movendo. Dirigiu-se a Ele, encostou seu ouvido nos lábios do Mestre e ouviu-Lhe o último pedido:

            "Vá socorrer Judas que acaba de suicidar!"

            É claro que não tenho a maestria do grande contista e muito menos estou repetindo na íntegra sua crônica.  Minha intenção é ressaltar que, guardadas as devidas diferenças, devemos seguir as pegadas do Mestre, perdoando aqueles que compartilham conosco as experiências, ajudando-os a recompor a paz, a serenidade e, algumas vezes a fé perdidas.

            Tornar-nos emissários de Deus,  como os antigos cristãos o foram, significa nos transformar humildemente, naqueles de quem Ele se serve para atender aos necessitados e aflitos que Lhe rogam socorro. 

           Servir ao outro em Seu nome, parece-me, também a melhor maneira de mostrar-Lhe que aceitamos  o convite que Ele nos fez a vários séculos:

             "Amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo". 
      
             Então, vamos juntos?!
            

          
    


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