Buscas

Pesquisa personalizada

segunda-feira, 10 de junho de 2013

IGOR SAVITSKY - O HOMEM QUE ENGANOU A MORTE .


Suely Monteiro


Hoje, a saudade bateu no meu coração. Saudade de minha infância, dos brinquedos que eu fazia com barros e pequenos vegetais, dos livros que eu tomava emprestado na biblioteca do bairro e, sobretudo, da solidariedade que reinava entre meus irmãos e eu, naquela distante cidade do interior de Minas Gerais. A cidade, não oferecia recursos para o crescimento sócio cultural dos seus jovens e, assim os pais que tinham dinheiro enviavam seus filhos para estudarem no Rio. Eu, no entanto, precisava permanecer ali, trabalhando numa fábrica de tecidos para ajudar na despesas domésticas, uma vez que éramos muito pobres. Mas, o desejo de estudar, de saber mais era meu mais fiel companheiro e me estimulava a vasculhar a biblioteca em busca de livros sobre diversos assuntos, mas em especial, Filosofia, Literatura e Arte.

Assim, eu vivia minha vidinha descompromissada de compromissos intelectuais, de crenças e desejos de “um dia ser alguém”, como eu ouvia os vizinhos falarem. Lia, trabalhava e estudava na solidão das noites, à luz de lamparina.  Eu era, apesar de toda pobreza, uma menina feliz, e hoje, ao relembrar o passado me dou conta de que minha felicidade advinha do fato de eu ter descoberto e preservado na alma o valor do ser humano. E ao recordar minha infância, eu olho pela janela e uma bonita paisagem me leva a pensar na grandiosidade de Deus, o Artista Inigualável, que a criou linda para nos prestigiar, que proporcionou ao homem a oportunidade de conhecer e aprimorar suas leis vivenciando a irmandade, o respeito ao outro, a solidariedade. Penso no quanto nossa época cresceu intelectualmente o no quanto ainda permanece presa da ignorância, do vício e da indiferença moral. Quantos sofrimentos são causados por estes sentimentos menores que ainda habitam em nossos corações! 
Museu de Nukus
http://fazendoartedmc.blogspot.ca/2013_01_01_archive.html
Mas, qual é afinal a relação de Igor Savitsky e minha história de vida? Nenhuma a não ser o fato de que ele descobriu e preservou da “morte” nas mãos desrespeitosas de Stalin a arte da vanguarda modernista russa e hoje me acalenta nesses momentos de doce recordações com belas imagens, registros de pessoas que não se comprometeram em falsear a verdade, em negar os impulsos de suas almas e que seguiram criando o Belo, usando as cores fortes como os sentimentos que as sustinham e  forçavam a avançar a despeito do medo e da dor; pessoas que mesmo não se dizendo crentes em Deus agiram com a dignidade, a solidariedade e a sensibilidade que Ele espera de Seus filhos. Nenhuma relação,  além do fato de nos mostrar com cores muito fortes o atraso em que nos encontramos enquanto seres privados de generosidade, com capacidade de causar sofrimento e morte movidos somente pelo orgulho e pela vaidade.
Igor Savitsky
http://fazendoartedmc.
blogspot.ca/2013_01_01_archive.html

Interior do Museu
http://fazendoartedmc.
blogspot.ca/2013_01_01_archive.html

Savitsky  com sua arrojada vontade angariou recursos, por vias indiretas, do próprio governo de Moscou e ergueu , sob as áreas do deserto do Uzbequistão o  Balés Clássico e Moderno, templo das artes proibidas que o             Estado Soviético tentou sufocar. Como fruto de sua sensibilidade e persistência conhecemos hoje nomes e obras que estavam destinados a desaparecerem em função da vaidade dos dirigentes de uma nação que não amava igualmente a seus filhos, mas que exigia deles sangue e vida para que alguns pudessem se manter no pedestal erigido pelo orgulho. Aproximadamente quarenta mil obras foram salvas pelo "Schindler" do Deserto com o gesto de enganar a morte encarnada no poder soviético .


Imagens : 
Fazendo Artehttp://fazendoartedmc.blogspot.ca/2013_01_01_archive.html
Acesso em 15/07/2015


 

quinta-feira, 6 de junho de 2013

FILOSOFIA MODERNA


terça-feira, 4 de junho de 2013

QUEM NOS APRISIONA?

Nossos inimigos não são os que nos odeiam,
mas aqueles que nós odiamos...
...

Um ex-prisioneiro de guerra
foi visitar un amigo que havia compartilhado com ele tão penosa experiência.

”Já esqueceste a prisão durante a guerra?”
perguntou ao seu amigo.
“Sim”, disse o outro.

”Pois eu ainda não. Ainda continuo a odiar todos aqueles que nos aprisionaram com toda a minha alma.”

Seu amigo disse-lhe calmamente:
”Então…
ainda te mantens prisioneiro”!!!


Obs. Não conheço o autor. O texto da reflexão foi enviado por Vilma Pinto, minha querida amiga.

sábado, 18 de maio de 2013

Não, Platão não defende o Objetivismo Estético!

                                                                                 
Platão aponta para cima. Para o Mundo das Ideias. É lá que está a beleza, não nos objetos que vemos.
 

Um colega enviou-me um email pessoal com uma dúvida sobre estética, pedindo a nossa opinião sobre o assunto. Parece-nos que vale a pena responder aqui, pois pode interessar a outros também. A dúvida era a seguinte:


Comecei a dar a estética e fui ver o que os novos manuais diziam sobre o subjetivismo/objetivismo estético. Num deles li que o objetivismo estético é a perspetiva defendida por Platão, defendendo este que um objeto é belo em virtude das suas propriedades intrínsecas, as quais se encontram no objeto e só no objeto. Acho estranho Platão defender isto. Mas como já encontrei o mesmo noutro manual, pergunto se isto é mesmo assim.

             A primeira coisa a sublinhar é que se o objectivismo é a perspectiva segundo a qual a beleza (ou as propriedades que fazem algo ser belo) se encontram no objecto e só no objecto, então Platão nunca poderia ter defendido o objectivismo estético. Pela simples razão de que a tese de que a beleza está nas coisas é inconsistente com a bem conhecida teoria platónica das ideias. De acordo com a teoria das ideias, o que nos faz dizer que um dado objecto é belo não é o que nele vemos, mas a ideia imutável de beleza que esse objecto imita. Ora, como sabemos, as ideias — incluindo a ideia de beleza, em virtude da qual chamamos «belos» a certos objectos — encontram-se num mundo à parte, diferente do mundo dos objectos sensíveis.

            Sendo assim, como se pode dizer que Platão é objectivista? Dizer que Platão é objectivista é o mesmo que dizer que Platão não defende a teoria das ideias, de acordo com a qual a beleza não está nos objectos.

            Mas será que, por não estar nos objectos, a beleza deixa de ter uma existência real e independente de quaisquer sujeitos? A resposta de Platão é que a beleza tem uma existência real, mas não está nos objectos nem depende de sujeitos: ela está no mundo transcendente das ideias perfeitas. Assim, o que Platão defende é o realismo estético, não o objectivismo estético, que são coisas diferentes.

Em suma: não, Platão não defende o objectivismo estético. Nem é preciso ler mais do que a passagem da Alegoria da Caverna para se concluir isso.

 

Nota: No meu texto não aplico o novo acordo ortográfico, o que não acontece na citação acima

Fonte: Cinquenta Lições de Filosofia. Platão. Disponível em:
http://50licoes.blogspot.com.br/search/label/Plat%C3%A3o
Acesso em: 19 Mai.2013.

Acesso em: 18 Mai.2013.

domingo, 28 de abril de 2013

REFLEXÃO SOBRE A ÉTICA

 

Paz!
 

    A  ética platônica  cria uma correspondência entre as três partes da alma,  tomando uma feição mais ou menos assim:
 
-  a alma sensual  requer, moderação, temperança;
-  a alma afetiva  demanda fortaleza, temperança;
-  e a alma racional reclama a prudência ou sabedoria. Da unificação e boa relação entre elas é que surge a Justiça, a quarta e fundamental virtude.
 
   Analisando essas virtudes, me deparei pensando no quanto o mundo seria melhor se as praticássemos em nossos meios. Tomando como modelo o Brasil, seria importante para o exercício dessa prática - da Justiça -,  que o respeito às Leis fosse praticado a começar pelos nossos representantes nos três poderes, muitos dos quais ajudaram a formulá-las.       
    
    Lamentavelmente, o que vemos são políticos e magistrados protagonizando tristes episódios de corrupção,  desvio de verbas, intimidação, abuso do direito e  do poder que receberam das mãos do povo, por ocasião da eleição, para administrar e gerir seus bens. Aliás, eles administram e gerem, mas em beneficio próprio. O enriquecimento ilícito é um fator da desconfiança do povo nos governantes.
 
  A conclusão que chego à partir desta análise é que falta-lhes (aos nossos governantes) as virtudes da  moderação, temperança e sabedoria e, desta forma  -  a Justiça, como emanação da boa relação entre  elas -, não pode existir.
 
  O que fazer? 
 
   Infelizmente, não é possível adornar os nossos políticos e nossos homens de poder com virtudes, pois estas são conquistas individuais.  Por isto,  a importância de cultuá-las e, mais , vivenciá-las no dia-a-dia nos lares, nas comunidades, na empresas de modo que pelo exemplo pessoal possamos aos poucos, modificar o cenário, criando novas formas de viver e ser feliz justamente.
 
 - Demorado,  difícil? -  Talvez.
 - Utópico? -  Pode parecer.
 - Inviável? - Não creio, pois já avançamos muito em relação ao passado e isto nos torna mais esperançosos.  E mais, além de Platão e, com muito mais autoridade do que ele, Cristo nos concitou a fazer a nossa parte e nos advertiu que seriamos julgados segundo o modo como a  executássemos. Portanto, mão à obras em prol de uma reforma interior que faça com que  resplandeça  a nossa luz!
 
  


domingo, 14 de abril de 2013

DIÁLOGO



Eu, encantada pelo amor de minha mãe.
Suely Monteiro


Hoje minha mãe faz aniversário.

- Quantos anos?

Não sei responder. Algumas vezes ela tem mais de mil anos de experiência e sabedoria; em certas ocasiões mostra uma ingenuidade santa de quem acabou de nascer. Também é muito comum surpreender os filhos agindo como uma adolescente apaixonada. E, sempre se mostra encantada pela vida.  

-E pela aparência da pele você não a julga? 

  Sim, com certeza.

- Ela tem rugas?

Sim, mas não tem rusgas.

- Assim é difícil.

Você compreende a minha dificuldade? Então não me force a pensar e responder o impossível.

Aceite o convite para comemorar comigo a alegria de possuir o anjo encantador que Deus transmutou em Mãe para, juntamente com meu pai, receber a mim e a meus oito irmãos.

Que ensinou- nos com seu carinho, serenidade, calma energia e muito amor que a vida é para ser vivida;


A vocês, meus pais, o meu amor.
Que o bem que possuímos deve ser compartilhado, não importa se é um bem material ou espiritual;

Que o perdão e a caridade muito nos aproximam do Criador;

Que frequentar escola não oferece garantia de conhecimento a ninguém, mas é uma excelente oportunidade para obtê-la e, portanto, devemos aproveitar o máximo do convívio com os professores e colegas mais experientes.

E, finalmente, do que eu me lembro, ela ensinou-nos que o amor vale a pena hoje, amanhã e sempre, pois é ele que, em suas diversificadas formas e nomes, agrega células, equilibra e mantém os mundos, além de tornar o homem co-criador, ainda que ele não dê a isto, a mínima importância.

É o modelo que estou longe de alcançar.
 
A você, mãezinha do meu coração, todo o meu amor!

sexta-feira, 12 de abril de 2013

DE VOLTA À GRÉCIA

Suely Monteiro

A vida é bela. É preciso viver.
Eu precisava escrever um artigo comparativo entre as concepções de palingenesias platônica e kardeciana, mas as ideias para iniciá-lo não surgiam me deixando bastante  aborrecida e apreensiva, uma vez que o tempo não espera o Tempo da Inspiração chegar. 

Diante da impossibildiade de mudar a situação, tomei o barco da imaginação e rumei para a Grécia do século V. Se, para mim  viajar significa prazer, viajar para a Grécia significa reviver. Tenho, certamente, um pezinho  de alma naquelas terras.

Desembarquei em Atenas no momento em que começava mais um de seus festivais. Acompanhei a procissão em homenagem a Dionísio cantando e dançando com a platéia.

No teatro eu não conseguia distinguir os atores em suas máscaras engomadas, suas roupas acolchoadas e seus discursos que prendiam como correntes  e criavam  um misto de expectativa e medo de que aquele frenesi terminasse e a realidade voltasse a colocar todos no chão. Uma loucura e eu estava alí vivendo-a intensamente!

É preciso ser muito forte para que a estonteante beleza das estátuas gregas não cumpram o seu papel de hipnotizar o seu observador; de  deixá-lo pregado no chão diante de seu olhar pétreo e distante como o de alguém que não está nem aí para a sua adoração...

Não é este o meu caso.  Fiquei alí rendendo homenagens a Fidias, Míron e seus colegas até que  as guerras fratricidas, a derrota, a humilhação  me despertaram e me trouxeram de volta ao mundo real e aos sofrimentos desse povo na atualidade.

A fome, o desemprego e a miséria rondando suas casas, felizmente, não conseguem reduzir a coragem e o orgulho do povo grego que, desta vez,  luta unido, contra os graves problemas relacionados às políticas interna e externa, às questões econômicas e sociais que insistem em abater-lhes o ânimo.

 A força de Esparta e a sensibildiade de Atenas se fundem  naqueles corações e os  tornam, apesar de toda a dor, confiantes.

E, para homenagear-lhes caros amigos, a paciencia de ouvir-me,  escolho, entre os gregos de hoje  o romantismo de Hatzigiannis .

domingo, 7 de abril de 2013

Religião


 
Vale a pena participar deste Seminário e conhecer um pouco mais sobre o Evangelho de Jesus, através da palavra especializada de Haroldo Dutra Dias.
Haroldo, além de Juiz de Direito, é poliglota dominando, dentre outros,  os idiomas  Hebraico, Aramaico e Grego do qual traduziu para o Português o Novo Testamento, infelizmente, com edição  esgotada.
Seu " Livro Parábolas de Jesus , Texto e Contexto ", oferece, junto com sua versão do Novo Testamento, excelente oportunidade de estudar a Biblia com visão puramente acadêmica.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Reflexão sobre nossa relação com a doutrina de Jesus

Suely Monteiro

Reforma íntima é poda necessária.
A doutrina de Jesus é uma doutrina inclusiva, participativa, aberta. Ele não se fechou em grupos, círculos. Não fundou religião. Pregava tanto na Sinagoga, que já existia, quanto em praça pública, à beira da praia, na casa de seus discípulos, em especial, de Simão Pedro.  Operava, em nome do Pai, a toda hora e, em todos os lugares por onde passava.
Elegeu para ajudá-lo, homens simples, do povo. Não discriminou, não julgou e não compactuou com o erro, mas buscou, para reeducar no Bem, aquele que dele se desviara.  
Sua obra foi uma contínua doação de amor. Sem distinção de raças, de credos, por que a caridade não tem opinião,  trabalhou, incansavelmente, todos os dias.
Modelo de vida agradável a Deus,  até no momento da finalização de Sua existência terrena, pensou primeiro nas ovelhas que lhe fora confiada pelo Pai e rogou a Ele que as perdoasse (não por serem pecadoras), mas por não saberem o que estavam fazendo. Eram ignorantes.
Os séculos passaram e Ele continua, através do seu evangelho a ser um luzeiro no meio das trevas. E continuamos de olhos fechados para não ver a luz que nos obrigaria a tomar novos rumos. A luz que nos faria  abandonar os grupos fechados em que nos acomodamos, falando muito e servindo quase nada, para abrir-nos para uma vida mais ampla, possivelmente, com maiores sacrifícios , mas muito mais plena de comunhão com Ele. 
Analisando as informações que recebo de diferentes mídias, permeadas de preconceitos de todo gênero, de rancores contra pessoas de credos e pensamentos diferentes, estimulando atitudes separatistas, concluo que estamos muito distantes d’Aquele a quem queremos alcançar, mas, ao mesmo tempo,  a certeza de Seu amor, me renova a esperança na vitória do Bem.
Afinal, Ele prometeu ao Pai que nenhuma de Suas ovelhas se perderia; portanto,não as deixaria queimando no inferno ou estacionadas no purgatório.  

Se sua palavra tem valor e eu creio que sim, não temos outra saída senão evoluir para Deus!

quinta-feira, 4 de abril de 2013

REFLEXÃO

fonte: http://entulhocosmico.blogspot.com.br/?expref=next-blog

MÚSICA PARA O CORAÇÃO

                  
 
Sentimento, delicadeza, ternura...
 Ouça e se deixe envolver por esta voz que comove.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Gratidão pela Páscoa em Família!

 
Eu nunca me preocupei com festas de qualquer natureza, reunião de muitas pessoas, mas, sempre, gostei de pequenos encontros com pessoas amadas, como amigos, familiares, colegas de trabalho.
 
Me dava um prazer enorme, sentar e ficar conversando sobre coisas sérias ou banalidades; falando baixinho ou discutindo empolgada (sem brigas) um assunto estimulante.
Pois bem. Nesta Páscoa eu tive tudo isto.
 
Viajamos para Urubici acompanhados de filha, um  sobrinho e sua namorada.
Nossa filha "pilotava" o carro tendo meu marido como "co-piloto".
 
Na classe econômica, meu sobrinho, sua namorada  e eu, conversavamos descontraidamente, sobre tudo, desde Filosofia (que gerou uma empolgante discussão entre os tripulantes da classe econômica e a piloto da "aeronave", pois o co-piloto não se manifestou (acho  que ficou com medo de apanhar) até sobre comida.
 
O passeio pelas Serras Catarinenses valeu mesmo!
O meu sentimento de gratidão a Deus, a meu marido, a minha filha que tão bem nos conduziu, ao meu sobrinho e sua namorada por terem me propiciado uma Páscoa renovadora!
Compartilho algumas fotos  "comprovantes" dos fatos.
Infelizmente, não consegui legendá-las.








                                           Não consegui colocar legendas em nenhuma das fotos!

terça-feira, 2 de abril de 2013

CIÊNCIA


Cientistas buscam novo modelo para doenças mentais

Objetivo é entender melhor os mecanismos genéticos e biológicos dos transtornos para tornar a terapia mais eficaz e personalizada.

 

A mesma revolução que vem acontecendo na oncologia, apoiada na genômica e no conhecimento da biologia do câncer, precisa acontecer agora na psiquiatria. O diagnóstico e o tratamento de doenças mentais - como bipolaridade, depressão maior, déficit de atenção (TDAH) e esquizofrenia - precisam se tornar mais personalizados, adaptados às características genéticas, biológicas e comportamentais de cada paciente.
É o que afirma o médico Bruce Cuthbert, do Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos (NIMH), e outros pesquisadores que participaram do Y-Mind, um encontro de especialistas sobre o tema realizado na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), na semana passada. Eles defendem mudanças significativas na maneira de se lidar com as doenças psiquiátricas, tanto no âmbito da ciência quanto da medicina.

A principal limitação atual, segundo Cuthbert, é que os sistemas de diagnóstico são baseados na observação de sintomas, que só se manifestam quando a pessoa já está doente e que fornecem informações limitadas - e frequentemente confusas - sobre o que está acontecendo no cérebro do paciente. Ou seja, sobre as causas do problema.

"Se quisermos falar em prevenção, se quisermos falar em cura, precisamos entender muito melhor os mecanismos da doença, para que possamos tratar a patologia em si, e não apenas os seus sintomas", diz o cientista americano, que dirige a Divisão de Pesquisa Translacional e Desenvolvimento de Terapias para Adultos do NIMH.

Em primeiro lugar, segundo os pesquisadores, é preciso rever a maneira como as doenças psiquiátricas são classificadas. A ideia seria passar de um modelo compartimentado, mais parecido com um gaveteiro, em que cada transtorno é descrito separadamente do outro, para um modelo mais parecido com o de uma árvore evolutiva (ou até de uma floresta), cheia de ramificações, em que cada galho representa uma combinação individual de fatores genéticos, ambientais e comportamentais.

Hoje, pelo modelo compartimentado, pacientes com sintomas parecidos são diagnosticados como tendo a mesma doença - esquizofrenia, por exemplo - o que não é necessariamente verdade. Assim como duas mulheres com câncer de mama podem ter doenças bastante diferentes, envolvendo tipos de células, genes e mutações distintas, duas pessoas com sintomas semelhantes de esquizofrenia podem sofrer de transtornos diferentes, envolvendo células, moléculas, genes e circuitos neuronais distintos, que exigem tratamentos igualmente diferenciados. Por isso é comum uma droga funcionar para um paciente, porém ser inócua para outro.

Da mesma forma, é possível que dois casos classificados como transtornos distintos tenham raízes genéticas comuns, envolvendo um mesmo circuito neuronal, permitindo que eles sejam tratados de forma semelhante. Há uma grande área cinzenta entre a bipolaridade e a esquizofrenia, por exemplo - razão pela qual há gêmeos idênticos que manifestam transtornos diferentes, apesar de terem o mesmo genoma.

Paradigmas. Um grande estudo publicado há cerca de um mês na revista médica Lancet revelou que há várias semelhanças genéticas entre cinco doenças mentais de grande prevalência na população: autismo, déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), bipolaridade, depressão maior e esquizofrenia.

"Essas doenças não existem isoladamente como pensamos nelas atualmente. O que existem são modelos teóricos que foram desenvolvidos para organizar as pesquisas", diz o pesquisador Jair Mari, coordenador do Programa de Pós-graduação do Departamento de Psiquiatria da Unifesp. "Esse modelo foi importante para chegar onde estamos hoje, mas ele já se esgotou. Precisamos de um novo paradigma."

Para Cuthbert, falar que alguém tem esquizofrenia hoje é o mesmo que dizer que alguém tinha câncer 30 anos atrás: "Não nos diz nada sobre as características da doença ou como ela deve ser tratada".

O ideal seria que os diagnósticos, como já ocorre na oncologia, fossem baseados em uma descrição dos fatores genéticos, biológicos e químicos que estão alterados no cérebro de cada paciente - e que o tratamento fosse definido com base nessas características individuais. "Não precisamos encaixar o paciente numa doença específica; precisamos caracterizar a doença do paciente", afirma Mari.

Nessa "psiquiatria personalizada" do futuro, a entrevista com o psiquiatra seria apenas parte de um processo de análise clínica, envolvendo uma série de testes de referência, desde exames de sangue (para medir o nível de certas proteínas) até exames de DNA (para identificar perfis genéticos), ressonâncias magnéticas e testes cognitivos.

"Os sintomas devem ser o ponto de partida para o diagnóstico, não o seu fator determinante", afirma Cuthbert.

Para colocar esse novo paradigma em prática, serão necessários ainda muitos anos de pesquisa sobre a genética e a neurobiologia das doenças mentais, e sobre como esses fatores biológicos interagem com fatores ambientais e comportamentais do paciente (como uso de drogas, estresse ou exposição a eventos traumáticos).

"Estamos falando do início de um grande experimento. Os resultados vão levar anos para aparecer, mas não podemos perder tempo; precisamos começar agora", pondera Cuthbert, que coordena desde 2009 um programa do NIMH chamado RDoC, com o objetivo de financiar pesquisas voltadas para esse tema.

Fonte: O Estadão
Acesso: 02/04/13

A Arte de Celeste Carneiro


Narayana pintado por Celeste Carneiro.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

PRISÃO DE SILVIO PELLICO E PIERO MARONCELLI

 óleo de Carlo Felice Biscarra


Silvio Pellico (Saluzzo, 1789 - Turim, 31 de janeiro de 1854) foi um escritor e dramaturgo italiano. Depois de estudar em Pinerolo e Torino, dirigiu-se a Lyon, na França, para fazer tratativas comerciais.
No seu retorno a Itália em 1809, estabeleceu-se em Milão. Depois de travar relações com o poeta Vincezo Monti e com o escritor Niccolò Foscolo, mais conhecido como Ugo Foscolo, a partir de 1812 começou a escrever, especialmente para o teatro. Suas peças tinham por base estilística a tragédia clássica, mas muito identificadas com um conteúdo romântico.
Seu profundo sentimento patriótico levou-o à prisão em 1820, sob a acusação de pertencer à Carbonária. Julgado, foi sentenciado à morte, mas sua pena foi comutada para 15 anos de prisão em regime forçado, a serem cumpridos na Fortaleza de Špilberk, na Morávia. Recebendo o perdão do Imperador, foi libertado em 1830 e dirigiu-se para Turim, onde permaneceu durante algum tempo no Palazzo Barolo como hóspede do casal Barolo, retirando-se completamente das atividades políticas, e mesmo dos círculos literários.
Passou a viver de um cargo de bibliotecário, que conseguiu graças à interferência da Marquesa de Barolo. Entretanto, jamais esqueceu de suas experiências como prisioneiro, as quais transmitiu em sua obra mais memorável,  Le mie prigioni, de 1832..
Silvio Pellico faleceu em Turim, no dia 31 de janeiro de 1854.
 
Fonte: Wikipédia

OBRA DE ARTE

OBRA DE ARTE
Amores na bela Capital Catarinense.