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segunda-feira, 16 de junho de 2008

Considerações gerais acerca do Belo no Tomismo.

A partir do aprofundamento que atenta harmoniosamente às três explicitações do Ser e do Ente , (bom e verdadeiro), na harmonia destes, é que encontramos uma outra explicitação, trata-se do belo.
Tal concepção de belo ou beleza é manifesta por Santo Tomás de Aquino na Suma Teológica (I, q. 39, a. 39, 8) e considera três elementos: integridade, proporção e claridade.

Acerca da integridade
Integridade equivale à unidade, pois expressa a indivisibilidade, a não-oposição, o que é positivo, com efeito, trata-se da perfeição, da plenitude do real.
Ao conceber a integridade, consideramos a coisa em que não falta nada, ou seja, a ausência de defeito, imperfeição, vazio, omissão, interrupções etc; assim, ela é a própria unidade do ser em oposição ao não-ser.
Portanto, “... o belo como uno é total positividade, a feiúra é ausência de positividade ou da totalidade de positividade, é a negatividade, e o feio é o negativo ou aquilo que em si é negativo.”

Acerca da proporção
A proporção equivale à bondade, e é na bondade que há certa expressão da identidade volitiva, ou seja, autopossessão, realização da atualidade na volição.
Na proporção há conveniência, correlação, medida etc; nela ocorre a “perfeita fruição, beatitude e gozo, que o ser mostra no ser bondade e o ente no ser bom” .
Trata-se do regozijar-se no ser, pois é a expressão da realização da vontade, “é a proporção do ser consigo mesmo, a sua auto-posse consumada na total medida de si, na exaustiva consonância consigo.”
Daí o mal, enquanto privação, é causa da desconfiguração, fragmentação, desproporção naquilo que é bom; pois é origem da feiúra, sua oposição é constituída no feio.

Acerca da claridade
A claridade equivale à verdade, pois é a expressão atual da identidade entre inteligência e inteligibilidade, é manifestação do ser iluminado, é a plenitude da aparição. Trata-se da evidencia e clareza da figura, onde se verifica que o ser exprime a verdade na sua clareza e o ente é claro no ser verdadeiro.
É na verdade que as coisas se esclarecem, pois ocorre o absoluto saber-se como ser, o falar-se de si de modo definitivo e absoluto.
“E como à verdade se opõem ao erro e a falsidade como não ser, isto é, como não esplendor, não luminosidade, não aparição, não fenomenalidade, não aparência, assim à claridade da beleza se opõe a feiúra como obscuridade, obscurecimento, ofuscamento, opacidade, inevidência, indefinitude e incerteza; e do mesmo modo, ao erro e ao falso se opõe o feio.”

Com efeito, a beleza é a explicitação posterior dos transcendentais, da unidade, da bondade e da verdade. Enquanto posterior, o belo é manifesto nos três transcendentais ao mesmo tempo, na própria concepção harmoniosa de convertibilidade neles.

Convertibilidade da unidade como integridade, da bondade como proporção e da verdade como clareza; logo, o ente é belo, enquanto, uno e integro, bom e proporcionado, verdadeiro e claro.
http://www.consciencia.org/docs/tomismoadriano.doc#_Toc150844282

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