É claro que a especialização no trabalho não atinge apenas as ferramentas, mas também aos trabalhadores. Das indústrias aos supermercados, das lojas às redações de jornais, os trabalhadores desempenham funções, tarefas, especialidades. Imagine alguém que chega a uma empresa às 9h da manhã e até o momento em que vai embora, às 18h, passa o dia inserindo valores de notas fiscais em um sistema de gestão empresarial. Minuto a minuto, hora a hora, dia a dia, a "vida" desta pessoa se resume a isto. O que vocês acham que acontece com o espírito da pessoa que vive semelhante experiência? Marx, em seu livro "Crítica da filosofia do direito de Hegel" [São Paulo: Boitempo Editorial, 2005], assinala que ao executar uma atividade sem sentido e ao perceber que a maior parte do ganho de seu trabalho vai para outra pessoa e não para ele, o trabalhador "se desliga" do que faz, ou seja, rompe os vínculos afetivos com o que está fazendo, alienando a si mesmo em relação ao trabalho. Este processo de alienação - sobre o qual falaremos mais vezes pois é bastante revelador - faz com que o trabalhador, como afirma Marx, não considere o trabalho a sua vida e fuja do trabalho "como quem foge da peste" assim que tem uma oportunidade. Você pode achar esta afirmação exagerada, mas basta vermos os mega-congestionamentos em estradas e aeroportos toda vez que há um feriado prolongado para compreendermos que a alienação apontada por Marx atinge hoje proporções inimaginadas. Será por esta razão - a alienação do trabalhador em relação ao trabalho - que as empresas impedem que os empregados usem livremente a internet? Pense a respeito. Me pediram um bom site com textos de Marx. Segue um onde você encontra textos de Marx e vários outros marxistas dignos desse nome: www.marxists.org/.
Fonte: http://marx-hoje.blogspot.com/2007/09/o-trabalhador-e-alienao.html
Fonte: http://marx-hoje.blogspot.com/2007/09/o-trabalhador-e-alienao.html
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