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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

SEGUNDO PERÍODO DA FILOSOFIA ANTIGA: AS DOUTRINAS DE ARISTÓTELES.

Filosofia segunda.
Os corpos são constituídos de 4 elementos, - fogo, ar, água, terra. Até aqui Aristóteles adotou a teoria de Empédocles, mas acrescentou que cada elemento é constituído intrinsecamente de matéria e forma. Com esta nova teoria, que se fez conhecer pelo nome de hilemorfismo, buscou Aristóteles explicar as mudanças substanciais, que supunha haver nas coisas.
O hilemorfismo é a aplicação aos corpos da teoria do ato e potência, A essência dos corpos se constitui de dois elementos, - um indeterminado (chamado simplesmente matéria) e outro determinado (conhecido por forma). Nas mudanças substanciais, permanece a matéria, alterando-se apenas a forma. As demais alterações acidentais se dão apenas em formas secundárias.
Hoje é difícil admitir mudanças substanciais, como no seu tempo supunha Aristóteles, que elas se dessem, quando das alterações químicas e da assimilação alimentar.
Ainda que a mudança substancial se possa explicar como Aristóteles a propôs, de fato não a conheçemos. Ele supunha que as mudanças acontecessem em transformações que hoje sabemos serem remanejamentos acidentais de moléculas e átomos, os quais por sua vez permanecem intocáveis substancialmente. Que aconteceria no mundo das partículas atômicas, lá onde ainda não atingimos com as mais sofisticadas experimentações modernas? Eis onde Aristóteles queria implicitamente chegar, ao falar de mudanças substanciais.
Aplicou Aristóteles também a teoria da matéria e forma à explicação da união da alma e do corpo. Uma vez admitida a distinção de duas substâncias, - a alma seria a forma substancial do corpo. A morte consistiria na separação desta forma substancial. Não se sabe se Aristóteles admitia a permanência da alma (forma substancial), após a morte. De qualquer maneira distanciou-se muito do modo Platônico de pensar, que admitia almas preexistentes, que apenas residiam no corpo, sem que se unissem a ele substancialmente; em Aristóteles, corpo e alma constituíam um todo de duas substâncias incompletas, que se completavam.
A alma é a forma substancial do corpo, com o qual se compõe assim intrinsecamente. Afasta-se, pois, Aristóteles do dualismo radical, que opunha totalmente corpo e alma. O orfismo platônico é simplesmente eliminado por Aristóteles, não se tendo ocupado, pois de vidas anteriores, pecado original, e nem de merecimentos para uma vida futura condicionada ao comportamento da vida de agora.
As faculdades do conhecimento são explicadas como potencialidades que recebem as impressões dos objetos como atos que complementam as potencialidades. Somente Deus é um ato pleno (ato puro). A alma é uma forma capaz de se separar do corpo, subsistindo sem ele, ainda que como substância incompleta. Por isso é capaz de imortalidade.
Entretanto, alega-se que Aristóteles não deixou clara esta doutrina e que não apresentou uma prova definitiva para a imortalidade da alma; este fato dividirá no futuro os seus comentadores e seguidores.
O inteleto, para abstraír algo do sensível, não poderá ser apenas um inteleto potencial; uma segunda faculdade, o inteleto agente (ou capacidade de abstração), é necessário. Também esta doutrina sofrerá desenvolvimentos novos no futuro, porquanto alguns fizeram do inteleto agente um único ente exterior a serviço de todas as inteligências individuais.
Contudo, Deus não se preocupa com o mundo. Inversamente, é o mundo que tende para Deus, como seu bem supremo. Assim Deus move como ser amado (Met. 12,7).
Não desenvolveu Aristóteles uma doutrina em que Deus é a Providência, como farão, sobretudo, os estóicos.
O antropomorfismo está bastante ausente na concepção que Aristóteles tem da divindade. Por isso mesmo parece ateu, ainda que seja o menos ateu dentre a grande massa dos que acreditam em Deus, mas deformando-lhe a imagem.

Fonte: Enciclopédia Simpoziohttp://www.cfh.ufsc.br/~simpozio/novo/2216y098.htm#TopOfPage

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